Navios da Estrela - Capítulo 83

83: Quando a Informação Não é Muito Informativa 83: Quando a Informação Não é Muito Informativa “Okay, se acalma,” disse Jun Li, e eu soltei um rosnado baixo. Dizer a uma mulher para se acalmar era como jogar gasolina no fogo. Fazia exatamente o oposto do que você esperava conseguir.

“Não diga isso de novo para mim. Eu estou calma. Ou pelo menos tão calma quanto posso ficar aqui sozinha,” eu disse, tentando não gritar. Eu estava mais do que um pouco estressada lidando com uma cobra de 150 pés que parecia a reencarnação de um dragão asiático. “Sabe, você será muito bem-vindo se descer aqui e ajudar.”

“Eu te disse; eu não quero arriscar meu corpo. De qualquer forma, a melhor sugestão que tenho é botar um rastreador na cobra. Depois eu posso puxá-la para o compartimento da nave e deixá-la lá até a entrega,” aconselhou Jun Li.

“Isso parece uma boa ideia,” eu respondi, ainda seguindo a cobra gigante. “Por que isso daria errado para nós?”

“Se os Agkistrodon rhodostomas e os Bothrops lanceolatus conseguirem escapar do nosso compartimento antes de estarmos preparados para transferi-los, teremos oito deles se arrastando pela nave,” explicou Jun Li. Eu estava meio prestando atenção nele e meio na cobra à minha frente quando, de repente, a cobra, do tamanho de meio campo de futebol, desapareceu no ar.

Foda a minha vida.

Eu realmente teria que fazer minha própria pesquisa sobre as coisas antes de fazer Jun Li concordar com elas. Isso estava ficando ridículo.

Eu subi o mais rápido que pude e continuei olhando ao redor da área. “Acho que você também esqueceu de mencionar que elas ficam invisíveis,” eu resmunguei. Eu conseguia ver exatamente onde o caminho que a cobra tinha criado terminava. Isso significava que ela não tinha ido para frente.

Isso deixava duas opções: para trás ou para cima.

Eu estava no alto, e de repente, senti como se tivesse um alvo gigante nas costas. Eu subi ainda mais. “Mude a visão para infravermelho,” eu disse em voz alta.

“Mudando visão para infravermelho,” respondeu meu capacete, e de repente, eu estava de novo olhando para uma versão muito psicodélica do mundo ao meu redor, e uma longa cobra azul enrolada bem embaixo de mim. Preocupada que talvez ela pudesse me ver, eu me desloquei imediatamente para a direita. O triângulo azul claro na cabeça do enrolado azul escuro acompanhou meu movimento perfeitamente.

Foda. Cobra assassina podia me ver. “O modo de camuflagem está ativo?” eu exigi ao meu capacete, e me movi para a esquerda. A cabeça da cobra se moveu para a direita.

“Tanto o modo de camuflagem quanto a configuração de temperatura externa estão funcionando,” respondeu o capacete, antecipando minha próxima pergunta.

Ainda encarando a cobra, eu a vi começar a se apertar. A linha azul que eu sabia ser a cobra ficou mais escura enquanto ela se preparava. Não, de jeito nenhum. “Jun Li? Onde tem um rastreador que eu possa colocar nessa coisa?”

“Hum, temos um pequeno problema. Veja bem, como você tem um rastreador embutido, eu realmente não te enviei com nenhum outro,” disse Jun Li hesitante. Bem, foda. Lá se foi esse plano.

“Então por que você não levou isso em conta quando sugeriu aquela ‘boa opção’?” eu resmunguei. Meu cérebro estava começando a listar tudo o que sabia sobre a espécie original que eu achava que era. Sabe, algo muito menor.

Eu sabia que eles eram irritáveis e rápidos no ataque, um predador de emboscada com um local específico de emboscada que eles preferiam para atrair suas presas. Eles também aprendiam a aperfeiçoar sua precisão de ataque com o tempo. Eram poliândricos e davam à luz a filhotes vivos.

Se eu complementasse essa informação com minha situação atual, eu poderia assumir que, baseado no tamanho da cobra, ela é velha o suficiente para ter aperfeiçoado sua precisão de ataque e dominado a arte da emboscada. Você não fica grande desse jeito sem saber como caçar.

Houve um segundo em que a serpente congelou, e eu disparei para o céu o mais rápido que pude, conseguindo evitar por pouco ser mordida no tornozelo. Ok, essa cobra em particular podia lançar quase todo o comprimento do seu corpo.

Eu precisaria anotar isso para a próxima vez que eu fosse burra o suficiente para fazer isso.

O Bothrops lanceolatus caiu desajeitadamente no chão, e eu pude ver as nuvens de poeira que eu só podia presumir sendo levantadas em volta dele. Ele se recompôs, e eu pude ver uma linha fina amarelada-vermelhada saindo de sua boca.

“Essa cobra consegue cheirar feromônios?” eu perguntei, preocupada. Eu realmente não tinha pensado em esconder meu cheiro como fiz antes quando encontrei aquele homem-lobo. Não achei que fosse necessário no meio do nada.

“Não há registros de Bothrops lanceolatus conseguir sentir feromônios,” respondeu meu capacete. De novo, não havia tantos registros sobre essas coisas estúpidas de qualquer maneira. Então, se ele não podia me cheirar, como ele estava conseguindo me encontrar?

Noite!

Eu ainda tinha Pesadelo preso às minhas costas, e ele não estava camuflado ou com a temperatura externa regulada. Foda. A cobra deve ter percebido que o Pesadelo normalmente não podia voar pelo ar. Foi assim que ela continuou me encontrando.

“Você pode mover os Nanos para envolver o Pesadelo nas minhas costas?” eu perguntei, não muito certa se era possível ou mesmo se o Noite aceitaria bem ser envolvido em Nanos. Eu não sabia se minha armadura tinha conseguido fazer o que eu pedi, mas eu vi a cobra embaixo de mim começar a olhar ao redor.

Bom. Ela não pode mais me ver.

“Certo, Jun Li,” eu disse com um suspiro. “Qual é a segunda opção para conseguirmos colocar essa coisa na nave? Você sabe, já que você não me deu nenhum rastreador para transportá-la.”

“Bem, não precisamos nos preocupar se ela estiver viva, então a segunda opção é você matá-la,” disse Jun Li, nem um pouco incomodado pelos meus comentários sarcásticos. “No entanto, há cerca de 80% de chance de você morrer ao mesmo tempo.”