1023: HISTÓRIA LATERAL (WILL): ESTOU FELIZ QUE VOCÊ ESTEJA AQUI 1023: HISTÓRIA LATERAL (WILL): ESTOU FELIZ QUE VOCÊ ESTEJA AQUI “Jace!” Penny gritou quando a besta conseguiu alcançá-lo e o jogou ao solo. Por instinto, Penny queria se aproximar dele, embora também fosse perigoso para ela fazer isso, já que ela não podia ajudar o beta de nenhuma forma.

 
No entanto, ela estava desesperada. Não havia como ela ficar sentada ali sem fazer nada enquanto Jace estava em perigo.

 
Mas, como se o beta soubesse de sua intenção, ele afastou o monstro dela, a besta da cor de tijolo realmente atraiu o monstro em direção à montanha. Ele levou a luta para longe de Penny.

 
“Droga!” Penny praguejou baixinho. Por que eles seriam atacados por um monstro numa hora dessas? Ela tinha vindo a esta parte da montanha inúmeras vezes, mas nunca tinha encontrado um.

 
A sorte dela deve estar muito baixa neste momento.

 
Penny queria sair e pedir ajuda, mas sua perna não permitia que fizesse isso, ela deve ter torcido o tornozelo na tentativa de escapar da besta, porque agora, um simples movimento de sua perna provocaria uma dor excruciante. Isso era quase insuportável.

 
Contudo, ela não podia ficar ali assim. Penny olhou em volta e viu um grande galho que ela poderia usar como apoio.

 
O curandeira então rastejou em direção ao galho e o pegou para ajudá-la a caminhar, mas mesmo assim a dor a fez encher os olhos de lágrimas.

 
Era uma grande ironia que um curandeiro não pudesse se curar e tivesse que depender de outro curandeiro para isso.

 
Penny não caminhou muito quando o galho quebrou e ela torceu ainda mais o tornozelo. Ela mordeu o lábio para não gritar de dor, porque ela não sabia se mais monstros viriam até ali ou não.

 
Seu coração batia descontroladamente e seus ouvidos zumbiam, mas a única coisa em sua mente agora era Jace.

 
Ela precisava buscar ajuda antes que algo realmente ruim acontecesse ao beta. Mais ainda, ele ainda precisava de seu tratamento devido a seu ferimento anterior.

 
Suportando a dor, Penny tentou se levantar, mas era difícil fazê-lo, por isso ela optou por rastejar. Ela não sabia quanto tempo levaria para encontrar o guerreiro mais próximo, mas era a única coisa que ela podia fazer para ajudar Jace.

 
O tempo passava muito lentamente e quando não havia sinal de que Jace tinha voltado e a encontrado, ela chorou de frustração.

 
Penny queria se mover mais rápido, mas seu corpo não permitia que fizesse isso. Agora, a dor não era o problema.

 
No entanto, quando ela pensou que estava perdendo as forças, ela ouviu passos e essa voz confortante chamou seu nome.

 
“Penny!? Você está bem?!” Jace imediatamente se aproximou dela e se ajoelhou para checá-la. “Você está machucada?”

 
O beta imediatamente fez uma verificação rápida em seu corpo até encontrar sua perna ferida. Ele clicou a língua em irritação e imediatamente se concentrou nela.

 
“Se sua perna está machucada, você não deveria se mover. Eu atrai o monstro para longe, por que você precisou ir tão longe?” Jace percebeu que Penny havia quebrado o osso e isso o incomodou, porque ao rastejar até ali, ela só piorou seu ferimento.

 
“Eu tentei procurar ajuda, porque eu não podia te ajudar,” Penny respondeu sinceramente, ela enxugou as lágrimas que escorriam abundantemente por sua bochecha. Ela sentiu um alívio enorme e não pensou muito em sua perna quebrada, pois estava muito grata por Jace não estar ferido.

 
Não era apenas o beta que a examinava, mas Penny fez o mesmo com ele.

 
“Vem, suba em mim.” Jace se agachou na frente de Penny e deu as costas para ela.

 
“Mas…”
 
“Você quer rastejar para voltar ao palácio?” Jace perguntou impacientemente.

 
Ele estava certo, mas o problema era que Penny achava inapropriado fazer isso. Ela se sentia… envergonhada.

 
“Anda, está escurecendo.”

 
Sem outra escolha, Penny imediatamente subiu nas costas de Jace e abraçou seu pescoço. Era… estranho, mas não de uma maneira ruim.

 
“Da próxima vez, traga um guerreiro com você.”

 
Desta vez, Jace não disse isso de maneira gentil, era quase como um aviso para ela.

 
“Sim, eu entendi,” Penny respondeu. Depois do que aconteceu, ela ouviria a sugestão dele. “Obrigada. Estou feliz que você esteja aqui comigo.”

 
Jace assentiu, mas ele não disse nada. Ele também estava aliviado por ter vindo buscá-la, ou então, ele nem queria pensar no que poderia ter acontecido com ela.

 
Esse pensamento o preencheu de raiva.

 
“Vamos voltar ao palácio primeiro,” ele disse.

