526: Capítulo 519. A Bela Adormecida 526: Capítulo 519. A Bela Adormecida O som gemido dos Espectros afetados quase colocou um sorriso no rosto de Kei–mas ela se conteve porque sabia que não tinha acabado. “Todas as equipes de Espectros que receberam cura, voltem e acabem com eles!”

[Sim Senhora!]
“Ufa… isso foi angustiante,” Kei permitiu-se um suspiro aliviado enquanto o campo de batalha não estava mais em caos.

Bem, não tão caótico como antes, pelo menos.

“Bom trabalho,” Zein deu um tapinha nas costas de Senia, que estava encostada no chão após terminar sua tarefa. Ela havia esgotado seu mana, mas graças à orientação simultânea de Zein, seu nível de corrosão estava controlável.

“Eu fiz?” Senia perguntou com respiração ofegante e expectativa, encarando o guia com olhos esperançosos. “Verdade?”

Zein não pôde deixar de sorrir por trás de sua máscara. Estava ficando fofo ver essa garota buscando reconhecimento; e não importava quem a elogiasse, não significaria nada se Zein não dissesse.

“Sim,” dessa vez, ele deu um tapinha na cabeça da garota–da maneira que fazia com os outros guias. “Você fez bem.”

Senia apertou os lábios e não disse nada, ao contrário de Dheera e os outros que sorriam orgulhosamente. Mas havia um brilho em seus olhos que fazia Zein sentir que foi a decisão certa aceitar essa garota naquele dia.

Sim–esta era apenas uma alma perdida que precisava ser endireitada. Ele estava feliz que o veneno de Horin não tinha se infiltrado muito profundamente em sua alma.

“Descanse e regenere seu mana por enquanto,” Zein se levantou novamente. “Ainda precisamos de você para o resto dos fragmentos. Está ficando difícil para Zhan e Gus fazerem isso apenas entre eles.”

E Zein não podia ajudar também, porque não destruiria apenas o corpo corpóreo, mas também o núcleo do fragmento se ele infundisse seu mana.

“Oh, sim…” Senia concordou, olhando para o campo de batalha do fragmento no sudeste. Por algum motivo, ela até parecia preocupada. “Farei isso rapidamente.”

Ela procedeu em tirar um soro regenerativo de mana e engoliu a mistura amarga com uma careta. Gus sempre dizia que tinha gosto de álcool, mas se aquilo era o gosto de álcool, Senia estava bastante feliz por nunca ter provado a coisa real. Ugh…deve ser bom ter um reservatório de mana tão grande como o da Bassena. Deve ser raro para ele ficar sem mana e ter que depender de um soro assim…

Falando nele…

Senia estreitou os olhos para olhar a luta ao longe; a enorme confusão de olhos e tentáculos com um cavaleiro blindado empunhando uma foice. Tsk–por que ele tinha que parecer tão legal? Ela se perguntava novamente se os espíritos elementais poderiam lhe dar uma armadura…

-Bzz-
“O quê, vocês não podem?” Senia franziu os lábios. “Hã? Precisam evoluir? Vocês podem evoluir?”

-BzzBzz-
“Oh, legal! Vamos tentar isso depois que todo esse show de merda acabar!”

Mas a questão era… quando isso acabaria?

Senia olhava ao redor do campo de batalha; a luta contra os Espectros havia sido retomada após a explosão do Comedor de Pedra, mais fácil agora já que os Espectros estavam sendo enfraquecidos pela explosão e presos pelo muco endurecido do Comedor de Pedra que chovia sobre eles durante a explosão.

Do outro lado estava a batalha do fragmento, que estava muito mais difícil. Os quatro que ainda resistiam eram o grupo forte, os grandes. Bassena tinha designado duas equipes para lutar contra cada um deles, mas ainda não era suficiente. Mesmo depois que a outra equipe se juntou, ainda era uma batalha difícil. A única coisa boa era que eles tinham mais chances de alternar seu turno de ataque, permitindo que uma equipe fosse curada e orientada enquanto as outras duas atacavam.

