Navios da Estrela - Capítulo 96

96: Lavando Meu Cabelo 96: Lavando Meu Cabelo “Eu fui alimentada e ganhei peles,” resmunguei em resposta. Eu poderia fingir que era uma mulher complicada, mas quando chegava a hora da verdade, eu era realmente, ridiculamente simples. Comida e peles eram aparentemente a maneira de me fazer feliz, mesmo em um planeta onde a morte literalmente te esperava em cada esquina.

“Só posso assumir que você está trazendo todas as peles com você?” perguntou Jun Li, e eu podia ouvir o desprezo na sua voz. “Elas terão que ser tratadas para garantir que não tenha nada indesejável vivendo dentro delas.”

“Tente, e eu garantirei que Sha Shou não te dará um momento de paz. Você não vai tocar nas minhas peles, entendeu?” ameacei. Essas peles eram lindas e claramente bem cuidadas. Jun Li estava apenas sendo esnobe, e eu não iria tolerar isso.

“Que seja, traga-as com você então,” ele fungou, claramente não impressionado.

“Já estava planejando isso,” eu o assegurei. Eu ouvi o suave zumbido dos motores da X94, e virei minha atenção para a clareira. A nave de combate pousou suavemente, abrindo o compartimento traseiro para que eu pudesse carregá-la com o que eu quisesse. No entanto, eu não estava com pressa de terminar o café da manhã.

Até arrastando os pés, eventualmente terminei toda a carne e frutas no meu prato. Com um suspiro, levantei das minhas peles e gentilmente peguei o máximo que pude. Levaria um tempo para colocá-las todas na pequena nave, mas eu sinceramente não me importava. Tomando meu tempo, comecei a caminhar em direção à nave e notei um monte de peles flutuando atrás de mim.

“Você vai me deixar ver como você é algum dia? Ou vou ter que deixar por conta da minha imaginação?” perguntei com um sorriso enquanto subia na rampa e colocava as peles na primeira cadeira que encontrei.

Silêncio respondeu à minha pergunta, mas eu realmente não esperava nada diferente. Ainda assim, teria sido bom ver como ele era antes de eu ir embora.

As peles que meu anjo da guarda estava carregando foram colocadas em cima das minhas, e eu me virei para pegar mais. Talvez se eu demorasse o suficiente, Noite apareceria para dizer adeus.

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A suposição de Au’dtair de que seu bicho de estimação tinha apenas 80% de chances de ser aquele que estavam caçando subiu para 100% quando ele entrou no ônibus espacial. O exterior poderia estar puro Sisalik, mas o interior, o interior era todo Saalistaja.

Ele levou menos de um instante para pensar se deveria ou não contatar seus companheiros de caça, mas rapidamente balançou a cabeça. Esse era seu animal de estimação, e ele era Saalistaja. O que significava que a tecnologia não havia sido roubada. Simplesmente trocou de dono.

Satisfeito com seu raciocínio, ele deu mais uma olhada ao redor e voltou para buscar mais peles.

Levou um catawr para que terminassem de carregar a pequena nave de combate. Au’dtair ficou atrás de seu animal de estimação e observou enquanto ela examinava a linha das árvores. Claramente procurando por seu voragyvis, viu seus ombros caírem em decepção quando não havia nenhum à vista.

Pessoalmente, Au’dtair não estava surpreso nem chateado pelo fato da criatura altamente venenosa não estar indo com eles. No entanto, vendo o olhar no rosto de seu animal de estimação, ele também começou a examinar a linha das árvores, procurando por qualquer coisa que se movesse.

“Sim, sim, Jun Li. Eu subirei quando estiver pronta e quando quiser,” ele ouviu seu animal de estimação resmungar em voz alta, e ele se perguntou, não pela primeira vez, com quem ela estava falando.

“O comprador pode exigir o que quiser. Isso não significa que eles irão conseguir,” continuou seu animal de estimação, soando cada vez mais chateada a cada instante. “Então diga para eles se foderem. Tenho certeza de que podemos vender as oito cobras para outra pessoa se eles não estiverem mais interessados.”

Houve o mínimo de movimento na linha das árvores, e a cabeça de seu animal de estimação virou naquela direção. “Subirei logo. Diga a ela que estou lavando meu cabelo… sim, isso existe… sim, tenho certeza. Tudo bem. Diga ao Stargazer que se ele não se foder, ficaremos mais do que felizes em enfrentá-lo e ver quem está de pé no final. O que isso significa? Não se preocupe com isso. Estarei lá em cima em alguns minutos. Sim… sim… tchau!”

Claramente, o que estava acontecendo do lado de seu animal de estimação não estava fazendo ela feliz. Era uma boa coisa ele estar indo com ela. Ele poderia resolver muitos dos problemas dela.

“Noite!” gritou seu animal de estimação e começou a acenar freneticamente com os braços em uma saudação de algum tipo enquanto pulava pra cima e pra baixo. Ele nunca tinha visto uma saudação como aquela, mas se era costume, então ele aprenderia a se adaptar.

Au’dtair voltou sua atenção para o voragyvis e então deu um passo para trás. Ele não estava com medo; nenhum caçador com seus anos jamais admitiria estar com medo. Mas definitivamente ele não estava confortável naquele momento.

“Aw, que fofo! Ele tem uma família,” sorriu seu animal de estimação como se não fosse um grande problema que 20 voragyvis estivessem correndo em direção a ela.

Sim, sua crença de que ela tinha um desejo de morte foi reforçada dez vezes agora. Ela simplesmente abriu os braços para a criatura, e Noite pulou para eles. Ela nem parecia se importar que agora todos eles estavam correndo para dentro de sua nave.

“Fiquem longe das peles,” seu animal de estimação chamou como se fosse completamente normal. “E se vocês estão vindo, vão ter que se esconder de Jun Li por um tempo. Acham que conseguem fazer isso?”

Ainda segurando Noite, Au’dtair observou enquanto seu animal de estimação continuava a olhar para fora. “Obrigada,” ela chamou para o nada. “Foi bom conhecer você! Obrigada pelas peles e pela comida! Esperançosamente, nos encontraremos algum dia no futuro.”

Ah, seu animal de estimação estava se despedindo dele. Bem, ela não precisava se preocupar com isso, já que ele estava indo com ela. Alguém tinha que garantir que ela continuasse a viver.

Ela apertou o botão para fechar a rampa e selar a escotilha. Andando até a cadeira do capitão, ainda com o voragyvis em seus braços, ela se prendeu no cinto. “Olá, Sha Shou; como está você hoje?”