O Alfa: Conquistando a Filha do Inimigo - Capítulo 160
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160: A NOITE QUIETA 160: A NOITE QUIETA “Não vá embora…” A voz de Cano era tão suave que quase parecia um súplica. Ele não se importava tanto com a própria vida, mas havia tantas vidas em jogo se algo lhe acontecesse.
Por outro lado, Iris parou de se afastar dele e, mesmo não ouvindo o tom suplicante em sua voz, ela podia ouvir o rosnado baixo e angustiado da fera.
Ela ainda estava tremendo, mas fez um punho com as mãos para continuar onde estava. Foi preciso tudo o que ela tinha para não fugir e deixá-lo para trás, o que poderia expor a maldição de Cano e as consequências que se seguiriam seriam terríveis.
Vendo Íris sentada em silêncio não muito longe dele, olhando para ele com olhos cheios de medo, Cano não podia fazer muito. Enquanto sentia a dor percorrer suas veias, ele tinha dificuldade para respirar e seus sentidos ao redor se intensificavam.
Contudo, o único aroma e presença que lhe eram destacados eram os de Íris. Seu aroma o fez se aproximar dela. Apesar da dor que tinha que suportar ao mover seu corpo, o lycan se aproximou da menina aterrorizada.
Nesse momento, Cano havia se transformado completamente na forma de lycano, que era maior que a forma usual de sua fera. Seu pelo era tão escuro, como se ele se fundisse com a noite.
Aos poucos, o lycan avançou em direção a Íris, como se estivesse encarando sua presa. Seus movimentos eram suaves e prudentes, enquanto seus olhos permaneciam fixos nela. Seus caninos alongados estavam totalmente à mostra, e uma vez que fosse preso entre esses caninos afiados como navalhas, não apenas sua carne seria rasgada, mas também seus ossos.
Nesse momento, apenas um deslize poderia acabar com a vida de Iris.
Lágrimas silenciosas caíam em suas bochechas, ela estava com muito medo para dizer qualquer coisa. Ela até sentiu sua vida passar diante de seus olhos e seu coração subir à garganta quando viu a fera se aproximar antes que seu pelo macio roçasse seu braço.
O lycan era tão grande. Essa criatura era tão grande quanto um urso, com olhos afiados cheios de raiva. Aqueles olhos eram horripilantes.
Íris deu um pulo quando sentiu a fera se aproximar e encostar a cabeça em seu rosto. Seu focinho estava em seu pescoço e ele poderia parti-la em dois sem qualquer esforço.
Ela fechou os olhos com medo. Não havia ninguém aqui para salvá-la se as coisas piorassem. No entanto, foi nesse momento que ela ouviu a fera soluçar, enquanto sentia algo cutucar sua mão.
Íris ignorou, mas a fera continuou cutucando insistentemente sua mão. No segundo seguinte, ela sentiu algo cair em seu colo. Era tão pesado que, de curiosidade, ela reprimiu o medo e abriu os olhos para ver o lycan com a cabeça enorme em seu colo, com os olhos fechados.
Íris não conseguia acreditar no que estava vendo.
Provavelmente, a ideia de que Ethan e Jace não estavam ali turvava sua mente e a fazia esquecer que essa era a mesma fera que a havia salvado do Brinetallon, o monstro que havia atacado a Matilha da Lua Azul naquela mesma noite de lua cheia.
Cano estava certo, sua forma de lycano parecia calma o suficiente. Mesmo sem as correntes que o prendiam, ele não se descontrolava e, se pudessem passar essa noite assim, tudo ficaria bem para eles.
Aos poucos, Íris se preparou antes de levantar a mão e acariciar a cabeça do lycan, como fazia com Cano. A princípio, a fera deu um pulo, fazendo-a parar os movimentos, mas aos poucos seu corpo foi relaxando.
Surpreendentemente, apesar da aparência feroz do lycan, seu pelo era tão macio que Iris quase sentia como se estivesse acariciando um coelho.
Não demorou muito para ela ouvir a fera ronronar. Sim, essa criatura amaldiçoada realmente ronronava suavemente sob seu toque.
“Como posso ser surda para o mundo inteiro, mas ouvir você?” Ela murmurou para si mesma.
A noite estava tão silenciosa, havia apenas o ocasional canto dos pássaros à distância e quando o vento soprava e as folhas chacoalhavam, espalhava-se um aroma fresco da floresta ao redor.
Acima deles, o céu estava tão escuro que não se podia ver a lua, mas oferecia uma ótima visão das estrelas cintilantes. Depois que as nuvens desapareciam, era possível ver o céu cheio de estrelas, o que tinha sua própria beleza e mistério.
Enquanto isso, o lycan e a rejeitada formavam uma imagem perfeita e pareciam tão pacíficos juntos. O silêncio entre eles era precioso.
Provavelmente, esta era a lua nova mais serena para a fera amaldiçoada. A dor ainda estava lá, mas sua consciência estava intacta. Ele podia sentir tudo ao seu redor, até os pássaros que pousavam nos galhos, mas só se concentrava numa presença específica.
O tempo passou e Íris não parou de passar os dedos pelo pelo da fera, mas, depois de duas horas de silêncio, ela começou a cantarolar, não era realmente uma música, já que apenas fazia uma série de sons suaves no fundo de sua garganta.
Depois de três horas, ela começou a falar com o lycan e ocasionalmente murmurava para si mesma.
“Devo contar uma história para você?”
“Que história você gosta?”
“Você já ouviu a história da menina e do monstro?”
“Hanna costumava contar histórias para mim quando eu era criança.”
“Ela continuou contando histórias mesmo depois que cresci.”
“Devo contar uma para você?”
“Esta é a minha favorita.”
E como não houve resposta do lycan, ela prosseguiu e contou sua história favorita de qualquer maneira.
Cano apreciava o silêncio, mas no fim, não se importou em ouvir a voz dela.
Ele estava certo quando pensou que ela era uma tagarela…
O ambiente em que ela cresceu fez com que outras pessoas pensassem que ela era tão quieta quanto um rato, mas a verdade é que ela adorava contar histórias e compartilhar seus sentimentos.