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- Capítulo 112 - 112 Um ataque planejado 112 Um ataque planejado Damien se
112: Um ataque planejado 112: Um ataque planejado Damien se sentou à mesa polida de mogno, concordando com a proposta de um empresário humano, mas sua mente não estava totalmente focada nas palavras que eram ditas. Ele já havia passado por milhares de reuniões como essa antes e normalmente, ele poderia lidar com elas com facilidade. Mas hoje era diferente.
Uma onda súbita de medo o invadiu, afiada e inesperada, fazendo seus músculos se tensionarem sob seu terno sob medida. Não era seu medo, porém. Era o de Anne. O puxão inconfundível de seu laço de par surgiu dentro dele e, embora ela estivesse longe, a intensidade de suas emoções o atingiu como um golpe físico. Ele podia sentir o pânico e a inquietude dela, como se ela estivesse chamando por ele sem palavras. Seu peito apertou.
Damien se remexeu desconfortavelmente na cadeira, tentando manter sua compostura enquanto os homens ao seu redor falavam sobre números, logística e projeções de mercado. Seu lobo se agitava dentro dele, inquieto, como se sentisse a angústia de seu par.
Ele olhou para o celular, que estava com a tela para cima sobre a mesa, e pensou em sair da sala naquele momento. Mas não — ele tinha que terminar a reunião. Ele apertou a mandíbula, forçando-se a focar o suficiente para continuar o resto da conversa.
Uma vez fora da sala de reuniões, ele pegou seu celular e ligou imediatamente para Anne. Chamou uma vez. Duas vezes. Três vezes. Sem resposta.
Seu coração começou a bater forte. Ela sempre atendia suas ligações, especialmente quando ele procurava através do laço de par como agora.
Ele tentou novamente, mas ainda sem resposta.
“Maldição,” ele murmurou sob sua respiração, andando de um lado para o outro pelo corredor.
Algo estava muito errado. O medo que ele sentia pelo laço não era uma ansiedade normal. Era mais profundo, mais intenso. Anne estava em apuros e não estava atendendo. Seu lobo urrava dentro dele, rasgando seu controle, exigindo que ele deixasse tudo e corresse para ela.
Damien chamou por Chris, que havia se juntado a ele para a reunião em Chicago.
“O que está acontecendo de volta à alcateia?” Damien perguntou, sua voz mais aguda do que pretendia. “Eu posso sentir as emoções de Anne—ela está com medo. Ela está em apuros. Por que ela não atendeu minhas ligações?”
Houve uma breve pausa antes de Chris responder, “Alfa, houve uma situação com o conselho.”
O sangue de Damien gelou. O conselho. Esses tolos intrometidos sempre causavam problemas, mas isso parecia diferente. “O que aconteceu?” ele exigiu.
“Anne foi acusada de… bem, de quebrar a lei, Alfa. Alfa Jackson descobriu que Anne estava envolvida na morte de Ronald. O ex-marido de Heather. O conselho veio à alcateia mais cedo hoje para interrogá-la. Eu acho que eles queriam levá-la para investigar.”
“Levá-la embora?” A voz de Damien era agora um rosnado baixo, a fúria surgindo dentro dele. Ninguém levaria Anne. Não enquanto ele ainda respirasse. “Onde ela está agora? Ela está segura?”
“Ela ainda está na casa da matilha,” Chris rapidamente o tranquilizou. “Madame Luna interveio—ela convenceu o conselho a deixar Anne ficar sob sua proteção, pelo menos por enquanto. Mas está tenso, Alfa. O conselho está suspeitando, e há muita pressão sobre Anne.”
A mente de Damien corria. Isso era inesperado. Sua mãe nunca havia gostado de Anne. Ainda assim, Damien não podia confiar no conselho para ser justo, e ele não podia deixar Anne enfrentar isso sozinha.
“Cancele todas as minhas reuniões; estamos voltando,” Damien disse, sua voz apertada com determinação. “Não me importo com o que for preciso.”
“Sim, Alfa,” Chris respondeu, seu tom respeitoso, mas impregnado de preocupação. “Manterei você informado.”
