134: Conselho em Caos 134: Conselho em Caos “Como Blaze conseguiu escapar?” A voz de Damien era afiada, exigindo respostas do conselho. Seu olhar movia-se de um membro do conselho para o outro, buscando algum sinal de explicação. Mas os rostos dos Alfas estavam fechados, suas expressões sombrias. Cecília, Maria, Daniel, Antônio e Marcus permaneciam quietos, o peso do seu fracasso pesado no ar.

“É exatamente sobre isso que vim aqui discutir,” disse Liana, com os olhos estreitados de frustração enquanto olhava ao redor da mesa. “Os fracassos do conselho.”

Alguns membros do conselho se mexeram desconfortavelmente em seus assentos, mas Liana não parou.

“Vocês não conseguiram impedir Jackson de interferir em nossa matilha,” ela continuou, elevando a voz. “E agora isto—Blaze está escorregando por entre seus dedos. Se vocês não podem controlar os lobos renegados sob sua custódia ou manter um Alfa tirano como Jackson sob controle, então para que serve o conselho?”

A Alfa Maria, que estava quieta, subitamente se inclinou para frente, sua testa franzida de irritação. “Liana, isso é desnecessário. Blaze é irmão do Richard e da sua família. É um assunto pessoal da sua família. O conselho não devia ser culpado por disputas pessoais entre membros da matilha.”

“Desnecessário?” Liana retrucou, seu tom afiado. “Você falhou, Maria. Todos vocês falharam. Este conselho deveria ser o órgão governamental para proteger as matilhas e prevenir situações como esta. Em vez disso, tivemos que nos defender sozinhos. Você tem ideia de quão perto Jackson chegou de dilacerar nossa matilha? E agora Blaze está solto, e vocês não têm respostas.”

Os membros do conselho se irritaram com suas palavras. Alfa Marcus lançou um olhar fulminante atravessando a mesa, sua voz como um rosnado baixo. “Isto não é apenas sobre a sua matilha, Liana. Você sempre tentou dominar estas reuniões. Você tem forçado sua influência, tentando tomar decisões por todos nós.”

Os olhos de Liana brilharam, mas antes que ela pudesse responder, Alfa Daniel falou, sua voz calma mas acusatória. “Não vamos esquecer, Liana, que você é conhecida por tomar decisões por conta própria sem nos consultar. Você acha que porque é uma Luna respeitada que pode fazer exigências, mas este conselho é sobre equilíbrio, não dominação.”

A sala do conselho, que deveria ser um lugar de soluções, estava rapidamente se transformando em caos. Os outros Alfas lançavam acusações, suas palavras ecoando pelas paredes como flechas, e Liana não estava recuando.

“Eu não me importo com suas acusações!” Liana disparou de volta a Daniel, sua voz elevando-se em frustração.

“Vocês todos sentam aqui, apegados a alguma noção de equilíbrio e governança, mas quando chega a hora, vocês não foram capazes de nos proteger. Como qualquer um de nós pode confiar em sua liderança?”

Alfa Antônio, normalmente o mais calmo do conselho, levantou uma mão para silenciar a onda crescente de vozes, mas era tarde demais. Alfa Marcus bateu a mão na mesa. “Você excedeu o limite, Liana. Você sempre foi ambiciosa, mas tentar minar este conselho não vai funcionar.”

“Minar?” Liana bufou. “Se eu estivesse tentando minar o conselho, eu teria feito isso há muito tempo. Não—isto é sobre responsabilidade. Vocês nos falharam, e agora estão tentando encobrir isso colocando a culpa em mim!”

A paciência de Damien finalmente se esgotou. Ele avançou, sua voz firme e cortando o ruído como um chicote. “Chega!” Seu tom comandou atenção, e a sala ficou em silêncio enquanto todos os olhares se voltavam para ele.

“Não há ponto em discutir aqui,” ele continuou, sua voz constante mas intensa. “Blaze está lá fora agora, e ele é uma ameaça para cada matilha. Enquanto vocês estão todos ocupados trocando culpas e apontando dedos, ele está planejando seu próximo passo.”

Liana abriu a boca para falar, mas Damien ergueu uma mão para detê-la. “Mãe, isso não é sobre Jackson ou as falhas passadas do conselho. Agora, precisamos nos concentrar no que importa—assegurar nossa matilha.”

Damien respirou fundo, acalmando sua frustração enquanto os Alfas pareciam finalmente se reorientar. “Mas há outra razão pela qual vim aqui hoje,” ele continuou, sua voz firme mas séria. “Quero discutir uma proposta que acredito que possa beneficiar não apenas nossa matilha, mas todas as alcateias.”

Os membros do conselho, ainda abalados pela discussão anterior, voltaram sua atenção para ele.

“Quero organizar uma grande cerimônia de acasalamento,” Damien anunciou, seus olhos varrendo a sala, observando cada um dos membros do conselho. “Um evento grande e unificado para todas as alcateias, onde nosso povo pode se reunir e encontrar seus parceiros verdadeiros.”

Houve um breve silêncio, e então Alfa Maria inclinou a cabeça, intrigada. “Uma cerimônia de acasalamento? Essa é uma ideia interessante, Damien… Mas por que agora?”

Damien lançou um olhar para sua mãe antes de continuar. “Isso não é apenas sobre reunir nosso povo para a questão de encontrar parceiros. Nós vimos como as alcateias se tornaram divididas. Esta cerimônia pode ser uma forma de trazer unidade. E além disso, nos dá a chance de fortalecer os laços entre as alcateias. Fortalecer alianças.”

Alfa Antônio assentiu lentamente, seu comportamento calmo retornando enquanto considerava a proposta. “Há mérito nisso. Pode ajudar a estabilizar as coisas, especialmente em um momento como este.”

Alfa Cecília, com a voz calma mas cautelosa, interrompeu. “Mas e se algo der errado? E se, apesar de nossos cuidados, Blaze usar este evento como uma oportunidade para atacar? Temos um plano de contingência?”

“Vamos garantir que nada dê errado,” Damien respondeu confiante. “Teremos guerreiros de prontidão a cada volta, com comunicação constante entre as alcateias. Se Blaze ou qualquer outro ousar tentar algo, estaremos prontos. E desta vez, não vamos deixá-lo escapar.”

O conselho trocou olhares, claramente ponderando os riscos e as recompensas de tal movimento audacioso. Alfa Antônio se inclinou para frente, sua voz medida mas pensativa. “Acho que Damien está certo. Gastamos muito tempo reagindo a ameaças. É hora de tomar a iniciativa. Se nos mantivermos unidos agora, talvez consigamos evitar que mais caos se desdobre.”

Liana cruzou os braços e olhou ao redor da sala, o fogo em seus olhos diminuindo enquanto o conselho parecia mudar para uma discussão mais produtiva. “Está decidido, então. Iremos seguir adiante com a grande cerimônia de acasalamento.”

O conselho assentiu em concordância, a tensão que havia preenchido o quarto agora substituída por determinação.