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115: Engano 115: Engano Anne deixou seu quarto e dirigiu-se ao salão principal. Os guardas estacionados lá fora lançaram-lhe olhares interrogativos, mas ninguém a impediu. Ela ainda era a companheira do Damien, e apesar da tensão que girava em torno da alcateia, isso lhe conferia um nível de respeito que nem mesmo Liana podia tirar.
Quando ela entrou na grande sala de estar, seus olhos pousaram no Alpha Falcon. Ele estava sentado perto da lareira, seus ombros largos relaxados, embora sua presença dominasse o cômodo. Ele parecia robusto; as linhas em seu rosto aprofundadas por anos de liderança e batalha. Seus olhos escuros, aguçados e calculistas, deslocaram-se em sua direção assim que ela entrou.
“Alpha Falcon,” Anne cumprimentou, sua voz firme apesar da energia nervosa que pulsava dentro dela. Ela inclinou ligeiramente a cabeça em respeito.
Falcon se levantou, imponente sobre ela com uma presença comandante. Ele a examinou de cima a baixo, seu olhar demorando não com desdém, mas com consideração ponderada. Após um momento, ele gesticulou para que ela se sentasse.
“Anne,” ele disse, sua voz um ronco profundo, “Eu ouvi muito a seu respeito.”
Anne sentou-se, suas costas retas e queixo erguido, ainda que pudesse sentir o peso do olhar dele avaliando-a. “Imagino o que você deve ter ouvido,” ela respondeu cuidadosamente, suas palavras comedidas. “Mas tenho certeza que nem tudo é verdade.”
Falcon levantou uma sobrancelha, um sorriso leve aflorando nos cantos de sua boca. “É o que eu esperava que você dissesse.”
Eles conversaram por algum tempo, Alpha Falcon a sondando com perguntas—sobre seu passado, seu laço com Damien e suas visões sobre a agitação atual que cercava a alcateia. Anne respondeu a cada uma de forma pensada. Ela falou sobre seu amor por Damien, sua dedicação a seu filho e a lealdade feroz que sentia pela alcateia.
Durante a conversa, Falcon a escutou atentamente, acenando ocasionalmente, sua expressão difícil de decifrar. Não havia condescendência em seu comportamento, nenhuma indicação de que ele estava tentando pegá-la em uma mentira ou manipulá-la. Ele estava simplesmente… avaliando.
Após uma longa pausa, Falcon se inclinou para trás em sua cadeira, estudando-a com um brilho diferente em seus olhos. “Você é impressionante, Anne. Damien escolheu bem.”
Anne piscou, surpresa pelo elogio. De todas as respostas que ela havia preparado, elogios de Alpha Falcon não estavam entre elas.
“Você demonstrou mais graça e inteligência do que muitos na sua posição,” ele continuou. “Você se importa com sua família, seu companheiro e sua alcateia, e está disposta a lutar por eles. Eu respeito isso.”
O coração de Anne se encheu de esperança cautelosa, embora ela se mantivesse resguardada. “Obrigada,” ela respondeu, sua voz agora mais suave. “Isso significa muito vindo de você.”
A compostura de Liana vacilou por um segundo. Seus olhos passaram rapidamente entre eles, um lampejo de confusão atravessando seu rosto.
“Liana,” ele disse calmamente, “eu queria conhecer a companheira de Damien pessoalmente. Devo dizer que estou impressionado.”
Os olhos de Liana se arregalaram levemente, e pela primeira vez em muito tempo, Anne viu uma centelha genuína de surpresa cruzar seu rosto. “Impressionado?” Liana ecoou, sua voz tingida de incredulidade.
Falcon assentiu, sua expressão firme. “Anne é inteligente, perspicaz e forte. Qualidades que qualquer alfa faria bem em valorizar. Damien fez uma boa escolha.”
Os lábios de Liana se comprimiram, seu olhar passou brevemente por Anne antes de voltar a se fixar em seu pai. “Ela causou muitos problemas,” Liana disse com firmeza. “O conselho ainda está a investigando.”
Falcon acenou com a mão, desdenhoso. “O conselho faz o que deve fazer. Mas eu confio nos meus instintos, e meus instintos me dizem que essa mulher não é uma ameaça. Ela é leal a Damien e a esta alcateia. Sugiro que você se lembre disso, Liana.”
A tensão no cômodo se intensificou enquanto pai e filha trocavam um olhar silencioso. Anne observava quietamente, incerta sobre como interpretar a dinâmica entre eles.
“Eu me lembrarei,” Liana disse por fim, sua voz subjugada mas ainda firme.
“Certo, agora quando posso conhecer o meu bisneto?”
Anne sorriu e respondeu, “Quando você quiser. Tenho certeza de que você vai adorá-lo.”
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A porta rangeu aberta e, à medida que Chris entrou, ele congelou.
Seus olhos se arregalaram em choque ao ver a cena diante dele: Damien e Jessica estavam na mesma sala nus. Por um segundo, Chris não conseguiu se mover. Seu cérebro estava tentando processar o que ele estava vendo, e nada fazia sentido.
“Que diabos?” Chris murmurou, sua voz mal passando de um sussurro. Ele tinha visto muitas coisas em seus anos servindo como a mão direita de Damien, mas nada o havia preparado para isso.
“Chris,” Damien rosnou.
“Onde diabos está o avião?”
Chris piscou, ainda aturdido com a cena com a qual tinha se deparado. “O avião… Damien, o piloto desapareceu ontem à noite. Nós o encontramos algumas horas atrás—ele estava bêbado. Completamente fora de si.”
A mandíbula de Damien se fechou, seus olhos se estreitaram enquanto ele lançava um olhar raivoso para Jessica, que encontrou seu olhar com um sorriso irritantemente presunçoso.
“Você planejou isso, não foi?” A voz de Damien estava baixa, perigosa. Seus punhos estavam cerrados ao seu lado, e Chris podia ver a fúria mal contida fervilhando sob sua aparência.
Jessica se alongou preguiçosamente, indiferente à acusação. “Planejei o quê, Damien?” ela murmurou, sua voz gotejando falsa inocência. “Você que me queria aqui.”
Os olhos de Damien brilharam, e Chris deu um passo para trás, sentindo que Damien estava prestes a perder o controle.
Sem mais uma palavra, Damien girou sobre os calcanhares e começou a vestir suas roupas com movimentos rápidos e desajeitados. Seu rosto estava uma máscara de fúria e desgosto, e Chris conseguia ver que algo tinha dado muito errado na noite anterior.
Enquanto Damien abotoava sua camisa, sua mão brevemente foi até seu pescoço, ele fez uma careta ao tocar algo. Chris percebeu o movimento e franziu a testa. “Damien, o que houve?”
“Nada,” Damien estalou, embora sua voz estivesse tensa de dor. Seu pescoço latejava, e ele podia sentir a marca da mordida deixada por Jessica, o lembrete retorcido do que quer que ela tivesse feito com ele. Nesse momento, eles precisavam voltar para a alcateia, para Anne e para a bagunça que os esperava lá.
Ignorando completamente Jessica, Damien saiu tempestuoso do quarto, com Chris logo atrás dele. A tensão era espessa, mas nenhum deles falou enquanto faziam o caminho em direção ao elevador. Chris podia sentir o peso da fúria de Damien e sabia que a manipulação de Jessica havia empurrado Damien para além do limite.
Chris colocou a mão no braço de Damien para assegurá-lo.
“Certifique-se de que Jackson e sua desprezível filha não entrem no limite da alcateia.” Damien ordenou.