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- Capítulo 100 - 100 Respostas 100 Respostas Damien entrou no escritório do
100: Respostas 100: Respostas Damien entrou no escritório do pai, sua mente acelerada com tudo o que havia descoberto. A porta clicou ao fechar-se atrás dele, e Alfa Richard olhou para cima de trás de sua mesa, seus olhos penetrantes se estreitando diante da expressão séria do filho.
“Damien,” Richard saudou, recostando-se na cadeira. “O que te traz aqui?”
Damien não perdeu tempo. “É o Blaze. Ele estava por trás do ataque à Anne no Alasca.”
A expressão de Richard escureceu instantaneamente.
“Blaze?” ele repetiu, sua voz baixa e perigosa. “Essa serpente sempre teve ambições pelo meu cargo. Mas atacar sua companheira—ele desceu mais baixo do que eu imaginava ser possível.”
Damien assentiu, sua própria raiva fervilhando logo abaixo da superfície. “Ele vem maquinando há algum tempo. Temos as provas, Pai. Não deveríamos nos vingar? Levar isso para o conselho e fazê-lo ser punido.”
Richard inclinou-se para a frente, suas sobrancelhas franzidas em pensamento. Por um longo momento, ele não falou, seu olhar agudo fixo em um ponto atrás de Damien. Seus olhos estavam fixos em Liana.
“Sim. Levaremos isso ao conselho.” Liana proclamou enquanto entrava.
Damien olhou para sua mãe.
“Há algo mais. Blaze não é o único com quem precisamos nos preocupar. E se ele e Alfa Jackson decidirem unir forças?”
A cabeça de Richard levantou-se abruptamente com a menção de Jackson, seus olhos se estreitando com suspeita. “Jackson?” ele rosnou. “Aquele tolo não se atreveria.”
Sua mãe, Liana, agora de pé ao lado do pai, permaneceu calma.
“Jackson e Blaze?” Richard rosnou, o tom de sua voz cheio de desdém. “Esses dois se odeiam. Eles nem sequer sobreviveriam a uma conversa, quanto menos trabalharem juntos.”
“O ódio pode ser um poderoso vínculo quando ambos têm algo a ganhar com isso.”
Damien assentiu, grato por sua mãe ver o perigo que ele estava sentindo. “Exatamente. Jackson quer retaliação pelo que aconteceu com Jessica. Agora que estou comprometido, ela perdeu sua chance, e Jackson vê isso como uma humilhação. E Blaze—ele nunca abandonou suas ambições de tomar seu lugar. Não é tão fantasioso que eles se unam, mesmo que se desprezem.”
“Jackson não irá contra nós porque eu tenho seus segredos sórdidos.” Liana declarou.
“Que segredos?” Damien perguntou.
Liana fez uma pausa por um momento e continuou, “Tráfico humano. Ele não arriscaria ir contra nós quando eu tenho esse poder sobre ele.”
Damien ficou paralisado, sua mente girando com o peso das palavras de sua mãe.
“Tráfico humano?” A voz de Damien estava pouco acima de um sussurro, mas o horror nela era claro. Seu coração batia em seu peito, cada batida mais alta e mais insistente do que a anterior. Ele mal conseguia olhar para sua mãe. “Por que você não informou o conselho, Mãe? Isso é uma violação das nossas leis. Jackson teria sido expulso, despojado de seu título—”
Liana levantou a mão, silenciando-o. Sua expressão estava calma e controlada, como alguém que já havia pensado muito nisso antes mesmo de Damien saber que tais coisas existiam.
“Damien, há mais em liderar uma matilha do que seguir as leis cegamente,” ela disse, sua voz firme ainda que entremeada por aquela suavidade materna que sempre o fazia sentir-se como uma criança de novo. “Política é sobre sobrevivência. Se eu tivesse exposto Jackson, teria causado mais mal do que bem. Você acha que o conselho teria agido rapidamente? Talvez. Talvez não. Mas expor Jackson teria desestabilizado mais do que apenas sua matilha. Outras matilhas dependem de suas conexões para comércio e influência. O efeito cascata teria sido desastroso.”
“Mas, Mãe—” Damien interrompeu, sua voz subindo com frustração. “Prejudicar humanos, traficá-los… isso é imperdoável. As leis são claras. É proibido prejudicá-los desnecessariamente. Supostamente estamos aqui para protegê-los! Como você pode simplesmente—”
“Política, Damien,” Liana interrompeu, sua voz agora mais afiada, mais direta. “Às vezes é sobre tomar decisões difíceis. A justiça é importante, mas manter o equilíbrio, conservar as matilhas unidas—é isso que mantém tudo junto. Sem isso, teríamos o caos. E o caos nos destruiria muito mais rapidamente do que Jackson jamais conseguiria.”
Ele passou a mão pelos cabelos, tentando processar as implicações. Era uma estratégia, um movimento de xadrez no grande jogo de poder. Mas não estava certo para Damien.
“Você queria que eu me unisse à Jessica por causa disso,” ele disse quietamente, a realização amanhecendo. “Você pensou que alinhando-me com a filha do Jackson, poderíamos cimentar esse controle. Mantê-lo sob controle. Mas agora—”
Liana não se abalou. Ela encontrou o olhar de seu filho diretamente, sem vergonha. “Sim, essa era parte da questão. Jackson nunca teria se atrevido a mover-se contra nós se você e Jessica estivessem unidos. Teria sido uma aliança política que garantiria a paz para ambas as matilhas. Mas você fez sua escolha, e eu não vou forçá-lo a se unir com alguém que você não ama. Se Anne é quem você escolheu, então eu te apoio. Eu talvez não tenha aprovado ela inicialmente, mas se ela te faz feliz, estarei ao seu lado.”
Damien sentiu um nó se apertar em seu peito. Ele estava conflitado. Algo que se parecia com traição. Como ela poderia ter mantido isso escondido dele? Como ela poderia ter deixado Jackson continuar suas práticas vis apenas pelo bem da alavancagem política?
“Isso não está certo,” Damien disse, sua voz baixa e tensa. “Temos que tomar uma ação contra Jackson. Ele não pode ser permitido continuar com isso. Não importa o que você pense, Mãe, algumas coisas são importantes demais para se transigir. Você sabe disso.”
Os olhos de Liana suavizaram, mas ainda havia aço em seu olhar. “Você é jovem, Damien. Você ainda vê o mundo em preto e branco. Eu invejo isso em você. Mas você vai aprender, como seu pai e eu aprendemos, que o mundo é muito mais complicado do que você pensa. Você tem que escolher suas batalhas. E às vezes, o preço da justiça é mais alto do que você está disposto a pagar.”
“Preciso de um tempo sozinho, mãe.”
Damien cerrava os punhos, sentindo a tensão crescer dentro de si. Ele precisava de ar. Ele precisava pensar. Sem dizer mais nada, virou-se e saiu do escritório. A porta pesada fechou atrás dele com um baque surdo.
Richard virou-se lentamente, os olhos se estreitando em direção à sua esposa.
“Liana,” ele começou, sua voz baixa, mas firme, “o que exatamente você está planejando? Às vezes, não entendo você.”
“Estou tentando eliminar nossos inimigos, Richard,” ela disse calmamente, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. “Não é isso que você quer? O que é melhor para Damien e para a matilha?”
Richard suspirou, deslocando-se para sua mesa, mas sem sentar-se. Ele se apoiou na borda, cruzando os braços, estudando-a. “Eu não entendo.”