971: A BATALHA FINAL (37) 971: A BATALHA FINAL (37) Dean e Pax monitoravam a situação no porto e ficaram atônitos, pois era a primeira vez que viam o oceano drenar, e a vasta terra que de repente apareceu parecia muito estranha.

 
Três horas se passaram desde que isso aconteceu e já havia muitos transformadores a caminho dos navios, abandonando este continente, enquanto aqueles que ficaram ainda acreditavam que o alfa Cano e a luna Iris poderiam fazer algo para consertar a situação.

 
Ficaram sabendo que o alfa e a luna haviam retornado e sobrevivido ao miasma venenoso, então, depositaram suas esperanças neles.

 
Atualmente, Iris estava tentando descobrir o que fazer com toda essa situação. Abby visitou sua mãe na masmorra e tentou obter mais informações, qualquer coisa que pudesse ajudá-los.

 
“Precisamos ir embora, Abby,” disse a Anciã Rosa, ela estava atrás do bar. Felizmente, o Ancião Dandolf e o Ancião Xarex ocupavam celas diferentes em diferentes partes da masmorra, então Abby e a Anciã Rosa puderam ter essa conversa privada. “Algo grande vai acontecer. Todos nós morreremos.” Ela parecia genuinamente assustada.

 
“Se você não me contar o que vai acontecer, todos nós realmente morreremos.” Abby sentiu um pouco de pena da Anciã Rosa. Para ela acabar nesse lugar miserável era algo que nunca tinha imaginado antes. “Me diga, você sabe por que a água do oceano secou?”

 
A Anciã Rosa torcia os dedos. Ela cerrava a mandíbula. Ela sabia de algo, mas não queria contar. Abby reconhecia seu hábito.

 
“Mãe,” Abby a chamou gentilmente. “Eu te amo, mãe. Mas, por que você nunca me amou de volta? Você sempre colocou tudo à minha frente. Agora eu tenho um bebê, não consigo imaginar tratar minha filha do jeito que você me tratou. Você não pode acertar uma coisa? Você pode me colocar em primeiro lugar desta vez?”

 
A Anciã Rosa desabou em lágrimas desta vez, era difícil ver uma mulher tão orgulhosa chorar descompassadamente diante dela.

 
Agora, ela não parecia nada além de uma mulher velha e lamentável. Ela estava lutando com tantas coisas em sua vida, mas era uma ocasião rara ela deixar alguém saber o quão quebrada estava por dentro. Nem mesmo Abby tinha visto esse lado dela.

 
Lá fora, o céu tinha escurecido, pois o sol lentamente desaparecia atrás do horizonte e quando Abby procurou por Iris, ela estava amamentando seus bebês.

 
Finalmente, o segundo bebê estava disposto a abrir os olhos e eles puderam ver seus belos olhos dourados, mas não por muito tempo antes de ele voltar a dormir novamente depois de encher seu pequeno estômago. 
 
Enquanto isso, seu gêmeo era muito ativo, fazia barulhos de bebê e olhava ao redor com curiosidade.

 
Cano estava com Ethan e Jace discutindo a situação e Zale literalmente grudava nos bebês se Zephyr não o arrastasse para dar-lhe algumas tarefas para fazer.

 
“Eu preciso falar com você sobre algo,” Abby disse, enquanto se aproximava de Iris. Ela estava rodeada de pessoas, que a amavam e fariam qualquer coisa por ela, enquanto Abby só tinha Cedric, e mesmo assim o cavaleiro não pertencia a ela. Cedric era um dos protetores de Iris também. “Sozinhas.”

 
Abby invejava isso. Ela cresceu sem ninguém, até agora, ela não tinha ninguém, a não ser seu bebê.

 
“Tudo bem.” Iris entregou seu primeiro filho para Hanna e seguiu Abby para fora, onde ela lhe contou tudo que a Anciã Rosa tinha revelado. “Uma grande cascata? O que é isso?”

 
Abby balançou a cabeça. “Ela só disse que a grande cascata nos matará a todos, não importa quão longe fujamos, não seremos capazes de escapar dela, já é tarde demais para embarcar no navio e deixar este continente também.”

 
Eles estavam numa situação perigosa.

 
“O que mais?” Iris estreitou os olhos. Ela não sabia se a Anciã Rosa estava contando a verdade para Abby ou não, mas sabia que o fenômeno estranho que aconteceu com o oceano não era um bom sinal.

 
Abby cerrava a mandíbula. “A Anciã Rosa disse que está disposta a contar tudo se você for visitá-la. Há algo que ela queria conversar apenas com você.”

 
Iris sabia que a Anciã Rosa encontraria um jeito de ter essa conversa com ela. Não é que ela não estivesse curiosa sobre sua origem, mas neste ponto, ela sentia que não importava, se sua mãe fosse a segunda filha da Anciã Rosa ou não, ela ainda era uma estranha para ela.

 
Além disso, ela tinha um mau pressentimento. Investigar sua origem seria como abrir uma lata de minhocas, ela não tinha reserva emocional para lidar com isso agora.

 
“Eu tentei pressionar mais, mas ela não cedeu. Ela queria ver você.”

