209: Ressuscitando um Velho Inimigo 209: Ressuscitando um Velho Inimigo “Tenho certeza disso,” eu disse, tentando ser compreensivo. Mas honestamente não tinha ideia do que ela poderia estar falando sobre uma infestação. Será que ela tinha um problema com ratos? Haveria ratos até mesmo no espaço?

“Bem, eles saíram primeiro de um ovo, mas acontece que há centenas de ovos em um dos compartimentos, e então existe um realmente grande que parece determinado a devorar seu caminho pela nave…” Eu não acho que Sha Shou tenha sequer respirado enquanto tentava explicar o que estava acontecendo.

Olhei para Da’kea para ver se ele entendia o que estava acontecendo. A expressão em seu rosto não era encorajadora. Seus olhos estavam arregalados, e as mandíbulas externas estavam clicando de irritação. Cada molécula em seu corpo parecia estar preparada para a guerra.

Isso não era um bom sinal.

Voltando minha atenção para os outros homens Saalistaja, percebi que todos tinham uma postura semelhante à de Da’kea. Seja lá o que fosse essa infestação, eu não achava que era tão simples quanto ratos. Além disso, todos os mamíferos nascem vivos, então eles não teriam saído de ovos.

Frangos? Poderia ser uma infestação de frangos?

“Nos dê suas coordenadas,” cortou Da’kea. “Não deixe mais ninguém entrar ou sair da sua nave. Não vá a lugar algum; apenas fique exatamente onde está. Você me entende?” ele exigiu, e até eu senti um calafrio de medo subir pela minha espinha. Bem, medo e algo mais.

“Oh- oh kay,” disse Sha Shou hesitante. “É ruim se eu atirei alguns deles no espaço? Quer dizer, foi acidental, mas isso é suficiente para matá-los, certo?”

“Não, não é. Volte para onde você os atirou e veja se você pode recuperá-los. Você não deve permitir que nenhum escape. Você me entende? Apenas um único é suficiente para dizimar um planeta inteiro. E se o que você disse está correto, você tem centenas,” rosnou antes de ele e os outros Saalistaja viraram e deixaram a ponte.

Eu troquei um olhar com Meia-noite, tentando descobrir se ele sabia o que estava acontecendo, mas ele simplesmente deu de ombros.

“Eu—Eu sinto muito,” disse Sha Shou com uma voz pequena. “Eu não sabia que eles estavam lá, muito menos que aumentar a temperatura faria com que eles chocassem. Eu sinto muito mesmo.”

“Oh, Querida,” eu disse. Ela soava tão perdida e sozinha que eu quase me senti mal por todas as vezes que desejei que ela simplesmente fosse embora. “Não é sua culpa. Algo me diz que Pahn’thill não deveria ter trazido eles a bordo em primeiro lugar. Você não pode assumir a responsabilidade pelas decisões de outra pessoa. Não é sua culpa,” continuei, tentando assegurá-la da melhor forma que pude.

“Obrigado,” ela respondeu. “Vou voltar e tentar recuperar todos os bebês que foram atirados para fora da baía de lançamento. Eu me assustei. Eu pensei que eles iriam fazer um buraco na nave, e eu não queria isso.”

“Está tudo bem,” eu a assegurei. “Estamos a caminho. Entre os seis de nós, tenho certeza de que podemos resolver as coisas.”

“Seis? Oh, você adicionou mais um ao seu harém! Parabéns!”

Pisquei rapidamente com o termo dela, mas acho que tecnicamente ela não estava errada. Mas não era uma conversa que eu queria ter com alguém que tinha apenas alguns meses de idade. Não importa o quão madura ela parecesse na maior parte do tempo.

“Obrigado,” eu disse. Eu pedi a Jun Li para enviar uma mensagem a Raguk dizendo que estaríamos um pouco atrasados para encontrá-lo e que algo inesperado tinha surgido. Eu ainda precisaria entrar em contato com a Colmeia, mas pelo menos não tive que continuar adiando essa reunião. Algo me diz que a Rainha não ficaria muito impressionada se eu tivesse que continuar cancelando com ela. Eu queria empregá-la, não ser um de seus alvos.

—–
“É o que eu estou pensando?” exigiu Au’dtair, apoiando-se no batente da porta enquanto Da’kea pegava uma de suas lanças pendurada na parede e começava a afiar uma das pontas. Ye’tab e Tha’juen estavam com ele, observando o Ancião se preparar como se ele estivesse indo para uma caça.

“Não tenho ideia do que você está pensando,” respondeu o Ancião, claramente não impressionado por ser questionado por aqueles que ele considerava ser jovens.

“Eu teria cuidado,” disse Tha’juen. Ele poderia ser o membro mais novo do grupo, mas isso não significava que ele não ficaria lado a lado com os outros homens. “Estamos aqui para apoiá-lo da melhor forma que pudermos. Todos estamos pensando nisso. Só precisamos que você diga.”

“Sim,” sibilou Da’kea. “É exatamente o que você está pensando. E eu não tinha ideia de como minha filha conseguiu colocar as mãos na rainha e nos ovos. É proibido. Qualquer um pego seria condenado à morte, sem perguntas.”

“O planeta gelado,” refletiu Ye’tab, tentando conectar os pontos. “Ela estava planejando liberá-los lá? Eles precisam de calor para se reproduzir. Talvez ela pensasse que poderia escondê-los e voltar sempre que quisesse.”

“Qualquer que fosse o plano dela, não importa agora. Ela está morta, e agora precisamos limpar sua bagunça antes que alguém perceba o que está acontecendo,” rosnou Da’kea. Ele não conseguia acreditar que sua prole fosse tão estúpida a ponto de fazer algo assim.

Ele congelou por um segundo, seu cérebro finalmente percebendo o problema mais significativo.

“Eles estão extintos… ninguém viu um em milhares de anos… então onde ela encontrou uma rainha?” ele refletiu, trabalhando as coisas em sua mente. Será que isso era mais um plano da Aliança? Ou alguém do Conselho dos Anciãos Saalistaja estava tentando trazer de volta os velhos costumes, e sua prole apoiava essa ideia.

Pahn’thill sabia onde ele se posicionava sobre o assunto. Destruir toda a população de um planeta apenas para ter um predador de topo para caçar era insano. Ele nunca apoiaria essa ideia e sempre a rejeitava sempre que era mencionada.

Claro, não havia tantas presas desafiadoras por aí, mas isso não significava que eles deveriam ressuscitar uma ao custo de inúmeras vidas.