O Alfa: Conquistando a Filha do Inimigo - Capítulo 96

96: GEMENDO DE DOR 96: GEMENDO DE DOR Cano tinha as costas voltadas para Iris, então ela não sabia do que ele estava falando até que irritasse Redmond, mas ela ficou sem palavras ao ler a declaração do guerreiro.

“Ela não consegue fazer nada e só vai nos atrasar. Será problemático se ela ficar doente! Vocês se esqueceram como ela é fraca!?”

Iris fez uma careta. Ela sabia muito bem que poderia ficar doente facilmente e ficou agradecida quando Redmond defendeu, mas dizê-lo abertamente em seu rosto, especialmente quando ele falava como se ela não estivesse lá, a deixou incapaz de decidir se agradecia ou se irritava.

“Se tiver sorte, você só pode levar quatro pessoas com você! Ela só ocupará espaço!”

Iris franziu a testa ainda mais. Isso… suas palavras… ela sentiu tanta raiva apenas por ler isso.

“Isso não cabe a você decidir”, respondeu Cano calmamente. Ele não se intimidou ao ver a animosidade nos olhos de Redmond, ele passou pelo inferno para ser intimidado por um mero guerreiro. “Vaza.”

Redmond se afastou ao ouvir aquela voz fria sem perceber. Tal aura intimidadora era algo que alfa Gerald nunca teria. Aquele homem era cruel e egocêntrico.

Lá fora, a chuva não estava mais caindo, mas estava garoando levemente e o cheiro de chuva emanando da terra molhada enchia o ar com um aroma refrescante.

Entretanto, antes de sair desse túnel, Cano se virou e franziu a testa para Iris. “Você não vai?”

Iris ficou surpresa que ele se lembrava dela. Acenando com a mão para Redmond, porque ela não queria conversar com ele, já que ele a incomodara, ela seguiu Cano até a casa da matilha.

“Venha, está chovendo.” Iris inclinou o guarda-chuva em sua direção, mas ele o afastou.

“Eu já estou encharcado.” Não fazia sentido se abrigar naquele guarda-chuva pequeno e maltrapilho, quando ele mal era suficiente para mantê-la seca. O alfa ficou ainda mais surpreso que conseguiram encontrar um guarda-chuva, já que não costumavam usá-los.

Ambos caminharam na garoa, enquanto o céu começava a clarear. Choveu nos últimos dias, não houve um dia de céu claro desde que chegaram aqui.

“Então, você decidiu ir ao mercado negro?” Iris sentiu-se constrangida caminhando lado a lado com Cano, enquanto ele não dizia nada. Além disso, ela estava curiosa sobre o porquê de ele ter mudado de ideia.

Iris olhou para Cano, mas ele não respondeu.

“O que aconteceu com os comerciantes?” Iris perguntou novamente, mas foi recebida com silêncio. “Por que você precisa de mim para ir?”

Cano ainda não queria responder, o que fez Iris parar de perguntar e voltou a caminhar em silêncio.

Depois de estarem na casa da matilha, Iris pensou que Cano iria imediatamente para algum lugar, mas ele realmente caminhou em direção ao quarto dele, que ficava próximo do dela, mas antes dela entrar no próprio quarto, ele segurou a porta.

“Diga a Graça para preparar todos os medicamentos que você provavelmente precisará para uma longa jornada.” Cano encarou seu rosto pálido. “Certifique-se de não ficar doente no caminho.”

E depois de dizer isso, Cano entrou no quarto e fechou a porta, deixando Iris em silêncio.

“Eu também não quero ficar doente, você sabe…”
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“Você irá ao mercado negro?” Hanna arregalou os olhos surpresa. Ela parecia muito preocupada, pois não achava que era uma boa ideia. “Você nunca viajou tão longe, senhorita, e pelo que ouvi, é um lugar muito perigoso.” Ela mordeu o lábio nervosamente.

“Eu irei com o alfa”, Iris lembrou.

Hanna franziu a testa. “O alfa é tão estranho por pedir para você ir nesta viagem.” Não é como se ele fosse proteger a senhorita se algo acontecesse, certo? Ele provavelmente comemoraria se algo ruim acontecesse com ela.

Embora Hanna não mostrasse, ela ainda guardava ressentimento pelo que aconteceu com Iris quando quase morreu, sendo apedrejada pelas pessoas. O alfa nem sequer puniu sua amante, apesar de saber que foi ela quem provocou as pessoas.

“Por que você não pergunta por que ele quer te levar?”

“Já perguntei, mas ele não respondeu.” No entanto, Iris tinha seu próprio palpite. Como seria uma longa jornada, ninguém conseguiria dizer se ele conseguiria voltar antes da lua nova ou não.

E, por alguma razão estranha, a presença dela fazia o lycan se acalmar o suficiente para não criar um alvoroço e, pelo que ela entendeu, sua presença também diminuía a dor dele.

“Eu não quero que você vá…” Hanna reclamou. Ela franziu a testa.

No entanto, Iris não podia dizer a mesma coisa. Ela tinha sido trancada em seu próprio quarto por anos porque seu pai e seu irmão pensavam que ela era uma praga. Foram apenas algumas vezes que ela conseguiu sair da casa da matilha.

Sendo assim, poder ver outros lugares era algo que ela realmente queria fazer.

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Uma lua crescente pálida brilhava como uma garra de prata no céu noturno, a geada crescendo nas janelas mesmo com o braseiro mantendo a sala aquecida.

Porém, Cano ainda sentia esse frio, era o tipo de frio que se infiltrava em seus ossos. A única coisa a fazer era continuar se movendo, continuar se movendo em direção a casa e ao calor constante da lareira.

O céu era um cobertor revolto de nuvens da cor de cinza molhada e o chão estava tão escuro e, conforme ele continuava caminhando, via uma luz tremeluzente à distância.

Entretanto, antes que ele pudesse alcançar isso, Cano acordou sobressaltado. Suor escorria pela sua testa, enquanto ele olhava ao redor, em alerta.

Somente quando percebeu que estava sozinho ele baixou a guarda.

Ele se ergueu da cama e segurou a cabeça latejante. E quando a realidade finalmente se fez presente, ele ouviu um gemido vindo do quarto de Iris.

Cano franziu a testa e levantou-se da cama, caminhou em direção à porta adjacente, de onde ouviu Iris gemendo de dor.