O Alfa: Conquistando a Filha do Inimigo - Capítulo 54

54: COMO VOCÊ PODE TER UM CASO COM A RAINHA? 54: COMO VOCÊ PODE TER UM CASO COM A RAINHA? A mãe de Ania, enquanto tentava dar à luz seu segundo filho, morreu junto com o bebê; assim, apenas Ania e Stone estavam juntos agora. Era tão difícil viver como um pai solteiro, especialmente quando esta não era a antiga alcateia deles.

A maioria dos membros da Matilha do Lobo Uivante havia retornado às suas terras, já que este lugar trazia muitas lembranças ruins. Apenas alguns permaneceram aqui; a maior parte deles eram guerreiros que ficaram para trás para estabilizar a situação, já que ainda havia muitos guerreiros da Matilha da Lua Azul que causavam problemas de vez em quando.

Entretanto, ver Ania sorrindo e até mesmo rindo desse jeito era muito raro. Após a morte de sua mãe, ela ficou muito quieta e sempre brincava sozinha. Ela nem mesmo interagia com as outras crianças de sua idade.

Toda família de Stone e de sua esposa havia morrido durante a escravidão, assim, eles só tinham um ao outro, o que fazia Stone ter sentimentos complicados ao ver como sua filha estava tão à vontade com a filha de seu tirano.

Ele ajudou Iris naquela noite porque não queria dever-lhe nada, já que ela havia ajudado Ania durante o ataque do monstro. Independente da intenção de Iris naquela ocasião, Ania poderia ter morrido agora se ela tivesse sido deixada sozinha.

Mas, isso não significava que ele havia amolecido seu coração em relação à menina.

“Eu vou ver Redmond sozinho, daqui a três dias”, disse Cano. “Em relação às pedras mágicas, encontraremos uma solução para isso.” Seus olhos caíram sobre Iris, que estava se divertindo com Ania. Ele não sabia sobre o que estavam conversando, mas Iris fazia parecer tão fácil fazer a garotinha rir. “Você pode ir embora.”

Stone baixou a cabeça e resignou-se. Ele se aproximou de Iris. Seu rosto não mostrava o quanto estava perturbado com a cena diante dele, mas, pelo menos, ele não estava tão grosseiro quanto antes quando pediu Ania.

“Até mais”, disse Ania alegremente, enquanto abraçava o pescoço de seu pai e ambos saíam do quarto.

Iris sorriu e acenou para ela, até a porta se fechar atrás deles e ela ter que enfrentar Cano novamente. Toda a ansiedade que ela empurrou para o fundo de sua mente a atingiu com força, porque ela não sabia o que Cano queria ao chamá-la aqui esta noite.

Aos poucos, ela caminhou mais perto para se aproximar do alfa, mas ele parecia estar no meio de escrever algo; então, ela ficou lá em silêncio, sem fazer barulho. Em vez disso, ela observou o céu escuro pela janela atrás da cadeira em que Cano estava sentado.

Após cerca de cinco minutos, Cano colocou a pena de lado e focou sua atenção em Iris.

“Sente-se.”

Iris obedeceu àquela ordem ríspida e sentou-se diante de Cano, mexendo nos dedos, mas mantendo a cabeça erguida para que pudesse ler seus lábios; ela não queria irritá-lo ao perder a pergunta.

“Eu quero saber o que exatamente aconteceu naquela noite”, Cano foi direto ao ponto e, quando mencionou “aquela noite”, Iris soube imediatamente que era a noite em que ele se transformou em um lican. O transformador amaldiçoado.

Na verdade, Iris já havia contado tudo e não havia deixado nada de fora em sua explicação, mas como Cano pediu para que ela falasse novamente, ela não tinha outra opção a não ser obedecer à ordem dele.

Iris começou a explicar o que aconteceu, sobre a noite da festa de boas-vindas, como ela adormeceu e depois acordou para comer, indo até a cozinha para guardar os pratos vazios e como ouviu o uivo à distância; encontrando-se com ele e depois desmaiando quando ele a mordeu.

Ela repetiu tudo novamente e não deixou passar nada.

Depois que Iris disse tudo isso, ela permaneceu em silêncio, esperando para ler o que ele queria dizer após refletir um pouco.

