Navios da Estrela - Capítulo 121
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121: Alcançando Um Acordo 121: Alcançando Um Acordo O homem Saalistaja girou; suas lâminas de pulso desembainhadas enquanto ele percebia o perigo que estava no quarto de sua “pet”.
— Calma, irmão, sou apenas eu — disse Ye’tab enquanto desativava sua camuflagem. Mantendo os braços abertos, ele deu um tempo para o outro homem estudá-lo.
— Você mudou — rosnou Au’dtair em voz baixa, para não perturbar sua “pet”. Ele observou o homem e notou o aumento da massa muscular e até a coloração diferente. Sua pele não tinha mais o tom bronzeado claro de sua tribo, mas agora tinha um tom verde oliva e marrom mais escuro, semelhante à própria cor de Au’dtair.
— Assim como você — respondeu Ye’tab. As transformações que ele havia notado em si mesmo após ser escolhido pela realeza humana também aconteceram no outro homem. Sua cor agora estava tão parecida que outros poderiam assumir que eles eram da mesma ninhada. No entanto, os cachos que saíam do crânio de Au’dtair haviam mudado de cor.
Cada Saalistaja tinha cachos negros feitos de queratina que permitiam certa entrada sensorial, incluindo fatores ambientais, proximidade a objetos, a posição do corpo e membros, bem como a detecção de vibrações e mudanças nas correntes de ar. Os próprios cachos tinham uma alta suprimento de sangue e nervos, tornando-os extremamente sensíveis ao menor estímulo.
Na verdade, era a maior fraqueza que qualquer Saalistaja possuía. E ainda assim, os cachos de Au’dtair estavam revestidos com uma armadura roxa de algum tipo. Ye’tab desejou ter uma superfície refletora para ver se os seus haviam passado por algo semelhante.
— Como você chegou aqui? — exigiu Au’dtair, não interessado nas mudanças em sua aparência ou na de Ye’tab como o outro homem estava. Tudo o que ele se importava era com a possível ameaça à sua “pet”.
— Segui a humana — respondeu Ye’tab, não mais fascinado com a transformação do outro homem com quem ele estava. Provavelmente Au’dtair não tinha ideia do porquê ele estava diferente, o que significava que ele ainda poderia ser uma ameaça à sua companheira. — Onde estão os outros?
— Não estão aqui — respondeu Au’dtair enquanto se afastava de Mei Xing. Ele não queria correr o risco de ser muito barulhento e acordá-la. Ye’tab seguiu-o de volta para o canto onde estava originalmente.
— Então, por que você está? — pressionou Ye’tab, sem vontade de recuar. Ambos os homens dançavam em torno da questão, nenhum disposto a colocar a humana em perigo por revelar algo que não deveriam.
— Eu a encontrei em uma caçada. Ela é minha presa — disse Au’dtair enquanto se endireitava até sua altura máxima. Infelizmente para ele, por mais velho que ele fosse em relação ao outro homem, ele estava na mesma altura, mais ou menos uma polegada ou duas.
— É sobre ela que você estava falando? — perguntou Ye’tab, finalmente juntando tudo. — Você não estava sofrendo da Loucura Masculina, você foi escolhido.
— Eu já disse a todos vocês — rosnou Au’dtair, não impressionado pelo fato de todos os seus companheiros de caça parecerem pensar que ele havia enlouquecido. — O que você quer dizer com escolhido?
— Isso depende; quais são seus planos para sua presa?
— No momento, cuidar dela. A nave não faz um bom trabalho, mesmo que você tenha dito que as naves os tratam como “pets” — resmungou Au’dtair. Ele ainda estava tentando descobrir como deixar comida para ela sem que ela suspeitasse que ele estava a bordo de sua nave. — Agora, explique escolhido.
Ye’tab pensou por um momento, avaliando os prós e contras de seu próximo passo. Ele se orgulhava de estar pelo menos dez passos à frente na maioria das situações, mas agora, até ele estava lutando para acompanhar as mudanças.
— O que você se lembra sobre os Etavainianos? — perguntou ele, não desviando da questão, mas precisando saber por onde começar.
— Raça de todas fêmeas que foram caçadas até a extinção — respondeu Au’dtair com um encolher de ombros, realmente não se importando com alguma espécie há muito extinta. Todo Saalistaja era forçado a aprender sobre as espécies, mas quando filhote, ele nunca entendeu por que precisava aprender sobre elas.
— Eles estão de volta — disse Ye’tab com cautela. — Ou pelo menos um dos membros da realeza está de volta.
Au’dtair bufou com essa afirmação. — Se for o caso, então espero que ela saiba se esconder bem — zombou ele. Não era problema dele que alguma realeza há muito perdida estivesse de volta dos mortos.
— Parece que ela é boa em se esconder, ou pelo menos em não ser encontrada — suspirou Ye’tab, suas mandíbulas externas se chocando uma contra a outra. — Tão boa, na verdade, que ela descobriu o que ela era há um catawr atrás.
Au’dtair congelou e desviou a atenção de sua “pet” para um homem que ele considerava um amigo. — Quer esclarecer isso para mim? — exigiu ele, sabendo que a resposta provavelmente não mudaria.
— Sua “pet”, a humana —
— Mei Xing — interrompeu Au’dtair.
— Mei Xing é a última Etaviana conhecida no universo, com as outras de sua espécie sendo, geneticamente, muito atrasadas — completou Ye’tab. — Todos os humanos compartilham a mesma genética para serem reprodutores universais, mas apenas os genes de Mei Xing foram desbloqueados, tornando-a uma Etaviana de sangue puro — repetiu ele, caso não tivesse ficado claro antes.
— E as mudanças que passamos? — perguntou Au’dtair, agora entendendo, mas mais uma vez querendo confirmação do outro homem.
— As mudanças são um sinal de que fomos escolhidos pela realeza Etaviana como uma combinação genética superior — respondeu Ye’tab, suas mandíbulas externas se chocando novamente, mas se era de felicidade ou de alguma outra coisa, era difícil de adivinhar.
— Então, quais são seus planos?
Ye’tab bufou com a pergunta. — Vou provar que sou digno de ser escolhido — respondeu ele simplesmente. — Mesmo que isso signifique que eu tenha que matar meus irmãos para protegê-la.
— Nisso, estamos de acordo — assentiu Au’dtair. — Agora, como garantimos que os outros não possam encontrá-la?
— Eu não acho que ela estaria disposta a viver o resto da vida na nave, sem nunca sair? — perguntou Ye’tab, sabendo que seria demais pedir.
— Eu não acho que ela se importaria com isso. Será mais um problema quando a nave decidir que precisa de algo e deixá-la em um planeta para buscar — respondeu Au’dtair com um bufo frustrado.
— Espera… o quê?