Não Há Amor na Zona da Morte (BL) - Capítulo 108
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108: Capítulo 104. Vento Soprante 108: Capítulo 104. Vento Soprante “Não é sequestro se já planejamos isso,” Zein respondeu despreocupadamente.
“Oh, não se preocupe. Eu vou te sequestrar de verdade um dia,” Bassena sorriu profundamente enquanto entrava no escritório que parecia ter se tornado a área de descanso dos 5 estrelas esses dias. “Isso é só um teste.”
“Não fique convencido,”
Aí que você se focou? Abel levantou a sobrancelha para Zein. E a história do ‘namorado’? “Você vai viajar?” ele perguntou ao guia mais alto.
“Rexon,” quem respondeu foi o esper, que andou sem hesitação em direção à mesa e olhou para a impressão com um sorriso de lado.
Para ser honesto, Bassena queria ter essas fotos para si mesmo. Claro, com seu senso apurado, sabia que estava sendo fotografado de longe algumas vezes, mas se alguém como ele sempre se preocupasse com pessoas tirando fotos dele, ele não teria uma carreira. Mas ele também não se sentia injustiçado.
Quase parecia uma pena que ele não tivesse usado esse tipo de truque desde o início.
Olha, ele podia até brincar e chamar Zein de seu namorado e o homem não o repreendia.
“A Capital?” Abel olhou para cima com surpresa, olhando para Zein e Bassena alternadamente. “Nessa situação?”
“Bem, não é minha culpa que essas pessoas inventaram essas coisas quando eu já estou fazendo planos,” Bassena deu de ombros, sentando-se na beirada da mesa enquanto olhava a impressão na frente de Zein. Ele fixou os olhos nos olhos azuis suaves na foto e seu sorriso se aprofundou. “Além disso, isso não é realmente prejudicial para mim.”
Sim–se é que tem algo, ele está feliz com isso. Não há nada de errado em ele se apaixonar e correr atrás de um guia. Era bom que as pessoas soubessem que ele queria reivindicar Zein como seu.
“Talvez as pessoas que insistem que eu tenho algo com esses celebridades mudem de ideia então,” Bassena murmurou, rindo alegremente para si mesmo, encarando direto nos olhos azuis como se dizendo a Zein para não acreditar em nenhum boato a esse respeito.
E talvez, pessoas que queriam ter Zein para si mesmas também abandonassem a intenção enquanto isso. Uma vitória para ele de qualquer forma.
Olhando para as duas pessoas que olhavam uma para a outra como se estivessem conversando com os olhos fez com que Abel revirasse os olhos e desse de ombros. “Ah, de qualquer forma não é da minha conta,” disse o Chefe Guia, recostando-se na cadeira antes de subitamente se lembrar de algo. “E sobre Celestia, hein?”
Não tinha um rumor de que Zein estava sendo sondado pela Celestia há pouco tempo? Tornou-se um segredo aberto que Celestia queria Zein, mas agora eles iam para o coração do território de Celestia?
“Bem…é uma das razões pelas quais fazemos isso,” Bassena respondeu, discretamente pegando a impressão na frente de Zein ao juntar todos os papéis.
Abel inclinou sua cabeça ligeiramente. Entrar direto no território inimigo é o plano? “O que você quer dizer?”
“Não é mostrar na cara deles que Zein me acompanhando vai dizer a essas pessoas que ele não vai mudar de lado? Dizendo a eles que estamos confiantes o suficiente para levar Zein à Capital sem temer aliciamentos ou o que for.”
“E se ele for abordado novamente?”
“Então eu simplesmente rejeitarei,” Zein finalmente abriu a boca depois de apenas ouvi-los por um tempo. “Eu só conversei com Askan porque eu o conhecia de antes, de qualquer forma.”
“E ele sempre tem guardas com ele hoje em dia,” Bassena adicionou com um sorriso, lançando um olhar para Alice que estava em pé silenciosamente lá. “Certo, Senhorita assistente?”
Novamente, a moça soltou um sorriso profundo e inclinou a cabeça enquanto respondia de forma simples. “Claro.”
Abel levantou sua sobrancelha diante de mais uma nova peça de informação. Que guardas? Onde? Desde quando? O número de pontos de interrogação em sua mente aumentou.
Mas o guia decidiu simplesmente esquecer isso e olhou para Zein novamente. “Então… o que exatamente você vai fazer lá?”
“Como eu saberia? Eu nunca estive lá,” Zein deu de ombros, de um jeitinho muito Zein de encarar o desconhecido com naturalidade. Ele olhou para cima em direção a Bassena e inclinou a cabeça. “Você não disse algo sobre assistir a sua gravação?”
Bassena Vaski, o rei comercial de Althrea, piscou e deu um sorriso charmoso como confirmação, e recebeu um tapa leve no braço por causa disso. “Eu te falei para não fazer isso na minha frente.”
Mais uma vez, Abel quase suspirou com a cena à sua frente. Ele não podia culpar os membros do grupo de conversa por terem muitas suposições e soltarem a imaginação. Quantas vezes eles pediram a ele por informações picantes?
“Na verdade, eu fiquei surpreso que Zein até concordou com isso,” Abel riu enquanto observava a dupla guia-esper, pensando no tipo de caos que o grupo de conversa teria se ele gravasse as coisas que aconteciam dentro deste escritório.
“Ele fez uma promessa,” Bassena respondeu com um sorriso orgulhoso, como se tivesse feito uma conquista rara ou algo assim.