Mas estava bem; era possível. Kei não estava mais cerrando os punhos com força. O mais ansioso entre eles era realmente Zein.

Sim. Desde que ele não tinha ideia de como Bassena estava agora.

O esper estava em silêncio desde o momento em que estava gritando com Senia mais cedo. Compreensivelmente, era para ele poder se concentrar na luta com o clone, mas…

Zein não conseguia se livrar do som de tosse que ouviu pela última vez. Um som de tosse úmida. Agora que ele não precisava mais de duas mãos para guiar, a adaga preta estava de volta à sua mão.

“Por que você fica mexendo nisso?” Senia perguntou, apontando para a adaga. “Você não deveria lutar–isso significa que a linha de defesa foi violada.”

Zein queria rir. Se fosse a Senia de dois anos atrás, ela diria que os guias eram muito fracos e não tinham lugar no campo de batalha. Parecia que a pequena princesa havia crescido.

“Então? Por que você está tão inquieto?”

“É uma garantia,” Zein esfregou o cabo da Pérola Negra.

“Para quê?”

“Para o meu futuro,” Zein disse de forma enigmática, fazendo Senia franzir os lábios.

“Ugh–tudo bem se você não quiser me contar,” a garota resmungou.

Zein apenas sorriu e voltou sua atenção para a luta ao longe. Mas honestamente, era difícil; os tentáculos continuavam batendo no chão e fazendo a terra e a areia voarem como fumaça, turvando o campo de batalha.

Ele conseguia ver a figura de Bassena às vezes, deslizando entre os tentáculos, cortando e perfurando. Toda vez que ouvia um som uivante vindo da borda do campo, ele sabia que vinha de uma ferida causada pelo esper.

E isso lhe dizia que Bassena ainda estava vivo, pelo menos.

“Não se preocupe,” Kei olhou para trás com o que parecia ser seu primeiro sorriso do dia. “Mais força está aqui.”

Zein e Senia se viraram, para ver o que parecia ser um raio de luz. A equipe de caça um e Hagalaz, assim como o suporte enviado para eles, finalmente haviam chegado.

Sem saber, Zein soltou um suspiro aliviado. Se alguém pudesse ajudar Bassena a enfrentar o clone, seria Ashur. E Jock, com sua habilidade, poderia fornecer comunicação mesmo sem um dispositivo, o que seria ótimo.

Mas assim como qualquer outra pessoa, a primeira coisa que eles notaram foi a montanha de olhos ao longe.

“Que diabos é isso?”

“O clone do nosso chefe final,” Zein disse a eles. “Kei, você pode colocar uma equipe para ajudar o Bas?”

“Estou nisso,” Kei afirmou com um aceno.

O guia então se virou para a líder da equipe de Mortix, perguntando em voz baixa. “Jock, você pode se comunicar com Bassena? Ele desligou seu commlink.”

“Para poder se concentrar?” a ex-guarda-costas estreitou os olhos para enxergar melhor. “Faz sentido, olhando para aquela coisa. Vou tentar por enquanto, mas estou preocupada em quebrar sua concentração.”

“Apenas relate que enviaremos ajuda.”

“Entendido.”

Enquanto isso, Ashur varria o olhar pelo campo de batalha com olhos endurecidos. As duas Torres de Vigia estavam em ruínas; o chão estava dividido e irrompido. Havia quatro buracos no chão e uma grande cratera causada por uma explosão. As estações de ajuda e guia não estavam no lugar–significando que foram forçadas a se mover por algum motivo.

“Baixas?” ele perguntou a Kei em um sussurro.

“Só aqui? Dois mortos e um desconhecido,” a batedora olhou para o grupo mercenário. “Eu ainda não contei os feridos.”

Ashur xingou baixinho. Ele pensou que seria difícil, mas ele não achava que haveria morte já.

