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- Capítulo 137 - 137 Fantasma do passado 137 Fantasma do passado O coração de
137: Fantasma do passado 137: Fantasma do passado O coração de Anne saltou para a garganta quando o olhar penetrante de Damien caiu sobre ela. Ela podia sentir Chris endurecer ao lado dela.
“Oh, Damien,” disse Anne, com a voz leve e brincalhona. “Nós estávamos apenas discutindo algo que você não deve saber ainda.”
Damien levantou uma sobrancelha, um meio-sorriso puxando seus lábios, embora a suspeita em seus olhos não tivesse totalmente dissipado. “Verdade?” Seu tom estava divertido, mas inquisitivo, como se ele soubesse que havia mais na conversa do que eles estavam deixando transparecer.
O pulso de Anne acelerou. Ela deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, colocando delicadamente a mão em seu braço. “Sim, eu estava planejando uma surpresa para você,” disse ela, sua voz suavizando. “Era sobre isso que Chris e eu estávamos falando. Não queríamos estragar antes de estar pronto.”
A expressão de Damien mudou, a suspeita derretendo enquanto um sorriso largo se espalhava pelo seu rosto. “Uma surpresa?” ele repetiu, sua voz profunda cheia de curiosidade.
Chris, parado logo atrás de Anne, permaneceu em silêncio, mas ela podia sentir a tensão em sua postura se aliviar um pouco. Ele deixou que Anne tomasse a dianteira, grato por Damien parecer estar acreditando na história.
“Sim,” disse Anne, seu sorriso se alargando enquanto ela se inclinava para a mentira. “Algo especial para você com a cerimônia de acasalamento se aproximando. Eu queria fazer algo que tornasse isso memorável. Você está sempre tão focado na matilha, pensei que seria bom para você ter uma pequena surpresa também.”
Damien riu, balançando a cabeça em descrença. “Você sabe, eu deveria ter imaginado que algo estava acontecendo. Vocês dois têm agido estranhamente por dias.” Ele lançou um olhar para Chris, que acenou de forma desajeitada, mas sorriu.
“Nós só queríamos que fosse perfeito,” Anne acrescentou rapidamente. Ela podia sentir o peso da mentira pressionando sobre ela, mas manteve sua fachada calma, sabendo que Damien não poderia saber a verdade. Não agora. Nunca.
O sorriso de Damien persistiu enquanto ele olhava para ela, seu olhar intenso suavizando com afeto. “Eu agradeço, Anne,” ele disse, sua voz baixa e calorosa.
Ele estendeu o braço e a puxou para um abraço gentil, repousando o queixo em cima de sua cabeça por um breve momento. “Você é incrível, sabia disso?”
Ela fechou os olhos, recostando-se nele, a culpa roendo por dentro. “Vamos para a cama, Damien,” ela disse suavemente, afastando-se levemente. “Você tem trabalhado sem parar. Você precisa descansar.”
Damien a soltou, mas seus olhos permaneceram nela por um momento a mais, como se tentasse decifrar algum significado oculto.
Damien olhou para Chris, que lhe deu um aceno de apoio. “Nos vemos amanhã,” disse Chris, sua voz mais relaxada agora que a tensão havia diminuído.
“Boa noite, para ambos vocês.”
“Boa noite,” Anne e Damien disseram em uníssono.
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A tensão na grande sala da Alcateia Lua Sangrenta era palpável. O cômodo, normalmente usado para reuniões importantes da matilha, agora parecia um campo de batalha de vontades. Richard e Liana ambos exibiam expressões de desprezo mal disfarçado enquanto assistiam Jackson entrar na sala.
Atrás dele, uma mulher caminhava em silêncio, seu rosto escondido sob um longo véu escuro.
O maxilar de Richard se tensionou, seu olhar nunca deixando Jackson enquanto o homem caminhava até a grande cadeira à sua frente. Sem convite, Jackson sentou-se, recostando-se com uma arrogância casual que apenas intensificava a tensão no ambiente.
“Jackson,” Richard o cumprimentou com uma polidez forçada, embora sua voz estivesse impregnada de desprezo. “A que devemos essa… visita inesperada?”
Os olhos de Jackson passaram rapidamente por Liana antes de se fixarem novamente em Richard. Ele cruzou uma perna sobre a outra, recostando-se confortavelmente, embora sua postura denotasse sua atenção cuidadosa.
“Alfa Richard,” ele começou, seu tom leve, mas com um toque de malícia. “Eu vim porque estou preocupado.”
Liana levantou uma sobrancelha, seu lábio se curvando em desprezo. “Preocupado?” ela ecoou de forma zombeteira, cruzando os braços sobre o peito. “Desde quando você se preocupa com algo além de seus próprios interesses?”
Jackson ignorou sua provocação, sua face não traía nada. “Sim,” disse ele, inclinando-se levemente para frente, seu olhar aguçado. “Estou preocupado com a segurança da minha filha dentro da matilha Lua Sangrenta.”
“Se você está tão preocupado,” disse Liana com um sarcasmo cortante, “você pode levá-la com você e acabar de uma vez. Duvido que alguém aqui protestaria.”
A expressão de Richard ecoava a da sua par—fria, ilegível, mas claramente hostil.
O sorriso de Jackson era lento, quase divertido. Ele olhou para Liana, seus olhos brilhando com uma luz perigosa. “Ah, mas seria fácil demais, não é? Não, eu vim para garantir que ela fique segura… bem aqui.”
O sorriso de Liana vacilou um pouco, a borda de sua paciência se desgastando. “Então o que exatamente você propõe, Jackson?” ela estalou. “Como você pretende protegê-la se não levando ela embora?”
O sorriso de Jackson se alargou, e sem uma palavra, ele se virou para a mulher velada ao seu lado. A figura misteriosa havia permanecido em silêncio durante toda a troca, imóvel como uma estátua, sua presença quase imperceptível até agora.
“Eu trouxe alguém para garantir sua proteção,” disse Jackson suavemente, sua voz carregando uma promessa sombria.
A mulher ao lado dele levantou a mão, seus dedos esguios puxando lentamente as bordas do véu.
Os olhos de Liana se arregalaram, sua compostura sarcástica vacilando enquanto seu olhar se fixava na mulher agora totalmente revelada.
“Elara!” Liana sussurrou.
Elara sorriu para Liana.
“Olá, Luna Liana! Quanto tempo, não?”
Os olhos de Liana ardiam com uma mistura de choque e fúria enquanto ela permanecia congelada, encarando a mulher diante dela. Já faziam anos desde que ela tinha visto Elara pela última vez, e a traição ainda ardia como uma ferida aberta. Elara já tinha sido uma de suas amigas mais próximas, uma confidente de confiança e uma curandeira talentosa. Mas essa confiança fora quebrada quando Elara decidiu se aliar a Jackson.
As memórias daquela época voltaram, vívidas e dolorosas. Elara estava lá na noite em que Damien nasceu, ao lado de Liana enquanto ela segurava a mão de Jennifer, guiando a mulher através do seu trabalho de parto. O nascimento de Damien tinha sido complicado, e foi a habilidade de Elara que salvou tanto a mãe quanto a criança. Liana havia contado com ela, confiado nela com segredos e decisões que apenas uma irmã em espírito entenderia.
Mas então Elara a traiu.