O Alfa: Conquistando a Filha do Inimigo - Capítulo 73
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73: SEGURANDO ESTE RANCOR SOZINHO 73: SEGURANDO ESTE RANCOR SOZINHO “Irmão, olha! É uma árvore enorme!” Rora sacudiu seu corpo violentamente, com toda a força que uma criança de seis anos podia ter. “Acorde, irmão Cane! Você dorme demais!”
“Não incomode o irmão Cane, Rora, ele está cansado,” Edgar lembrou sua gêmea. Ele tentou afastá-la do seu irmão mais velho e fazê-la sentar ao seu lado, mas ela simplesmente não escutava.
A garotinha afastou suas mãos e o encarou, o que fez Edgar fazer uma careta. Além de sua mãe, ele tinha mais medo de Rora do que de Cane ou de seu pai, porque ela podia ser muito hostil quando queria.
“Acorde! Acorde! Olhe a árvore!” Rora literalmente gritou no ouvido de Cane nesse ponto e isso finalmente o despertou.
Cane abriu os olhos com um susto e viu sua irmã rindo da expressão de surpresa no seu rosto.
“Você dormiu demais! Precisa acordar! Se não, vai perder a paisagem.”
Cane estava atordoado. No momento, eles estavam dentro de uma carruagem. Ele se lembrou que esta era a primeira viagem das gêmeas fora da casa do bando e ambas estavam muito animadas.
Cane queria ter uma carruagem só para ele, pois sabia que as duas fariam alvoroço, mas no final, ficou preso com essas duas pequenas diabinhas.
“Olha! Olha lá fora!” Rora subiu em seu colo e segurou seu rosto com as duas pequenas palmas. Ela fez com que ele virasse a cabeça forçadamente na direção que ela queria. “A árvore é tão grande e linda, não é?”
Por outro lado, Edgar parou de prestar atenção neles. Ele preferiu se concentrar no livro que estava lendo mais cedo.
Lá fora, através da janela, Cane podia ver uma enorme árvore no topo da colina. Eles estavam atualmente passando pela Matilha da Lua Azul a caminho de volta para a sua matilha depois de estarem dois meses longe de sua terra natal.
Eles foram visitar o alfa Derick no norte.
Era outono, então o mundo parecia mais bonito e o céu era quase da mesma cor que o sol que lentamente descia e deixava um tom vermelho no horizonte.
“Sim, é linda…” Cane disse. Ele não percebeu, mas uma lágrima caiu no seu rosto.
Rora franzia a testa enquanto enxugava suas lágrimas. “Irmão, por que você está chorando? Nós estamos indo para casa.”
Cane sentiu seu coração se apertar quando ouviu isso. “Sim, pequena diabinha, estamos indo para casa.”
Rora sorriu. “Estamos indo para casa!”
E quando Cane acordou, ele estava na sua cama e o céu estava muito claro. Era meio-dia e ele estava sozinho. Não havia Rora ou Edgar lá com ele.
Ele estava sozinho.
Depois daquele dia em que foram à colina, Cane planejou retornar um dia antes da partida planejada para a Matilha do Lobo Uivante. Ele traria de volta seus irmãos e seu filho para casa. O lugar onde eles pertenciam.
Desde aquele dia também, Cane e Iris passavam seu tempo dentro da biblioteca para encontrar mais informações sobre a maldição dos lycans. Ela também praticava como distinguir os elementos das pedras mágicas. Por agora, Iris começou a entender a diferença entre as pedras mágicas da água e da terra. Seria ótimo se eles pudessem encontrar uma pedra mágica com outro elemento além desses dois.
“Bom dia, Senhorita Iris,” um guarda a cumprimentou no seu caminho para a biblioteca. Alguns criados acenaram educadamente para ela e sorriram calorosamente quando a viram. No início, isso fez Iris se sentir um pouco estranha, mas depois de duas semanas, ela começou a se afeiçoar a eles também.
Embora ainda relutasse em encontrar os aldeões, um monte de flores sempre chegava para ela todos os dias, o que deixava Aria ainda mais irritada com esse fato. Ela rangia os dentes todas as vezes que via os guardas levarem um novo buquê de flores para o quarto de Iris.
As pessoas superavam as coisas muito rápido e perdoavam muito facilmente, o que fazia com que a amante se sentisse ainda mais amargurada.
Por outro lado, Cane parecia estar tão desconectado de Aria ultimamente, já que ela tinha se tornado tão teimosa e não conseguia ver o panorama geral. Não importava quantas explicações lhe fossem dadas, ela ainda estava presa à sua própria opinião.
“Cane.” Aria fechou as mãos em punho. Ela encarou o alfa, enquanto ele se virava e olhava para ela, esperando para ouvir o que ela queria dizer. “Sinto que você me deixou para trás.”
Cane colocou o livro que estava lendo na mão e deu toda a sua atenção à Aria. “Não consigo fazer um julgamento melhor a partir de um lugar de ódio e vingança, mas isso não significa que eu esqueci tudo o que aconteceu conosco.” Ele olhou em seus olhos, enquanto ela tentava conter as lágrimas.
Aria também não queria viver nessa memória, mas ela não conseguia deixá-la para lá. Quanto mais ela tentava, mais se lembrava do que eles tinham feito com ela e mais violência ela queria. Ela queria que Cane tratasse os membros da Matilha da Lua Azul da mesma forma como o Alfa Gerald os tratou.
Ela queria que eles sofressem.
Se não fossem os membros do bando, ao menos Cane deveria descarregar sua raiva em Iris, ao invés de mantê-la próxima e torná-la a luna.
De certa forma, Aria sentia que havia sido traída. Ela não gostava de Cane com Iris e de como ele desprezava seus sentimentos sobre essa questão.
Mas então, se Cane se tornasse essa pessoa em sua mente, qual seria a diferença entre ele e o Alfa Gerald?
“Eu não quero viver nessas memórias obscuras, Aria, e nem você deveria.” Cane podia ver a dor em seus olhos.
“Eu vou viver para sempre nessa memória obscura, Cane. Isso faz parte de mim, parte de você e parte de nós. Como você pode se livrar disso tão facilmente?” Aria estava sofrendo. “Sinto que sou uma pecadora por guardar esse rancor sozinha quando todos vocês a elogiam pelo que ela fez por nós, esquecendo nossa dor.” Ela estava em dor.