243: Acenando Uma Bandeira Vermelha 243: Acenando Uma Bandeira Vermelha Olhei para a cena à minha frente e senti toda a tensão derreter do meu corpo. Não sei como Jun Li conseguiu, mas ele agora era o meu ser favorito no mundo inteiro.

Parecia que ele tinha arrancado um pedaço da praia da Região F e colocado dentro da nave. Havia praias de areia, palmeiras e até guarda-sóis e cadeiras de praia espalhadas na frente da sala. Mas…

Fechei os olhos e respirei profundamente. Podia ouvir as ondas batendo na areia e sentir o cheiro salgado do oceano.

“Obrigada,” disse eu baixinho para Jun Li, sabendo que ele poderia me ouvir. “Não sei como você fez isso, mas obrigada.”

“Na verdade, nós tínhamos um nível livre, então pensei que isso seria uma adição interessante,” respondeu Jun Li pelo meu fone de ouvido.

“Não vou precisar me preocupar com tubarões ou algo assim, vou?” perguntei, erguendo uma sobrancelha. Havia vários quilômetros de praia, mas aquele ‘oceano’ ocupava quase três quartos da sala. Eu não tinha ideia de quão fundo era, mas definitivamente não conseguia ver onde a água terminava.

Houve uma pausa por um momento, fazendo-me balançar a cabeça. O AI provavelmente pegou uma seção inteira da Cidade O para construir isso, vida marinha e tudo.

“Pode ser que haja ou não tubarões,” admitiu Jun Li após alguns minutos. “Mas posso construir um escudo entre eles e a frente da água, se você quiser.”

Balançei a cabeça. Não gostava da ideia de nadar com tubarões, e quando digo que não gostava, quero dizer que odiava absolutamente. Havia um motivo pelo qual eu não nadava no oceano em casa: preferia ficar com as piscinas cobertas.

Mas talvez os caras gostassem.

“Por favor e obrigada,” respondi, mais do que feliz em saber que haveria uma parede entre mim e o que quer que estivesse à espreita na escuridão da água.

“Pronto,” disse Jun Li. Estreitei os olhos, mas não consegui ver nem um movimento na água que indicasse que algo havia mudado. Mas confiei em Jun Li desta vez. E se algo acontecesse, tenho certeza de que um dos caras seria capaz de me salvar antes que eu fosse devorada por algo que não fosse eles.

“Se eu for devorada, vou ficar chateada,” avisei enquanto caminhava na direção dos caras que estavam parados à beira-mar, apenas olhando para fora.

Houve um leve piado aos meus pés. Olhando para baixo, vi Noite e Abóbora sentados na areia, construindo montinhos. Prendi a respiração quando vi Abóbora completamente bem à luz do sol. Suspirando de alívio por meu animal de estimação não ter mais aquela fraqueza, voltei minha atenção para os caras.

Eles ainda não tinham notado que eu estava atrás deles, todos hipnotizados pela água. E eu não os culpava. Havia algo tão calmante no sol entre as árvores e a brisa suave. Mas eu realmente não queria calma naquele momento.

Forçando passagem entre Ye’tab e Meia-noite, olhei por cima do ombro para os homens. Os olhos de Meia-noite estavam fixos em mim, suas narinas se alargando ao captar o meu cheiro.

Dando-lhe um sorriso secreto, peguei a barra do meu vestido de cobertura preto. Lentamente, subi-o cada vez mais alto, revelando minha pele centímetro por centímetro.

Os outros homens devem ter captado o mesmo cheiro, porque não estavam mais olhando para a água, mas para mim… com um olhar faminto em seus rostos.

Meus olhos nunca deixaram o rosto de Meia-noite enquanto eu levantava o vestido até os quadris e depois pelo resto do meu corpo.

Fiquei lá parada por um momento, vestindo um biquíni vermelho brilhante quase exatamente igual ao que Pippa usava nas Férias de Primavera. De agora em diante, quando eles pensassem em trajes de banho e biquínis, não teriam mais a imagem de Pippa em suas cabeças, mas a minha.

Sem aviso, virei-me e corri para a água, maravilhada com sua temperatura. Mergulhei sob as ondas e nadei o mais rápido que pude.

Eu não era a melhor nadadora do mundo, de jeito nenhum, mas não estava realmente tentando fugir… só queria me divertir um pouco.

A água parecia não ter fim enquanto eu continuava a nadar cada vez mais fundo, meus pulmões queimando por ar. Mas eu gostava dessa sensação, confiando em Jun Li quando ele disse que havia criado uma barreira entre mim e os tubarões que quisessem um lanche.

Comecei a nadar para cima, querendo pegar um pouco de ar e ver onde os caras estavam, mas uma mão enorme agarrou meu tornozelo, me puxando para baixo.

Paniquei por um segundo, mas então olhei para baixo e vi os olhos dourados e brilhantes de Meia-noite olhando para mim. Relaxando o corpo, sorri para ele, acenando com a cabeça. Não sei se ele entendeu o que eu estava tentando dizer, mas precisava deixá-lo saber que eu estava bem com o que eles tinham em mente.

Eu estava literalmente acenando uma bandeira vermelha para um touro, e não poderia estar mais feliz com isso.

Ele me puxou para baixo com um puxão do pulso. Conforme eu descia, ele envolveu seus braços ao redor da minha cintura, e seu focinho esfregou para cima e para baixo ao longo do lado do meu pescoço. Mas aquilo não era o que eu queria.

Meus pulmões queimando por ar, minha cabeça ficando leve; coloquei minhas mãos em cada lado de seu rosto e trouxe sua boca até a minha.

Era algo parecido com como os humanos se beijam? De jeito nenhum. E francamente, eu estava mais do que bem com isso.

Eu nunca me considerei dominante. Isso sempre pareceu exigir muita energia, mas eu assumi o controle desse beijo, mostrando a ele exatamente o que eu queria e precisava.

Passei minha língua pela frente de seu focinho, a ponta dela pressionando um pouco para que ele abrisse a boca. Ele concordou, me dando espaço suficiente para inclinar minha cabeça para o lado e entrar em sua boca. A superfície da minha língua raspou sobre seus dentes superiores, não o suficiente para machucar, mas apenas o bastante para me fazer estremecer em reação.