Capítulo 1941: 1941. Caças

Muitas lutas seguiram a decisão do Grupo do Noah de caçar os seguidores do Céu e da Terra. Os antigos governantes lhes concederam acesso a um mapa relativamente detalhado das áreas que esses cultivadores estavam tentando defender, e os especialistas não hesitaram em capturá-los.

Lutar contra cultivadores de estágio gasoso havia praticamente se tornado normal para Noah e os outros. Eles nem mesmo estavam sozinhos, já que as bestas mágicas dos antigos governantes frequentemente se juntavam às suas batalhas, e as vitórias começaram a se acumular.

Noah teve a chance de apreender múltiplas existências. A capacidade do Supremo Ladrão fazia parte de sua ganância agora, então ele precisava apenas se apoiar em seu desejo para ativá-la. Sua fome também desempenhou um papel importante nesse campo, mas os cultivadores do Céu e da Terra não podiam fazer muito de qualquer maneira. Os governantes estavam silenciosos, então esses ativos não podiam voltar à vida ou usar contramedidas específicas.

O Grupo do Noah também se aproximou de batalhas que poderiam vencer. Eles não se preocupavam em maximizar o dano ao Sistema do Céu e da Terra. Eles apenas queriam expandir a influência das bestas mágicas aprimoradas entre as tempestades enquanto roubavam aspectos para si mesmos.

Céu e Terra estavam silenciosos, mas Noah ainda assim não mostrou a totalidade de seu novo poder. Ele limitou-se a se acostumar ao último estado de sua existência enquanto continuava estudando as Esferas dos dragões.

As caças levaram o grupo a áreas estranhas e únicas. As leis caóticas carregavam significados ocultos que os faziam tender às criações específicas. Algumas regiões apresentavam palácios tênues, outras tinham muito mais energia do que o normal na forma de lagos, e algumas tentavam construir estruturas subterrâneas destinadas a algo que até mesmo o Rei Elbas tinha dificuldade para compreender.

Noah e os outros há muito haviam entendido que as regiões tempestuosas não eram apenas uma massa de poder que gerava terras aleatoriamente. As leis caóticas seguiam um modelo vago que eventualmente ganhava vida com o passar do tempo. Céu e Terra liberavam aquela energia com um plano em mente, mas estudar isso a partir da superfície era difícil.

O Rei Elbas fazia o melhor possível para rastrear as áreas únicas que o grupo atravessava e limpava, mas o mapa que resultava disso apenas aumentava sua confusão. Ele podia encontrar significados vagos, mas não conseguia entender o que eles deveriam gerar uma vez que fossem fundidos com as outras zonas únicas.

Esse estudo parecia exigir uma visão geral das regiões tempestuosas e uma compreensão do céu. Grande parte da camada branca permanecia oculta da visão do grupo a partir de sua posição, e aquele conhecimento parecia necessário para aprender o que Céu e Terra estavam tramando.

É claro, o céu não estava nem perto do alcance do grupo. Noah e os outros estavam até mesmo tentando evitá-lo por enquanto, já que estavam priorizando suas melhorias. No entanto, seus esforços acabavam trabalhando contra o seu crescimento, pelo menos no caso de Rei Elbas, Noah e Estevão.

Aquela consequência não os surpreendia. Rei Elbas, Noah e Estevão eram os únicos que se apoiavam nas existências roubadas para aumentar sua compreensão e aprofundar seus aspectos, mas sabiam o que aquele processo causava. Uma lei mais forte exigia mais tempo para melhorar, então nenhum deles conseguiu aproximar-se do avanço naquele período.

A existência do Divino Demônio e Wilfred eram peculiares, o que não lhes permitia se apoiar nos aspectos roubados. O primeiro não fazia sentido algum enquanto o segundo se fortalecia em sua simplicidade, então eles não podiam adicionar compreensão estrangeira. Ainda assim, os dois também encontravam dificuldades em se aproximar do avanço, e a única explicação estava na falta de perigos em seu caminho.

As caças testavam suas habilidades, mas somente dentro de certos limites. Noah e os outros nunca arriscavam perder suas vidas durante aquele processo. Os seguidores no estágio gasoso perdiam a maior parte de sua periculosidade quando Céu e Terra não os ajudavam.

