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- Capítulo 129 - 129 Um aviso 129 Um aviso Heather parou congelada na porta
129: Um aviso 129: Um aviso Heather parou congelada na porta, seu pulso martelando em seus ouvidos enquanto a figura alta e imponente de Richard bloqueava a saída. O medo percorria suas veias como gelo, fazendo seus dedos tremerem ao lado do corpo. Ela teve um pensamento fugaz — de bater a porta e correr, tão rápido e longe quanto suas pernas a levassem. Mas outra parte dela, a parte mais racional, sabia que não adiantaria. Ela não iria longe. Richard a alcançaria sem nem mesmo suar.
Ela cerrou o maxilar e segurou o batente da porta, sua respiração superficial e desigual, enquanto ele dava um passo mais perto. Ele não parecia hostil, mas isso não o tornava menos perigoso.
“Eu sei quem você é,” disse Richard em voz baixa, sua voz um ronco baixo que enviou um calafrio pela espinha dela. Seus olhos se estreitaram levemente enquanto ele examinava seu rosto, o reconhecimento em seu olhar inconfundível. “Você é a irmã da Jennifer. Heather.”
O fôlego dela preso na garganta com suas palavras. O olhar nos olhos dele dizia tudo — ele sempre soube.
“Você cresceu tanto desde a última vez que eu te vi,” ele continuou, entrando no quarto sem esperar por permissão. Fechou a porta atrás de si suavemente, um ato deliberado que a fez se sentir ainda mais aprisionada. “Eu te reconheci durante a fogueira da alcateia. A semelhança é impressionante, mas mais do que isso, você tem um cheiro parecido com o da Jennifer.”
Ao ouvir o nome da irmã, uma onda de raiva afiada rasgou Heather, afastando o medo que a tinha paralisado momentos antes. Seu corpo ficou tenso, seus olhos se estreitaram enquanto ela o encarava, o peito apertado de fúria. “Você a matou,” cuspiu Heather, o veneno em sua voz mal controlado. “Você matou minha irmã.”
A expressão de Richard permaneceu calma, mas havia um lampejo de algo em seus olhos — algo sombrio e arrependido. Ele assentiu lentamente, sua voz agora mais suave, quase arrependida. “Sim,” ele admitiu, o peso da confissão se estabelecendo no quarto como uma nuvem de tempestade. “Eu sinto muito por isso.”
Heather piscou, momentaneamente atordoada pela casualidade do seu pedido de desculpas. “Você sente muito?” ela sibilou, sua voz tremendo de raiva. “Por quê? Por que você fez isso?”
Richard respirou fundo, seu olhar encontrando o dela com uma estranha mistura de culpa e distanciamento. “Eu não queria machucá-la. Ela era minha companheira,” disse ele, sua voz agora mais baixa, como se as próprias palavras lhe causassem dor. “Mas eu fui egoísta. Tudo o que eu queria era um filho. Um herdeiro.”
O sangue de Heather gelou conforme as palavras dele iam se aprofundando. Ele tinha usado Jennifer, sua irmã — sua irmã gentil e inocente — para sua própria agenda distorcida. Não era amor. Nunca foi amor. Era manipulação, pura e simples.
“Eu não a transformei,” ele sussurrou, sua voz crua de tristeza. “Eu não a transformei em lobisomem para que ela pudesse viver uma vida normal.”
A expressão de Richard endureceu e ele desviou o olhar, como se o peso de sua própria culpa finalmente o alcançasse. “Eu pensei que manter ela humana a protegeria,” ele disse, sua voz tensa. “Eu pensei que ela poderia viver uma vida normal, longe de tudo isso. Mas… eu estava errado. Ela não era forte o suficiente. A gravidez foi demais para ela, e a matou.”
O coração de Heather batia dolorosamente em seu peito, as palavras perfurando-a como facas. Ele pensou que estava fazendo a coisa certa, mas seu egoísmo matou Jennifer. Suas escolhas arrancaram sua irmã dela para sempre.
“Eu nunca pretendi que acontecesse assim,” disse Richard, sua voz áspera, quase suplicante. “Eu amava ela, Heather. Eu realmente amava.”
Os olhos de Heather brilharam de fúria enquanto ela dava um passo à frente, seus punhos cerrados ao lado do corpo. “Você amava ela?” ela rosnou. “Você não conhece o significado da palavra. Você usou ela, Richard. Você usou ela até que ela não tivesse mais nada a oferecer, e então você deixou ela morrer. Você tirou tudo dela.”
Ele abriu a boca para dizer algo, mas o olhar no rosto de Heather o impediu. Não havia desculpa, nenhum pedido de desculpas que pudesse compensar o que ele tinha feito.
“Ela era minha irmã,” Heather sussurrou, sua voz tremendo de tristeza e raiva. “E você a roubou de mim.”
A expressão de Richard escureceu, a culpa em seus olhos se transformando em algo mais frio. “Eu não queria que acontecesse,” ele disse com os dentes cerrados, como se estivesse se convencendo tanto quanto a ela.
“Você falhou,” Heather rebateu, sua voz baixa mas cortante. “E agora eu nunca vou te perdoar por isso.”
O silêncio se estendeu entre eles, espesso e pesado com o peso de seu passado compartilhado. Richard a olhou por um longo momento, seu rosto inexpressivo, antes de finalmente recuar em direção à porta.
“Eu não vim aqui para brigar,” ele disse, com a voz quase resignada. “Mas eu sinto muito.”
“Você só veio aqui para se desculpar?” A voz de Heather estava afiada, cortando a tensão como uma lâmina. Ela mal podia se conter. “É isso? É por isso que você apareceu na minha porta no meio da noite? Para dizer que sente muito?” Sua voz tremia enquanto ela lutava contra o impulso de gritar. Como ele poderia simplesmente ficar lá, agindo como se algumas palavras pudessem de alguma forma apagar tudo o que ele tinha feito?
Os olhos de Richard escureceram, seu rosto endurecendo. “Não, Heather,” disse ele com a voz um rosnado baixo. “Eu não vim apenas para me desculpar.” Ele deu um passo em direção a ela, mas Heather não recuou dessa vez. Ela se manteve firme, suas mãos cerradas em punhos ao lado do corpo.
“Então por quê?” ela cuspiu. “Por que você está aqui?”
Richard desviou o olhar por um momento, como se lutasse para encontrar as palavras certas. Quando ele finalmente falou, sua voz estava firme, mas impregnada de algo mais sombrio — algo que enviou um arrepio pela espinha de Heather.
“Porque as coisas vão ficar ruins. Muito ruins,” ele disse. “O reino dos lobisomens é perigoso — mais perigoso do que você sabe. Você não deveria estar aqui, Heather. Esta não é sua luta. Você precisa partir.”
Heather soltou uma risada amarga, balançando a cabeça. “Você é inacreditável, Richard. Você acha que pode aparecer do nada, me mandar embora, e isso vai fazer tudo melhorar? Você matou minha irmã. Você a levou embora de mim, e agora está aqui agindo como se fosse algum tipo de herói, tentando me proteger?”
“Não sou um herói,” disse Richard calmamente, sua voz cheia de uma resignação cansada. “Estou tentando evitar mais derramamento de sangue. Mais dor.”
Heather respirou fundo, sua respiração irregular, o peito apertado.
“Você está certo sobre uma coisa,” disse Heather, com voz firme. “Este não é o meu mundo. Mas eu não vou embora. Não até conseguir justiça.”