O Alfa: Conquistando a Filha do Inimigo - Capítulo 88

88: QUARTO DA LUNA 88: QUARTO DA LUNA Como prometido, a casa da matilha ficava a uma hora de distância dos portões principais deste lugar.

A essa altura, Iris estava completamente acordada, observando o ambiente e gravando tudo em sua mente. O que Redmond disse estava certo. Esta matilha estava… deserta.

Esta matilha era quase como um lugar abandonado. Deve ter algo a ver com aquele que liderou esta matilha como alfa atuante durante a escravidão do Cane. Não era exagero quando Redmond disse que esta matilha dependia fortemente da Matilha da Lua Azul para voltar ao normal.

Quanto tempo isso levaria? Provavelmente levaria de três a cinco anos para que esta matilha se tornasse independente novamente. Essa também era a razão pela qual Cane arriscou tudo e insistiu em manter a Matilha da Lua Azul, porque sem seus recursos, a Matilha do Lobo Uivante estaria condenada.

Pai, o que você fez com essas pessoas?

Vendo tudo isso, Iris sentiu algo puxando seu coração e sua consciência. Ela queria se desculpar profundamente por algo que não fez e nem sequer estava ciente. Abaixou a cabeça envergonhada ao ver essa terra abandonada por Deus.

Durante esse tempo, Cane não disse nada, cavalgou um pouco mais rápido depois de observar tudo. Ele sabia que este lugar seria horrível, mas estava muito pior do que ele esperava. A visão de sua própria matilha o deixava para baixo. Muitas coisas deveriam ser feitas e, com esse pensamento, ele sabia que dedicaria toda a sua vida à reconstrução desta matilha.

Mas, no fim das contas, ele não teria seu próprio sangue para herdar isso.

Cerrando os dentes, ele cavalgou mais rápido até a casa da matilha, que podia ser vista de longe. O prédio era magnífico, com um enorme jardim que se estendia desde a entrada até o edifício principal.

Atrás deles, Will e Jace os seguiam de perto em seus próprios cavalos, enquanto Ethan estava no final da comitiva para garantir que não houvesse problemas.

Assim que chegaram às portas da frente da casa da matilha, que parecia quase um castelo, Cane imediatamente desceu de seu cavalo e ajudou Iris a fazer o mesmo. Ele a levantou com facilidade e a ajudou a descer antes de entrar no edifício, deixando-a sozinha para trás.

Confusa, Iris seguiu imediatamente Cane, porque não sabia para onde mais deveria ir se não fosse seguir seu alfa.

“Alfa!”

Uma voz ecoou neste salão principal, que era tão amplo e vazio. Parecia que cada peça de mobília havia sido jogada fora. Uma coisa que Iris ouviu falar sobre esta casa da matilha foi que o alfa atuante anterior havia transformado este lugar em uma casa de prazeres. Fazia sentido que Cane não quisesse nada com os móveis antigos.

“Alfa! Desculpe eu não ter vindo ver você, acabei de conferir seu quarto e me certificar de que tudo está de acordo com sua preferência.”

Um homem no início dos sessenta anos veio correndo cumprimentar Cane, seus olhos brilhavam intensamente, quase a ponto de admiração. Ele suspirou aliviado ao ver que o alfa estava bem.

“Estava tão preocupado, houve uma tempestade noite passada e você não retornou ontem.” Ele parecia tão preocupado e quase à beira das lágrimas, se Iris pudesse dizer.

De alguma forma, ver como as pessoas desta matilha respeitavam Cane aqueceu seu coração. Mostrava realmente que tipo de alfa ele era para fazer seu povo amá-lo tanto assim.

“Você não precisa se preocupar com detalhes tão triviais, Kaz”, respondeu Cane, enquanto o velho mantinha a cabeça baixa. “Vou para o meu quarto, pode dar uma olhada nas carruagens que trouxe comigo e levar minhas coisas para lá?”

O homem chamado Kaz inclinou a cabeça respeitosamente e imediatamente fez o que lhe foi dito, mas então seus olhos caíram sobre Iris, que parecia tão bagunçada e suja, parada sozinha naquele salão principal parecendo uma criança perdida.

“Esta é…” as palavras dele ficaram no ar porque não tinha certeza de como se dirigir a Iris. Ele ouviu o rumor de como o alfa havia escolhido sua luna, que era ninguém menos que a única filha do alfa Gerald. Aquela notícia era tão desagradável para todos nesta matilha.

No entanto, se ela era a luna, então Kaz tinha que dar a mesma quantidade de respeito a ela, porque ela era a companheira do alfa, embora ele esperasse alguém com uma aura imponente que parecesse arrogante, afinal, ela era filha do alfa Gerald.

Ainda assim, ao ver sua pequena figura e como sua expressão estava perdida, já que ela se encostava na parede, como se não quisesse incomodar ninguém, deixou Kaz um pouco confuso.