Damien havia feito tudo o que podia para fazer os arranjos para seu retorno imediato à alcateia, mas ele ainda se sentia preso pela distância. Ele não conseguia se livrar da sensação de medo de Anne através do laço de par, a sensação rastejando sob sua pele como uma coceira persistente.
Mas agora, tudo o que ele podia fazer era esperar o jato estar pronto, e esperar era algo que ele nunca foi bom. Precisando aliviar a tensão de seus nervos, Damien se dirigiu a o bar do hotel, esperando que uma bebida pudesse abafar a energia inquieta que percorria seu corpo.
O bar estava mal iluminado, com um brilho âmbar quente lançando sombras sobre a madeira polida e a decoração de couro. Estava mais silencioso que o habitual; apenas alguns clientes espalhados. Ele pediu um uísque puro ao bartender e sentou-se num canto. A queimação aguda do álcool descendo pela sua garganta era uma distração bem-vinda, mas não era suficiente para acalmar a tempestade que rugia dentro dele.
Enquanto levantava o copo aos lábios para mais um gole, algo — ou melhor, alguém — chamou sua atenção. Uma figura sentada a algumas mesas de distância, seus longos cabelos loiros caindo pelos ombros, girando casualmente um copo de vinho tinto. Ele franziu a testa, uma sensação de reconhecimento surgindo lentamente.
Jessica.
Seu humor mudou instantaneamente, de frustração borbulhante para raiva explícita. O que diabos ela estava fazendo aqui?
Ele empurrou a cadeira para trás de forma brusca e caminhou em direção a ela, o som de suas botas pesado contra o assoalho de madeira. Jessica olhou para cima quando ele se aproximou, seus lábios curvando em um sorriso que não alcançava seus olhos.
“Damien,” ela murmurou, seu tom doce e casual, como se fossem velhos amigos se encontrando por acaso. “Que surpresa te ver aqui.”
“O que diabos você está fazendo aqui?” Damien exigiu, sua voz baixa e perigosa, mal conseguindo controlar seu temperamento. “Em Chicago? Você me seguiu?”
Jessica tomou um gole lento de seu vinho, seus olhos nunca deixando os dele. “Talvez,” ela disse, sua voz leve com um toque de provocação. “Eu estava apenas passeando. Explorando a cidade.”
A mandíbula de Damien se apertou, suas mãos se fechando em punhos ao seu lado. “Passeando?” ele repetiu, a incredulidade colorindo suas palavras. “Você acha que eu sou idiota, Jessica? Não quero nada com você.”
O sorriso de Jessica vacilou ligeiramente, mas ela manteve a compostura. “Eu pensei que talvez pudéssemos conversar,” ela disse, sua voz suave, quase implorando agora. “Sinto sua falta, Damien.”
“Não me importo,” ele retrucou, sua paciência evaporando. “Eu já te disse antes—eu tenho um par. Não quero nada com você. Me deixe em paz.”
A expressão de Jessica escureceu por um breve momento, mas antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, Damien virou-se nos calcanhares e saiu do bar, sua mente já acelerada com pensamentos sobre Anne e o quão logo ele poderia voltar para ela. A súbita aparição de Jessica era apenas mais uma complicação de que ele não precisava.
Enquanto ele caminhava pelo corredor silencioso do hotel, sua mente estava nublada pela frustração.
Foi então que algo o atingiu.
O golpe veio do nada, um impacto agudo e doloroso na parte de trás de sua cabeça. Damien cambaleou para frente, desorientado, o corredor girando ao seu redor. Sua visão embaçou e ele estendeu a mão para se estabilizar, mas seus joelhos dobraram sob ele.
Seu lobo rosnou dentro dele, mas Damien não conseguiu reagir rápido o suficiente. Seu corpo desabou no chão, o piso frio se aproximando rapidamente. A escuridão avançava pelas bordas de sua visão enquanto ele lutava para permanecer consciente e lutar contra a negritude que o puxava para baixo.
A última coisa que ele ouviu antes de tudo escurecer foram os suaves passos atrás dele.
Então, silêncio.