“Amanhã é a lua nova”, disse Cano, e Iris soube que era quando ele se transformaria em um lican. O tempo passou tão rápido; já fazia um mês desde que ela recebeu a marca dele. “Eu quero que você esteja novamente na cabana comigo.”

Iris não acreditou no que ele disse. Ela pensou que leu os lábios dele errado. “Perdão?”

“Eu quero que você fique na cabana comigo amanhã à noite”, Cano repetiu o que disse calmamente, como se não estivesse pedindo a Iris que sacrificasse sua vida, colocando-se em perigo por estar com um lican que perdeu toda sua racionalidade.

“Mas…”, Iris engoliu a seco. “… você está planejando me matar?” Essa era a única coisa que ela conseguia pensar agora, já que quase morreu da última vez que esteve lá. Foi um milagre que ela conseguiu sobreviver naquela noite, considerando o quão brutal ele foi quando a marcou.

Cano franziu a testa ao ouvir a pergunta. “Não.”

“Mas…”

“Eu estarei acorrentado.”

“Você quebrou as correntes da última vez”, Iris declarou em um tom de quem diz um fato.

“Elas serão dobradas agora.”

“Mas, você também quebrou a parede.”

“Ela foi reconstruída.”

Iris perdeu o argumento neste ponto e mesmo depois de suas preocupações serem respondidas, ainda se sentiu em pânico ao saber que ficaria com ele novamente em sua forma lican.

Se ela soubesse que acabaria sendo marcada naquela noite e descobriria um segredo mortal sobre Cano, nunca teria ido atrás do som uivante, mas agora, Cano estava realmente pedindo a ela para fazer isso de novo.

“Isso não é um pedido, é uma ordem. Estou apenas te avisando com antecedência.”

O que Cano queria dizer aqui era que, não importava o que Iris decidisse ou pensasse agora, não importava, porque era o alfa que dava as ordens aqui.

“Descanse e volte por volta desta hora amanhã”, disse Cano, enquanto começava a pegar sua pena novamente.

Não. Iris não queria ser a isca do monstro. Ela poderia morrer dessa vez. “Posso saber por que tenho que ir? Pelo menos, você pode me dizer por que precisa de mim lá?”

Cano largou a pena novamente e ergueu a cabeça para olhar para Iris. “Porque naquela noite, eu não deveria ter voltado à minha forma humana antes do nascer do sol.”

Iris pensou sobre isso e se lembrou de que Cano mudou de forma antes de pular sobre ela. Ele começou a se transformar em sua forma humana, mesmo sem estar totalmente no controle de si mesmo, e isso ainda era por volta da meia-noite.

“Você quer testar se eu fui a razão de você ter mudado para sua forma humana antes do nascer do sol?” Iris entendeu na hora e Cano não precisou responder para ela saber que estava certa. “Ah! Eu li alguns livros sobre licantropos na biblioteca. Acho que posso te mostrar algo.”

Nos últimos dias, Iris passou o tempo na biblioteca lendo o máximo de livros que podia sobre as pedras mágicas e os licantropos. Às vezes, ela encontrava Graça lá também, mas a curandeira a ignorava mesmo quando ela a cumprimentava.

“Você fugiu de novo?”

Iris fez careta. Ele estava certo. Ela saiu às escondidas de seu quarto para ir à biblioteca. Cano não colocou guardas na frente de seu quarto, então foi fácil para ela fazer isso.

“O que você descobriu?” Cano pôs de lado o pergaminho diante dele e deu a ela toda sua atenção.

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“Por que está nos seguindo?” Ethan deu uma olhada de soslaio para Aderan enquanto os quatro caminhavam em direção à biblioteca.

Iris queria contar a Cano sobre os livros que leu, que continham informações sobre os licantropos, mas queria que ele mesmo lesse, para não perder nenhum ponto importante; porém, quando iam fazê-lo, Ethan veio para dar um relatório ao alfa e acabou vindo junto.

Quanto a Aderan, ele os encontrou no meio do caminho para a biblioteca com as mesmas intenções que Ethan; assim, ele também os acompanhou.

“Por que não? O alfa não disse nada.” Aderan deu de ombros e a discussão deles continuou até chegarem à biblioteca.

Felizmente, Iris não podia ouvir as tolices deles.