 
No final, a Anciã Rosa encontrou uma maneira de forçar Iris a se encontrar com ela.

 
“Eu vou vê-la,” Iris disse. Essa era uma coisa que ela tinha que enfrentar mais cedo ou mais tarde. “Onde está o Cano?” Iris perguntou a Kian, que os seguia. “Você pode chamá-lo e dizer para ele me encontrar na masmorra?”

 
Kian assentiu e a deixou com Zephyr, enquanto ele procurava pelo alfa e, quando Iris chegou, Cano já estava lá. Ele parecia calmo como sempre. Sob a suave luz da lua, ele parecia distante e etéreo.

 
“Você tem certeza de que vai encontrá-la?”

 
Iris assentiu. “Mas, eu quero que você esteja lá comigo.” Ela precisava de apoio emocional, caso fosse demais para ela.

 
Felizmente, a Anciã Rosa não era uma transformadora, então ela não saberia se Cano estivesse por perto e ouvindo a conversa delas.

 
“Ok,” Cano disse e juntos eles entraram na masmorra, enquanto o alfa esperava na porta e Iris caminhou em direção à cela. Era como um corredor, onde se veria celas vazias à esquerda e à direita. A Anciã Rosa estava na terceira cela.

 
“Corte o caso, o que você quer falar comigo?” Iris perguntou, ela parecia insensível.

 
“Você pode chegar mais perto? Eu quero te olhar.” A Anciã Rosa pressionou o rosto contra as barras, embora Iris não tenha feito o que ela pediu. “Eu deveria saber que é você. Eu deveria saber que é você… que estúpida eu sou por não reconhecê-la. Você é filha da Nera. Não é de se admirar que você se pareça com a Abby…”

 
“Você pode me falar sobre essa grande cascata?” Iris não queria se distrair. Essa questão era muito mais importante agora.

 
A Anciã Rosa suspirou profundamente e explicou o que Abby tinha lhe dito, mas ela acrescentou mais alguns detalhes. “Você tem a pedra mágica do ar com você. Você pode pará-la.”

 
“Como?” Iris nunca tinha recebido um treinamento apropriado com seu poder e apesar de seu avanço notável em compreender o conhecimento descobrindo por conta própria, ela ainda tinha dificuldades sem nenhuma orientação.

 
“Eu lutei uma batalha feroz cinquenta anos atrás. Eu vou te ensinar. Eu vou te mostrar. Tire-me daqui e eu vou te mostrar como fazer.” A Anciã Rosa olhou para Iris. “Iris, talvez você não saiba disso, mas sua mãe carregava não apenas um direito de nascimento.”

 
Nera era única, ela carregava a linhagem dos Serafim da Anciã Rosa, mas esse não era seu único direito de nascimento.

 
O pai de Nera era um forte usuário de magia. Ele era um dos protetores da Anciã Rosa. O único homem que ela amou, mas quando o caso deles foi descoberto, ele teve que enfrentar a punição.

 
No entanto, Ari não era apenas um mero forte usuário de magia, ele era o segundo príncipe do continente Andelus.

 
O Reino de Andelus era ofuscado pelo Reino Sagrado, porque na maioria das vezes, eles olhavam mais para o Reino Sagrado e este último tinha uma influência maior. Portanto, a existência do Reino de Andelus era semelhante à de uma assistência para o Reino Sagrado.

 
Embora Ari fosse o segundo príncipe, ele não conseguiu escapar da punição depois que o caso foi revelado. Eles não deixaram isso ser conhecido pelo público e os de fora pensaram que Ari morreu durante uma das batalhas dos Serafim.

 
Uma coisa sobre a família real do Reino de Andelus, as mulheres descendentes deles herdariam um forte poder espiritual. Ele sempre seria transmitido às mulheres da família real.

 
Isso explicava como Iris podia ver o espírito dos outros embora eles não fossem transformadores.

 
Iris estava enganada ao pensar que essa habilidade pertencia aos Serafim, o poder dos Serafim que ela ainda não tinha compreendido. Ao que tudo indicava, esse era o seu segundo direito de nascimento que ela recebeu de sua mãe. Mas, quem era seu pai?

 
“Iris, você é poderosa o suficiente para deter o Rei, mas você precisa de alguém para guiá-la. Seu poder forte será inútil se você nem mesmo souber como usá-lo.” A Anciã Rosa lhe pareceu genuína pela primeira vez, ela fitou Iris, imaginando como Nera era quando estava viva. Ela nunca a tinha segurado em seus braços. “Deixe-me ajudá-la.”

 
“Você não me ajuda, Anciã Rosa. Você está ajudando a si mesma.” Iris a corrigiu. Mas então, ela estendeu a mão e queimou o aço, libertando-a da cela, assim como ela havia libertado o pequeno tigre de diamante branco.

 
A Anciã Rosa ficou emocionada ao ver isso, mas a voz fria de Iris a impediu de ficar muito feliz.

 
“Você ainda não é ninguém para mim e eu espero que você aja de acordo.” Iris caminhou em direção à porta, onde Cano a esperava e para sua surpresa, Abby também estava lá, ouvindo toda a conversa.

 
Havia essa tristeza em seus olhos.