Por outro lado, as pessoas diriam que era ‘apenas’ isso, considerando que eles tinham que enfrentar uma horda de bestas, um grupo de Espectros e oito fragmentos apenas neste campo, para não mencionar…

“Aquela coisa dispara um raio de energia quase invisível dos seus olhos,” Kei contou ao outro esper. “Causou a primeira fatalidade e continuou disparando essa merda a cada meia hora. O Comandante estava aguentando a maior parte para podermos respirar mais facilmente.”

“Então isso não vai acabar a menos que matemos essa coisa, certo?”

“Não tenho certeza se você pode exatamente matá-la,” Zein disse. “Mas acho que você pode incapacitá-la se ‘matar’ os olhos.”

“Sim, então estou chamando Naoya,” Kei disse enquanto apertava o botão para chamar as pessoas que ela colocou na equipe de assistência. “Será difícil para qualquer um de vocês chegar muito perto, então vamos mirar em destruir os olhos enquanto está ocupado pelo Comandante.”

Zein acenou em concordância, olhando para Jock, que imediatamente transmitiu a intenção a Bassena através de sua habilidade.

“Então é a hora de eu usar minhas balistas,” Ashur murmurou, o que fez Senia levantar a sobrancelha.

Esse cara tinha uma arma de longo alcance também? Curiosamente, ela observou enquanto Ashur tirava algo de seu armazenamento, pensando que era a balista em questão. Decepcionadamente, eram apenas um tubo–não, dois tubos–de núcleos de fragmento.

“Aqui está o fragmento que pegamos. Não me sinto à vontade deixando isso no Castelo, então trouxemos aqui,” ele bateu o tubo pesado e chiante no chão. “O que devemos fazer com isso?”

“Apenas coloque em cima do–”
CLANK!

O baú selado, que era usado para armazenar o fragmento, de repente tremeu e emitiu um som chiante idêntico ao dos tubos nas mãos de Ashur. Um som sinistro de rangido e quebra pôde ser ouvido, enchendo suas costas de arrepios.

“O que é agora?!” Senia se levantou com outro soro de mana na mão, antes de engolir agitada.

“Merda–”
Ashur xingou quando as mãos segurando os tubos começaram a sentir calor como se estivessem queimando. Ele não pôde evitar soltá-los devido à sensação súbita de queimação, e os tubos rolaram em direção ao baú, quase como se tivessem mente própria.

“Merda–eles estão tentando se fundir?!”

“Cohen!”

“Mana insuficiente para o Santuário de Ferro, Senhor.”

Zein rangeu os dentes e xingou mais. “Kei, chame os defensores aqui!”

“Eles estão nos outros fragmentos!”

Senia balançou a mão e usou a terra para cobrir os tubos rolando, selando-os dentro de uma cúpula de areia. Mas depois de apenas dois segundos, os tubos se libertaram, ficando mais escuros do que antes, completamente preenchidos com uma névoa roxa escura que parecia pronta para explodir a qualquer segundo.

Com um grunhido, Ashur ignorou a pele derretida de sua palma e pegou uma claymore de seu inventário, jogando-a no caminho dos tubos rolando. Mas as lâminas corroeram e derreteram como sua pele quando os tubos se aproximaram, tornando o obstáculo inútil.

“Filho de uma–”
“Ugh–”
O xingamento de Ashur foi cortado pelo grunhido de Zein. Abruptamente, a mão do guia foi erguida por conta própria, sem nem mesmo a permissão do dono. Um anel de armazenamento, que estava circulando o polegar de Zein, vibrou.

“O quê…”

Antes que Zein pudesse entender, uma luz explodiu de seu anel, e uma barreira brilhante encerrou a área ao redor do baú contorcendo e dos tubos rolando, selando-os numa gaiola forte e impenetrável.

Sentado no topo da gaiola brilhante, estava um cristal brilhante que havia estado dormindo o tempo todo dentro do anel.