 
Ele levava Penny em suas costas e os dois pareciam estar em uma desordem, claro, todas as pessoas que os viram começaram a fazer perguntas sobre o que estava acontecendo.

 
“Ataque de monstro.”

 
Essa foi a única resposta que o beta deu para aquelas pessoas, que estavam curiosas sobre o que estava acontecendo.

 
Depois disso, eles foram para a sala de estudos de Penny, onde Ania estava esperando por eles, mas a menina não esperava isso de jeito nenhum.

 
“O que aconteceu?! O que aconteceu com ela?!” Ania parecia preocupada, enquanto Jace colocava Penny na cama.

 
“Você precisa ajudar a limpar a ferida dela e ela torceu o tornozelo,” disse Jace para Ania. Ele deu a mesma resposta que deu para os outros guerreiros.

 
“Ok, ok, eu vou fazer isso,” disse Ania em pânico.

 
E depois de dar algumas instruções à jovem menina, Jace se virou e estava prestes a sair.

 
“Aonde você vai? Você ainda não recebeu o seu tratamento,” disse Penny, impedindo o beta de ir embora.

 
“Esqueça isso, você precisa receber seu tratamento primeiro,” disse Jace. “Podemos fazer na próxima vez. Eu preciso informar isso aos outros guerreiros. Descanse um pouco.”

 
O beta não parecia irritado, mas sua calma era preocupante.

 
Depois disso, Jace saiu do quarto e Ania começou com o tratamento no pé da Penny. Ela também preparou um medicamento para ela.

 
A menina parecia muito triste.

 
“Não chore. Eu estou bem.” Penny colocou a tigela vazia de medicamento no chão e acariciou a cabeça dela. “Eu deveria ter te repreendido por enviar Jace à montanha e esquecer o que eu te disse para fazer, mas acho que devo te agradecer em vez disso.”

 
Ania enxugou as lágrimas. “O beta está certo, você é muito imprudente, deveria ter trazido alguns guerreiros com você se queria ir à montanha.”

 
Desta vez, Penny não discutiu. “Sim. Eu vou ouvir da próxima vez.”

 
Depois disso, Penny adormeceu na cama de sua sala de estudos e Ania não quis acordá-la, então ela colocou um cobertor para cobrir o corpo dela.

 
Mas, mais tarde na noite, Jace veio visitar e achou Penny ainda lá.

 
“Como ela está?”

 
“Eu acho que ela não vai poder andar por aí por alguns dias até que o osso esteja curado.”

 
O beta acenou com a cabeça. “Você pode ir, eu vou ficar aqui para cuidar dela.”

 
Ania queria recusar e dizer a ele que ficaria, mas pensando bem, havia esse sorriso travesso no canto de seus lábios e então ela concordou.

 
“Ok. Por favor, cuide dela,” ela disse bastante alegre e então saiu correndo do quarto, como se sua cauda estivesse pegando fogo.

 
Jace de fato ficou a noite inteira cuidando de Penny. Ele realmente trouxe alguns documentos que tinha que verificar e usou a mesa de Penny para trabalhar.

 
Apenas quando o primeiro raio de luz filtrou pela janela, a curandeira finalmente acordou e encontrou o beta em sua escrivaninha.

 
“O que você está fazendo aqui?” perguntou Penny, ela imediatamente ficou consciente de si mesma porque tinha acabado de acordar.

 
“Ania te deixou comigo.” Jace se levantou e esticou o corpo. “Ela me pediu para cuidar de você.”

 
Penny franziu a testa. “Você pode apenas me deixar aqui, sabe. Não é como se um monstro fosse capaz de se infiltrar no palácio.” Ela pôde sentir seu rosto corar quando viu Jace vestindo uma camisa simples e calças, ele parecia caseiro e relaxado.

 
“Sim, você está certa.” Jace concordou sem outra argumentação. “Vamos comer alguma coisa,” ele disse. “O que você quer comer? Eu vou buscar para você no salão de jantar.”

 
“Está tudo bem. Ania estará aqui em breve. Eu vou pedir a ela.”

 
“Eu já estou aqui, por que você precisaria pedir para a Ania?”

 
Penny arregalou os olhos e se empurrou para uma posição sentada, o que a fez fazer uma careta de dor porque as pernas doíam. “Você está cuidando de mim?”

 
“Não é muito óbvio?” Jace respondeu, o que fez Penny morder o lábio. “O que você quer comer?”

 
“Algo picante.”

 
“Ok.”

 
Jace então saiu por um momento para pegar a comida que ela queria e eles tomaram o café da manhã juntos.

 
Enquanto isso, lá fora, o céu começou a ficar encoberto e a chuva começou a cair, o cheiro dela era muito refrescante.

 
“Esta deve ser a primeira chuva deste ano,” afirmou Penny. Ela observou o belo padrão que a chuva deixava na janela.

 
“Sim.” Jace acenou com a cabeça.

 
“Muitas coisas mudaram na cidade capital e eu descobri que estou feliz por estar aqui e fazer parte do povo.”

 
Jace sorriu suavemente. Ele concordou com ela também. “Eu também estou feliz por você estar aqui conosco.”