“Você me fez prometer quando eu estava bêbado,” Zein respondeu com os olhos estreitos.
“Mas você se lembrou, então está tudo bem,” o esper sorriu e se levantou. “Vamos, você não tem mais trabalho, certo?”
Zein fez uma pausa e virou a cabeça em surpresa. “”Agora mesmo?”
Ele sabia que partiriam hoje, mas pensou que iriam à noite, já que a agenda da Bassena não começava até amanhã.
“Qual parte de sequestro você não entendeu?”
“E as minhas roupas?”
“Reina preparou uma mala cheia da sua nova coleção para você,” Bassena sorriu e bateu palmas para apressar o guia.
Zein ergueu levemente a sobrancelha com isso. “De novo?” ele nem tinha usado tudo o que ela lhe enviou da última vez. Felizmente, viajar de repente sem qualquer preparação era algo com o qual Zein já estava familiarizado.
“Ei, coisa grátis!” o esper deu de ombros e riu, puxando a manga de Zein e inclinando a cabeça, dando ao guia seu melhor olhar de cachorrinho. “Vamos?”
“Não faça gracinhas,” os olhos azuis se estreitaram enquanto Zein se levantava.
“Como mais eu deveria seduzir você?”
Ignorando a resposta atrevida do esper, Zein fez uma pergunta mais substancial. “Como vamos chegar lá?”
Bassena apontou para cima com o dedo, e respondeu com um largo sorriso. “Vamos voar.”
* * *
Zein nunca tinha andado de aeronave antes, nunca nem tinha chegado perto de uma. Ele não tinha meios de acessá-la antes, e não teve a necessidade de usar uma até agora.
Tudo o que ele tinha feito era olhar para o aplicativo de aeronaves privadas da Trindade e assistir vídeos sobre ela através do seu commlink. E agora que ele estava na frente do helicóptero, ele congelou; observando o grande propulsor girar como algum tipo de foice mortal invocando um ciclone.
Como… as pessoas podiam mesmo pensar em ir debaixo dessa coisa com aparência mortal? Zein olhou para cima com uma carranca, antes de sua atenção se desviar para uma mão acolhedora segurando a sua suada.
“Elas são resistentes,” Bassena simplesmente disse, voz carregada de mana para que Zein pudesse ouvi-lo através do vento estridente. Ele puxou o guia gentilmente em direção à aeronave que os esperava.
Zein havia trocado seu uniforme por um casaco, e se arrependeu de não tê-lo abotoado antes, porque o vento o fazia voar ao seu redor. Ele tentou não olhar para as lâminas propulsoras e apenas se concentrar na mão guiando-o para frente. Ele só conseguiu respirar fundo quando finalmente se sentou; o assento e o interior pareciam mais confortáveis do que ele pensava.
Bassena apertou o cinto de segurança e colocou gentilmente os fones de ouvido em Zein, que apenas observava tudo com uma leve empolgação. Agora que ele não tinha que ver e sentir as lâminas propulsoras ameaçadoras, ele finalmente podia começar a gostar do ambiente.
“Se você ficar bem com esta, eu te levo para voar às vezes,” Bassena disse enquanto o piloto se preparava para decolar e Lex escalava o assento da frente. “Apenas nós dois.”
Zein virou a cabeça com genuína surpresa, os olhos azuis arregalados e piscando. “Você quer dizer… que pode pilotar essa coisa?”
Bassena respondeu com um sorriso que de repente pareceu tão atraente para Zein. “Estamos subindo,” o esper disse ao invés, enquanto segurava sua mão levemente.
O guia mudou seu olhar para fora então, quando sentiu o tranco da repentina leveza, que o fez lembrar do tempo em que caiu na ruína da cidade e Bassena o pegou. Ele pressionou a cabeça contra o assento e ficou bastante contente por poder sentir a mão quente de Bassena na sua.
Olhando para o céu azul que se aproximava, Zein de repente se lembrou de quando era criança e ainda ousava ter esperanças. Observando os corvos e outras aves corajosas voando pelo céu empoeirado da zona vermelha, ele invejava como eles podiam se afastar facilmente do solo podre. Ele sonhava em se transformar em um pássaro e voar para o outro lado do muro, escapando do lugar infernal.
Talvez então, ele pudesse escapar daquele homem e ir para algum lugar. Talvez então, ele pudesse chegar ao lugar que chamavam de mar. Talvez então, ele pudesse ver as coisas que as pessoas diziam se parecer com seus olhos.
Ele aprendeu rápido, no entanto, que sonhar com algo impossível era perda de tempo, e apenas se opôs a isso como um mero sonho bobo de criança.
Na zona vermelha, era mais fácil não sonhar, ponto final.
Com sua outra mão, que não estava sendo segurada por Bassena, Zein tocou a janela, observando os prédios altos e as árvores passando lá embaixo. Observando o rio e o fosso com água cintilante refletindo a luz do sol.
Ah — Zein olhou para o céu azul que parecia mais próximo do que o usual. Isso não era a zona vermelha. Aqui, ele podia sonhar com alguma coisa e pareceria que poderia ser possível.
Como seria, ele se perguntava, se ele pudesse realmente voar lá fora sem esta máquina. Como seria estar cercado pelo som do vento e pelo bater das asas?
O céu azul e o calor em sua mão estranhamente lhe disseram que talvez fosse possível.