Assim que entraram na biblioteca, Iris foi buscar os poucos livros que continham informações sobre os lycans, enquanto os três se sentavam nas cadeiras ao redor da enorme mesa no meio da biblioteca.

Iris fez careta ao ver a mesa, porque era a mesma mesa onde Aderan fez sexo com a rainha.

Ela balançou a cabeça e imediatamente desapareceu atrás das estantes de livros.

“Me diga o que você quer dizer.” Cano fez sinal para Aderan, dando-lhe permissão para fornecer informações primeiro.

O gama e o guarda pessoal pararam de brigar no mesmo instante, e suas expressões se tornaram sérias.

“A rainha disse que o rei colocou um espião nesta alcateia, mas ela não sabia quem era, já que havia ouvido apenas alguns pedaços da conversa do rei com seu conselheiro.” Aderan queria relatar isso três semanas atrás, mas foi enviado para cumprir uma missão importante e não conseguiu encontrar-se com Cano antes disso.

“Eu sabia que ele faria algo sujo assim”, resmungou Ethan. Ele não gostava do rei há muito tempo e passou a odiá-lo ainda mais após a visita. “Quem você acha que pode ser?”

“Acho que precisamos verificar as pessoas que entraram em nossa alcateia recentemente, principalmente aquelas que trabalham perto da casa do bando. Isso lhes dará mais oportunidades para coletar informações de dentro se ficarem perto de nós.”

“Pode ser alguém entre nós.”

Aderan franziu a testa, mas isso não eliminava a possibilidade de algo assim acontecer. Era uma coisa ter alguém infiltrado em suas correntes de informação, mas era outra coisa ter um traidor entre os membros da alcateia, que deveriam ser as pessoas em quem mais se podia confiar.

“O que mais a rainha disse?” Cano perguntou novamente.

“Ela disse que o rei ficou muito chateado com o resultado da reunião.” Para ser justo, ninguém ficou feliz com o resultado, nem mesmo Cano ficou realmente satisfeito com isso. “Ela apenas falou sobre como o rei reclamava de que os monstros crescem tão rápido no norte, e que a Alcateia da Lua Celestial deu dor de cabeça ao rei com a exigência de mais homens para enfrentar os monstros. O Alfa Derick pediu ao rei para diminuir os impostos na terra deles porque a alcateia deles quase foi destruída na última onda de ataque.”

A área norte era o local onde a população de monstros crescia rapidamente, enquanto a Alcateia da Lua Celestial era a única que defendia o reino.

Portanto, conseguir que os outros cinco alfas concordassem com a ideia de Cano de tomar a Matilha da Lua Azul para si era algo que ninguém nunca poderia imaginar, especialmente vindo do Alfa Derick.

Cano só conseguiu fazer isso porque Alfa Derick era um amigo íntimo de seu pai.

“Mas, como você pode ter um caso com a rainha?” Ethan olhou para Aderan, confuso. Ele sabia do caso, mas não do fato de que os dois eram, na verdade, companheiros destinados.

No entanto, antes que Aderan pudesse retrucar com uma mentira, já que não queria que ninguém soubesse disso, Cano falou primeiro.

“Farei uma visita à Alcateia da Lua Celestial após a cerimônia de bênção na capital. Eles têm muitos feiticeiros lá para defender a fortaleza. Envie um mensageiro para a Alcateia da Lua Celestial e diga a ele para dar três pedras mágicas a eles. Faça isso secretamente.” Cano planejava dar algumas pedras mágicas a eles quando visitasse a Alcateia da Lua Celestial, a fim de reacender um antigo relacionamento.

Contudo, ele não queria que o rei soubesse disso ainda.

“Entendido.” Aderan respondeu.

Exatamente nesse momento, Iris voltou com quatro livros grossos em seus braços. Ela olhou para os três e colocou os livros na mesa, ao lado do alfa, mas não se sentou ali.

“Por que está de pé? Sente-se.” Ethan franziu a testa ao ver que Iris não se sentou, mas a menina balançou a cabeça e olhou para a mesa estranhamente antes de lançar um olhar secreto para Aderan, que desviou os olhos.

Cano captou o olhar de Iris e então varreu os olhos rapidamente sobre a mesa, antes de conectar os pontos e se levantar também. Ele pegou um dos livros que Iris trouxe e leu silenciosamente.

“O que foi?” Ethan estava confuso.