“Ouvi dizer que você é nossa nova luna”, disse Kaz educadamente, o que foi mais difícil do que ele pensava. Com o conhecimento de que ela era filha do alfa que havia torturado seu povo e transformado em escravos, era mais difícil não sentir ressentimento.

“Ah, sim”, disse Iris com um sorriso tímido, mas ela não sabia mais o que dizer. Deveria perguntar onde ficava seu quarto? Ela estava exausta e queria tomar um banho e se deitar.

Felizmente, o velho parecia saber o que ela estava pensando e imediatamente tomou a iniciativa. “Venha, eu a levarei ao seu quarto.”

Iris assentiu, mas percebeu que Kaz começou a andar em uma direção diferente do quarto de Cane. Ela queria perguntar sobre isso, mas não sabia se era apropriado ou não fazer isso.

Essa era a primeira vez para Iris interagir com outras pessoas além daquelas que ela conhecia há anos e morava por perto. Esta era também a primeira vez dela visitar outra casa de matilha, cujas normas ela desconhecia completamente.

“Para onde você está indo?” Perguntou Cane quando Kaz começou a levar Iris para longe.

A casa da matilha era um prédio de um único andar, mas era um lugar enorme, com muitos quartos e dormitórios.

“Levarei ela ao quarto dela, alfa”, respondeu Kaz, virando-se para encarar o alfa, que estava prestes a deixar o salão principal. Ele parou quando percebeu que Iris não o estava seguindo.

“E onde você vai levá-la?”

“Eu a levarei ao segundo prédio…” Kaz pareceu hesitante.

“Por que você quer colocá-la no segundo prédio?”

Kaz parecia confuso com a pergunta.

O segundo prédio era onde os ômegas moravam. Seu posto não era maior do que um servo e esse prédio ficava nos fundos desta casa da matilha, o que significava que estava longe do prédio principal, onde ficava o quarto do alfa.

Kaz pensou que o alfa não queria ver Iris, portanto, se ela morasse no segundo prédio, a chance de se encontrarem seria significativamente reduzida.

“Eu achei que você gostaria que ela ficasse lá…” respondeu Kaz em voz baixa, sem saber se gostaria ou não dessa resposta.

Por outro lado, Cane sentia sua cabeça quase explodindo, queria descansar, mas havia muitas coisas das quais ele tinha que cuidar. Ele estava tão cansado, mentalmente exausto e não tinha tempo para isso.

“Ela é a luna, coloque-a no quarto ao lado do meu”, disse Cane e depois disso, ele saiu. Ele deixou claro que Iris ficaria no quarto da luna, que ficava bem ao lado do dele, com uma porta conectando os dois quartos.

No entanto, Kaz, que ouviu isso, ficou tão surpreso. Ele queria perguntar se o alfa estava falando sério sobre isso, mas Cane já havia se dirigido ao seu quarto. Ele sentiu que sua cabeça quase explodiu.

Kaz então olhou para Iris e para as costas do alfa se afastando, inseguro se esta era a ordem real que recebeu.

Aquele quarto era da falecida companheira do alfa…
“O que aconteceu?” Iris perguntou, porque se sentiu desconfortável sob o olhar atento de Kaz.

O velho franziu a testa e suspirou profundamente, balançando a cabeça. “Por aqui”, disse ele com ar sombrio.

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“Você tem certeza de que vai deixar Iris ficar no quarto da luna?” Jace perguntou isso assim que fechou o quarto do alfa. Ele ouviu falar disso por Kaz e ficou surpreso.

“Sim”, respondeu Cane secamente. Ele massageou as têmporas, sua cabeça estava latejando dolorosamente.

“Mas aquele quarto…” Jace não conseguiu terminar a frase, porém Cane sabia o que ele queria dizer. Era fácil prever suas reações com base em sua decisão.

“Esta casa da matilha foi transformada em um bordel. Inúmeras pessoas fizeram sexo nesse quarto, a presença dela ali não pode sujar ainda mais o lugar.”

Jace fez uma careta diante das palavras explícitas que Cane usou. Ele parecia estar de muito mau humor.

Agora, os membros da matilha estavam comemorando seu retorno à terra natal e cheios de esperança. Embora achassem horrível essa matilha degradada, estavam muito felizes por poderem finalmente voltar ao lugar deles.

No entanto, o alfa não parecia compartilhar o mesmo sentimento.

“Vá embora”, disse Cane rispidamente. Ele caminhou até a cama e se jogou nela.

Vendo isso, Jace ficou preocupado. “Você quer que eu chame a Aria?” Ele pensou que queria alguém para acompanhá-lo e que seu mau humor era devido ao desentendimento com ela.

“Não. Chame Iris.”

Jace franziu a testa, mas saiu e fez o que lhe foi pedido.

Não demorou muito para alguém bater na porta e a voz suave dela entrar no quarto. “Alfa? Você me chamou?”

Cane abriu os olhos e se levantou para dar permissão para ela entrar.