Aquela descoberta deixava o grupo satisfeito com seu poder de batalha, mas também os obrigava a aceitar como o nono rank continuaria escapando de seu alcance enquanto eles não encontrassem perigos adequados. Inicialmente, aquilo era aceitável, já que as caças os tornavam mais fortes de qualquer forma, mas problemas inevitavelmente começavam a surgir quando todo aquele poder permanecia preso no oitavo rank.

Divino Demônio e Wilfred perceberam como seus três companheiros começaram a apresentar comportamentos instáveis durante suas viagens e caças. Aqueles problemas não eram muito problemáticos, já que consistiam principalmente em labaredas de energia aleatórias que expressavam alguns de seus aspectos aprimorados ou eventos semelhantes. No entanto, eram um sinal claro de que suas leis não podiam permanecer naquele estado por mais tempo.

Os centros de poder eram quase seres vivos nas posições divinas. Eles se comportavam de acordo com a compreensão que carregavam, então suas profundezas podiam forçá-los a agir como se já estivessem no nono rank.

Aquilo obviamente causava problemas. O Rei Elbas aos poucos se tornava incapaz de conter sua curiosidade. Ele entrava em um transe sempre que uma ventania carregava um significado interessante. Esse problema começou a acontecer com tanta frequência que ele teve que desenvolver objetos capazes de mantê-lo focado em seu entorno.

A aura de Estevão ganhou propriedades destrutivas únicas. Sua determinação se transformava em um juiz para a matéria ao seu redor e forçava o que encontrava indigno a desmoronar.

Noah estava ligeiramente melhor. Ele tinha vários aspectos de sua existência tentando aplicar seu poder no mundo ao seu redor, mas sua ambição permanecia sendo seu principal poder. Sua influência não carregava efeitos destrutivos, então sua instabilidade beneficiava o mundo e seus companheiros.

Ainda assim, era claro que eles não podiam continuar daquele jeito. Os três especialistas não queriam se tornar corpos simples que carregavam sua influência pelo mundo. Eles queriam manter controle sobre sua existência, e isso exigia um avanço.

“Nós temos alguns possíveis alvos,” Rei Elbas anunciou enquanto uma luz dourada piscava em seus olhos sempre que ele tentava desviar o olhar do mapa diante de si.

O mapa seria indistinto para existências que nunca haviam visto uma representação similar das regiões tempestuosas. O Rei Elbas não se incomodava em descrevê-lo como um anel flutuando ao redor da Terra Imortal vazia. Ele os retratava como um túnel que não tinha fim nem início.

Aquela descrição permitia que Rei Elbas e seus companheiros usassem as zonas mortas e a cidade laranja como pontos de controle. Eles ajudavam a rastrear as áreas que já haviam cruzado, mesmo que aquele conhecimento permanecesse válido apenas por algumas décadas ou séculos. As tempestades nunca paravam de se mover e transformar aquelas áreas, então o mapa acabava precisando de atualizações constantes.

“Os antigos governantes confirmaram a presença de três cultivadores de estágio sólido, quarenta de estágio líquido e algumas centenas de estágio gasoso,” Rei Elbas continuou. “Podemos continuar caçando os cultivadores de estágio gasoso por mais algumas décadas, mas acredito que nossas existências alcançarão seus limites até lá. Precisamos do avanço para colocar nossa nova compreensão em prática.”

“Todos precisamos dos avanços,” Divino Demônio amaldiçoou enquanto olhava para o céu escondido pelas tempestades à distância. “Eu juro, Céu e Terra estão zombando de nós. Eles passam milênios tentando nos suprimir apenas para desaparecer quando realmente precisamos de sua ajuda.”

“Eles estão apenas calculando como restaurar sua harmonia sem as leis perdidas durante a inovação do Santo da Espada,” Noah explicou. “Eles construíram sua existência atual em eras, então é compreensível que levem um tempo.”

“Pensar que Noah Balvan defenderia os governantes,” Wilfred riu.

“Por favor, preciso me apoiar no meu lado razoável para manter meus aspectos sob controle,” Noah zombou enquanto fixava seus olhos famintos em Wilfred. “Eu não sei a quem posso comer nesta condição.”

“Então, estamos indo atrás dos cultivadores de estágio líquido,” Estevão interrompeu aquela ameaça silenciosa. “Temos uma caça relativamente desafiadora e uma difícil. Qual vocês querem enfrentar?”