227: Acionando as telas em 3…2…1… 227: Acionando as telas em 3…2…1… Eu era horrível nessa coisa toda de emoções, e realmente não sabia o que dizer ou fazer para fazer Ye’tab se sentir melhor, então fiz a única coisa que podia. Envolvi meus braços ao redor da sua cintura, ignorando sua armadura e os esporões ocasionais; descansei minha bochecha em seu peito.

“Você não é responsável por todas as informações em todo o universo conhecido,” eu disse. “Não há como você saber o que está certo ou errado. Isso é problema de quem escreveu sobre os Istar. Não seu. Certo?” perguntei, olhando para cima, para o homem.

Ele não disse nada; apenas envolveu seus braços ao redor de mim em troca. Ele soltou um pequeno suspiro, e eu senti seus ombros relaxarem. “Vou adicionar às minhas notas que as criaturas Istar contêm toxinas,” ele disse, mas nunca se moveu para fazer isso. Eu simplesmente dei uma risada e não me incomodei em me mover.

“Isso é bom e tal, mas não ajuda muito com as rainhas e coisas pulando ao redor na nave,” disse Jun Li, interrompendo. “E eu ainda não consigo falar com Sha Shou.”

Certo… minha armadura que assumiu o controle de uma nave. As coisas podem parar? Quer dizer, eu gostaria de cinco, talvez dez minutos sem que tudo desmoronasse. Eu me senti como o Sr. Incrível por um momento, desejando que o universo parasse de entrar em confusão.

Eu soltei um longo suspiro e me afastei de Ye’tab. Estalando meu pescoço de um lado para o outro, olhei para a tela à minha frente. “Quanto tempo até chegarmos ao sol?” perguntei, começando a me sentir cada vez mais cansado. Talvez eu não devesse ter desacelerado até que tudo estivesse concluído, porque agora eu estava sentindo cada dor e sofrimento.

“Vinte minutos, mais ou menos,” disse Jun Li. A vista à minha frente se ampliou, e eu pude ver o brilho claro de um sol à distância. Fiquei surpreso por não estarmos vendo melhor, já que estávamos tão perto. Abrindo minha boca, perguntei a Jun Li o motivo disso. “Porque eu não quero entregar o plano abrindo todos os ‘janelas’,” ele disse, como se devesse ter sido óbvio.

E sim, provavelmente era. Desculpe pelo momento loiro.

“Ok,” eu disse, dando um passo para longe de Ye’tab. Quanto mais eu estava em seus braços, mais eu apenas queria dormir por algumas semanas. Levantei minhas mãos acima da cabeça e estiquei os ombros e as costas. Essa próxima parte provavelmente ia ser difícil. Eu só esperava que Abóbora e Princesa tivessem encontrado um lugar seguro para se esconder.

Minha mente girava com todas as situações diferentes em que poderíamos nos encontrar e quais tinham a maior probabilidade de se transformar em merda e nos custar a vida. Até agora, dos 20 planos diferentes que elaborei, 19 envolviam morte, especificamente a nossa.

Franzindo o nariz, fechei os olhos, levando um pouco mais de tempo para esticar as dores no meu pescoço e ombros.

“Você pode esperar os 20 minutos para que possamos ter o sol ao nosso lado?” Perguntei, abrindo os olhos para olhar para Da’kea. “Eu realmente acho que essa é a única maneira de sairmos dessa situação com todas as nossas vidas intactas.”

“Nossas vidas não significam nada,” disse Da’kea suavemente enquanto se aproximava de mim. Ele gentilmente segurou meu queixo entre seu polegar e a junta do seu dedo indicador e levantou meu rosto para encontrar o dele. “Sua vida é a única que importa em todo este universo. E por essa razão, eu esperarei os 20 minutos.”

“Obrigado,” respondi com um suspiro de alívio. Eu não podia entender a visão quase passiva deles sobre a morte. Pelo que me diz respeito, a morte literalmente seria a última coisa que eu escolheria. E mesmo assim, lutaria contra ela com unhas e dentes. “Mas se você não lembrar de mais nada, por favor lembre-se disso. A morte é fácil. Viver é que é difícil.”

O Ancião abaixou sua testa no topo da minha cabeça e respirou fundo. “Minha pequena companheira é sábia. Eu entendo o que você está dizendo e tentarei me ajustar de acordo.”

“Veja se faz isso,” respondi, mostrando a língua para ele.

—–
Abóbora observava os homens e a fêmea que ele reivindicava como sua de um pequeno buraco que ele tinha criado no teto. A luz doía nos seus olhos, mas a dor era mais do que tolerável para mantê-la em seu campo de visão.

Ele precisava protegê-la, mas não podia fazer isso na luz, então ele iria aderir às sombras e garantir que nada a alcançasse novamente.

—–
Princesa abriu seus olhos azuis e piscou algumas vezes. A luz estava brilhante, mas já não era mais tão dolorosamente intensa quanto antes. Transferindo seu peso para as patas traseiras, ela se levantou em duas patas e olhou ao redor.

Não havia nada sobrando do jovem que tinha servido de seu lanche além de uma pequena poça de sangue corroendo o chão do corredor. Levantando a cabeça, ela farejou o ar.

Sua barriga estava longe de estar cheia, e ela podia cheirar algo gostoso alguns níveis acima de onde ela estava. Esse lugar estava cheio de delícias, apenas esperando por ela para encontrá-las.

Isso ia ser uma caça aos ovos extremamente divertida.

—–
O tempo passava tanto devagar quanto rápido. Quanto mais todos nós ficávamos parados na ponte de comando da nave de Pahn’thill, mais inquietos ficávamos. E quando eu digo nós, eu realmente quero dizer os caras.

Meia-noite teve o suficiente de me ver praticamente balançando em pé e me pegou no colo estilo princesa, me trazendo para perto de seu peito. Entre as batidas de seu coração e seu calor, era tudo o que eu podia fazer para manter meus olhos abertos. E mesmo assim, eu estava falhando miseravelmente.

Eu tinha piscado alguns segundos a mais quando a voz de Jun Li veio pelo comunicador, me assustando.

“Ligando as telas em 3…2…1…”