O Amor de um Lican - Capítulo 29

29: FIREBIRD 29: FIREBIRD Raine abruptamente largou suas mãos e cobriu as orelhas. O rugido de Torak estilhaçou a atmosfera tensa no quarto vazio, sacudiu o chão sob eles e enviou um arrepio à sua espinha.

A última coisa que Raine viu foi Torak avançando sobre ela, seus olhos se arregalaram antes de ela abruptamente fechá-los, temendo ver o impacto que aconteceria uma vez que uma criatura com um peso aproximadamente vinte vezes maior que o dela, esmagasse seu corpo.

No entanto, tudo o que ela sentiu foi o pelo macio do lobo roçando seu braço quando seu rugido feroz irrompeu de sua garganta. Raine se encolheu, afastando-se da fonte do som com os olhos ainda fechados.

Ela rastejou para fora da cama e cambaleou para longe, sem realmente saber a direção que seguia. Ela tropeçou enquanto tentava se levantar e olhou freneticamente ao redor.

Naquele momento, ela ouviu outros rosnados ensurdecedores vindos do outro lado enquanto a porta se abria violentamente das dobradiças, rasgava e batia contra a parede com um som assustador.

Sem querer, Raine avistou o lobo de Torak e incontáveis lobos grandes de diferentes cores entraram em seu campo de visão.

A visão a aterrorizou enquanto seu coração batia dolorosamente. Com as palmas das mãos suadas, Raine alcançou a maçaneta do armário e espremeu seu corpo trêmulo para dentro. Com as duas mãos, que estavam perto de perder a força, ela fechou a porta.

Raine enterrou a cabeça entre os joelhos enquanto tapava os ouvidos, esforçando-se para desviar a atenção de qualquer coisa, exceto os rosnados e sons de ossos sendo esmagados atrás da porta. Mas, ela não tinha muitas opções, pois a única coisa proeminente ao seu redor era a escuridão.

Lá fora, a batalha entre os lobisomens e cinco Kanimas havia terminado. Todos os Kanimas estavam mortos mesmo antes da ajuda de reforço arrebentar a porta.

Torak matou aqueles transformistas em pouco tempo, seus olhos brilhavam com fúria na cor do sangue.

Enquanto essas criaturas haviam sido despedaçadas em centenas de pedaços sob as presas do lobo branco. Sangue pingava de suas garras afiadas e deixava rastros sobre o seu pelo branco.

Ele parecia mais feral do que nunca, uma criatura mítica que havia vivido na terra desde séculos atrás.

Depois que tudo acabou, ele voltou à sua forma humana, mas seus olhos ainda estavam vermelhos de sangue, enquanto o resto seguiu, transformando-se em sua forma humana um a um.

As roupas de Torak estavam manchadas com sangue, a cor era radiante adicionada à sua expressão enfurecida, e ninguém se atreveu a falar enquanto baixavam o pescoço de maneira submissa, com muito medo de chamar a atenção da besta para si mesmos, incluindo Rafael e Calleb.

Enquanto isso, Torak rasgou suas roupas e as jogou de lado enquanto farejava o ar, ele olhou na direção onde sua parceira havia ficado durante a luta. Ele não queria que Raine visse esse lado dele, mas ele não conseguiu se conter quando viu cinco Kanimas de repente surgindo atrás de sua parceira com caninos alongados, prontos para atacá-la.

O pensamento o fez estremecer de medo e enfurecer ao mesmo tempo. Sentindo a raiva de seu alfa, todos os licanos recuaram alguns passos dele.

Torak levantou a mão esquerda como se estivesse chamando alguém, ou algo.

Pouco depois, uma chama ardente apareceu nas pontas de seus dedos ao pousar suavemente e formar um pássaro tão grande quanto um falcão com penas majestosas que brilhavam intensamente como uma fogueira. Essa pequena criatura era o famoso pássaro de fogo.

O pássaro místico voava das pontas dos dedos de Torak e sobrevoava as carcaças no chão, enquanto o pássaro flutuava no ar, era como se a pequena ave deixasse pó de fogo e queimasse o que restava dos corpos dos Kanimas e os transformasse em cinzas.

“Tão cruel.”

Uma voz áspera soou do fundo do pequeno grupo de licanos. Ao mesmo tempo, mais de dez cabeças dirigiram seus olhos alertas para a fonte da voz.

Percebeu-se que havia um jovem com olhos dourados e cabelos cacheados longos que chegavam aos ombros. Ele estava parado em frente ao grande armário atrás deles. No entanto, ninguém percebeu sua presença até que ele falou.

Eles tentaram farejar o ar, mas seu senso não capta nada. Este homem não tinha cheiro.

Torak avançou e rosnou mais fundo à medida que suas garras se alongavam, caminhou sem hesitação em sua direção.

“É melhor você ficar onde está.” Ele arrastou as palavras, seus olhos brilhavam fortemente. “Ou…” Ele alcançou a maçaneta do armário e estava prestes a abrir a porta quando o pássaro místico se atirou em sua direção em uma velocidade relâmpago.

Apesar da incrível velocidade da ave, ele a desviou facilmente. No entanto, a próxima coisa que soube foi que Torak tinha envolvido seus dedos esguios em seu pescoço.