212: Caçada aos Ovos de Páscoa Infernal 212: Caçada aos Ovos de Páscoa Infernal Eu tinha essa imagem na cabeça de mim invadindo as portas da baia de lançamento, armas em punho, enquanto prometia morte a todos. Mas então lembrei que eu era mais esperto que isso.

Em vez disso, depois de dar a Da’kea um último olhar fulminante, voltei para o meu lugar e fiquei lá, esperando. Eu não era tão inseguro na minha posição a ponto de sentir a necessidade de passar na frente do cara que sabia o que estava fazendo. Não precisava provar que era um durão, e, neste caso, eu sabia que não era. Eu nunca tinha lutado contra um desses Istars antes, e algo me dizia que seria muito mais difícil do que matar um homem ou um homenzinho verde.

Sem mencionar que, se eu deixasse meu lugar designado, meus homens estariam mais preocupados com minha segurança do que com a deles, e isso levaria a baixas, algo que eu não estava disposto a arriscar.

Eles queriam que eu ficasse no meio, então eu ficaria no meio.

Meia-noite e Ye’tab caminharam em direção à abertura da escotilha e cravaram suas garras em ambos os lados dos batentes, aquela fenda nas portas onde os dois lados se encontravam. Puxando com força, conseguiram criar uma abertura grande o suficiente para deslizarmos por ela.

Da’kea foi o primeiro, seus chakrams em cada mão, disposto e pronto para fatiar qualquer coelho que tentasse nos comer.

Sim, eu nunca pensei que diria isso também.

Tha’juen se movimentou ao meu redor para poder passar pelo vão em seguida, ocupando o lado direito de Da’kea enquanto GA ficava à esquerda. Com um grunhido para nos informar que não viam nenhuma ameaça, entrei no corredor, rapidamente seguido por Meia-noite e Ye’tab.

Assim que passamos, as portas bateram, fechando atrás de nós. Bem, tanto por uma entrada furtiva.

“Ficar invisível,” grunhiu Da’kea, e os outros três Saalistaja ativaram o modo de camuflagem e desapareceram da vista. No entanto, como Meia-noite não tinha o luxo da camuflagem, ou pelo menos nada além de seu traje preto, me recusei a fazer o mesmo.

Embora eu não tenha tendências suicidas, isso não significava que eu não ficaria ombro a ombro com alguém disposto a matar por mim. Enfrentaríamos as ameaças juntos… e, esperançosamente, aqueles que estavam invisíveis teriam uma chance melhor de matar esses alienígenas terríveis.

Apenas meus passos ecoavam no corredor escurecido, Sha Shou com instruções estritas para não falar ou acender as luzes. Por sorte, meu capacete tinha visão noturna, e Meia-noite era um lobo.

Estávamos dentro da nave por talvez dez minutos quando encontramos o primeiro ovo. Era rosa pastel com listras azul bebê na horizontal e talvez do tamanho do meu antebraço. Era como a caça aos ovos de Páscoa do inferno.

Sem uma palavra, GA pegou um lança-chamas e incendiou o objeto.

No entanto, acho que nenhum de nós esperava o que aconteceu a seguir.

Em vez do ovo e seu conteúdo queimarem até não sobrar nada, o calor do fogo realmente fez o ovo chocar. O pequenino dentro irrompeu do topo e lançou-se em mim. Surpreso, peguei-o em meus braços e o apertei contra meu peito.

Não houve som, mas eu podia sentir que ele se aninhava no meu abraço, seu corpo tremendo como se estivesse assustado. Olhando para baixo, vi as orelhas de coelho mais fofas que já tinha visto na vida. Eram grandes e caíam sobre meus braços enquanto o Istar tentava se tornar invisível.

Sua pelagem tinha uma cor azul-marinho, com um azul mais claro agindo como um destaque. Era provavelmente do tamanho de um bebê de um ano da Terra, e tudo dentro de mim gritava que eu queria e precisava mantê-lo.

O coelho olhou para mim, e seus olhos laranja brilhantes pareciam brilhar, mesmo através da minha visão noturna. Ele tinha os caninos mais fofos aparecendo de sua boca. Percebendo que tinha minha atenção, ele sorriu para mim, mostrando uma quantidade massiva de dentes para alguém que acabara de nascer.

“Minha Estrela,” disse Da’kea ao meu lado. Ou pelo menos eu supus que ele estava ao meu lado. “Coloque-o no chão devagar e dê um passo para trás.”

“Não,” respondi, segurando o pacote peludo de alegria em meus braços com mais força. “Eu o reivindiquei, ele é meu.”

——
“Caralho, eles não mencionaram isso nos relatórios de informações,” resmungou Ye’tab enquanto os seis continuavam pelo corredor, olhando para trás e para frente, para cima e para baixo, em busca de outro ovo.

“Se os lança-chamas não funcionam, o que devemos fazer?” exigiu GA, olhando para sua companheira com um Istar em seus braços. Como se lendo sua mente, o jovem olhou por cima do ombro de seu dono e o encarou, um sorriso arrepiante no rosto. Abrindo a boca para mostrar os dentes afiados como navalhas, virou a cabeça como se estivesse prestes a arrancar o pescoço de Mei Xing.

“Nada disso,” ela estalou, dando um tapa na criatura entre suas orelhas. Contrariado, o Istar fechou a boca e enterrou a testa de volta no ombro dela. “Se você não puder se comportar, vai se meter em problemas.”

As mandíbulas externas de GA se abriram em surpresa enquanto a criatura estremecia por um momento e então acenava com a cabeça como se entendesse.

“Alguém mais notou a habilidade da nossa companheira de coletar coisas mortais e depois domá-las?” refletiu Meia-noite, um pequeno riso escapando de seus lábios. Ele se virou para olhar a coisa que parecia ter nascido do reino do Senhor das Trevas, sentada confortavelmente nos braços de sua companheira. “Primeiro o AI, depois o voragyvis, agora o Istar… o que você acha que ela será capaz de domar a seguir?”

“Somos tão diferentes assim?” respondeu Da’kea, um sorriso passando por seus lábios pela primeira vez desde que soube da infestação.

“Não,” replicou Meia-noite. Ele era o homem mais forte em seu planeta, tanto que escolheu deixar seu povo para protegê-los do efeito de dois Alfas lutando. Quando ele embarcou em sua nave com sua leal matilha ao seu lado, estava preocupado com o que o futuro poderia reservar. Preocupado se seria capaz de manter aqueles importantes para ele seguros em um universo de predadores.

Sabendo o que sabia agora, ele teria tomado a mesma decisão novamente. Sua brilhante Estrela valia tudo isso.