Mundo Etéreo: Estrada da Imortalidade do Figurante Vil - Capítulo 823
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- Capítulo 823 - 823 O Primeiro Imperador Demônio Salão do Trono Antigo (1)
823: O Primeiro Imperador Demônio [Salão do Trono Antigo] (1) 823: O Primeiro Imperador Demônio [Salão do Trono Antigo] (1) Contando com seus instintos de sobrevivência e sua consciência dos sons, conseguiram revidar e desviar do perigo. Embora seus corpos agora estivessem cobertos de sangue e feridas, suas vidas estavam seguras.
Ninguém sabia quanto tempo havia passado até que todos caíssem dentro de um salão antigo.
Com um baque, seus corpos atingiram o chão descontroladamente.
“Ai! Que lugar maldito!” A voz aguda de Xiao Meng ecoou pela câmara. Por causa de seu comportamento desrespeitoso, ela logo foi suprimida pela aura sufocante.
Seu corpo foi pressionado fortemente contra o chão, e ela não conseguia sequer se mover.
As pupilas de todos se condensaram ligeiramente diante da cena à sua frente. Enquanto lutavam para se levantar, perceberam que haviam caído no Salão do Trono Antigo, onde uma aura sufocante de malevolência e decadência pesava fortemente sobre suas almas.
Imensas, colunas de obsidiana rachadas se erguiam como presas quebradas, cobertas em runas vermelhas brilhantes. As paredes estavam carbonizadas e cobertas de veias negras rastejantes, pulsando com magia das trevas.
O chão estava estilhaçado, com rachaduras exsudando ícor negro que sussurrava e se movia por conta própria.
De vez em quando, figuras fantasmagóricas piscavam entrando e saindo, repetindo seus últimos momentos em tormento.
Detritos flutuantes e fendas na realidade apareciam aleatoriamente, revelando vislumbres de um abismo aterrorizante.
O Salão do Trono Antigo não estava apenas abandonado; estava amaldiçoado além da redenção — um lugar onde o tempo e a existência pareciam ter começado a colapsar.
Estar diante do Trono Abissal era enfrentar o peso de incontáveis séculos de sofrimento, ambição e queda definitiva. Aqueles que entravam poderiam nunca sair — pelo menos, não como eram antes.
No extremo final, sentava-se o Trono Abissal, um assento aterrorizante feito de osso, obsidiana e materiais irreconhecíveis. Brilhava fracamente com uma luz sinistra, como se algo terrível o tivesse ocupado uma vez.
Bem quando Shenlian Yingyue ponderava sobre o que havia acontecido aqui no passado, ela caiu em memórias desconhecidas. Todos se encontraram nesta estranha situação, testemunhando algo horripilante, porém memorável.
Eles viram traições de entes queridos, mãos manchadas com as vidas de incontáveis seres, pesadelos infernais de séculos passados em solidão, e o ápice da existência onde tudo parecia igual — desde satisfação efêmera ao tédio, levando finalmente ao nada.
A quem pertenciam essas memórias? Eles recordaram experiências do nascimento ao sofrimento e luta, então ao amor e traição, culminando na ascensão de um senhor supremo.
Quem estava diante deles? O rosto da figura permanecia oculto, envolto em trevas. Uma aura opressiva pesava fortemente sobre eles.
Shenlian Yingyue e os outros lutavam para manter a consciência enquanto as memórias começavam a se desenrolar diante dela.
Fracamente, ela discerniu que esta silhueta pertencia a uma mulher — uma mulher imponentemente alta.
Uma vez, ela era uma alma frágil e sem nome, nascida em um reino impiedoso onde apenas a força prevalecia. A falta de poder significava esperar ser esmagado, como detrito sob os pés.
Dia após dia, a sobrevivência se transformava em um concurso brutal, cercado por demônios implacáveis que viam a fraqueza como um convite à morte, atormentando e abusando dos fracos.
Ela suportou violência de seus próprios parentes, traída por aqueles a quem amava, deixada para morrer vez após vez. No entanto, cada queda a forjou em algo mais resistente.
Navegando pelas profundezas do desespero, ela suportou sofrimentos incessantes semelhantes a um ciclo torturante, tirando lições de cada cicatriz e ferida pelo caminho. Erguendo-se da inocência à ambição astuta, ela consumiu seus adversários, apropriando-se da força deles e subindo constantemente ao pico do poder.
No seu mais profundo desespero, ela descobriu o amor — um raro farol na escuridão onipresente. Pela primeira vez, calor, confiança e esperança a envolveram. No entanto, a dúvida roía por dentro; esse afeto terminaria em traição, mais uma vez?
Ansiosa por amor, ela se encontrou no topo do mundo, observando inúmeros seres abaixo, mas a visão era solitária, tediosa e árida.
Contudo, o amor no Reino Demoníaco trazia perigo. Apesar de prever o potencial para corações partidos, ela ansiava abraçar essa alegria efêmera.
Ela acreditava que todo ser merecia ser amado, valorizado e abraçado, independentemente do seu passado.
Porém, a realidade a atingiu com clareza brutal. Seu amado, outrora uma fonte de esperança, voltou-se contra ela, cravando uma adaga em suas costas para tomar o poder que ela havia cultivado. Ele a abandonou para morrer, regozijando-se enquanto se afastava, deixando-a desvanecer.
Sozinha, segurando seu recém-nascido — a própria personificação de sua vulnerabilidade—, ela o embalou em mãos ensanguentadas. A angústia se contorcia dentro dela; ela desejava ressentir-se da criança, lembranças de sua própria insensatez, no entanto, ela não conseguia.
Quem disse que demônios não possuem compaixão? Ela abraçou seu bebê, fechou os olhos e engoliu sua amargura.
O homem que usurpara seu poder ascendeu ao domínio sobre o mundo, deleitando-se na destruição e compelindo todos a se curvar diante dele.
Desde o início, ele a abordou com uma fachada de calor e carinho, iluminando sua vida entre as sombras, oferecendo-lhe gotas doces de água em um mundo repleto de amargura — apenas para tomar seu poder supremo e ascender ao trono do Imperador Demônio.
Aquele momento marcou seu voto de nunca mais confiar em ninguém. O que ele falhou em reconhecer foi que ela, destinada a se tornar a primeira Imperatriz Demônio, nunca realmente pereceria. Cada vez que caía, ela renascia como um fênix das cinzas de Nirvana.
Impulsionada pela fúria, pela angústia e por memórias assombrosas, ela aniquilava qualquer um que se atrevesse a ficar em seu caminho. Ela embarcou mais uma vez em sua busca para recuperar tudo que era de direito seu.
Ela se aprofundou em feitiçaria proibida, formou alianças inquebráveis e até mesmo dobrou a própria essência da morte para servir a sua vontade. Aqueles que outrora se regozijavam em sua desgraça passaram a se encolher diante dela — implorando pela misericórdia que ela se recusava a oferecer.
Quando ela estendeu a mão por ajuda, quem lhe estendeu as mãos de volta? Quando ela implorou por compaixão, quem lhe ofereceu consolo? Quando ela distribuiu sua bondade para outros, quem se lembrou de sua benevolência? Quando ela foi traída e deixada vulnerável, quem ficou ao seu lado? Quando a descartaram por poder e reconhecimento, quem restou para lembrar-se dela? Ninguém, absolutamente ninguém!
Agora, como a Suprema Imperatriz Demônio, ela empunhava um poder imensurável. Ela possuía tudo — força, terror e um vasto império estendendo-se pelo abismo e pelo cosmos. No entanto, enquanto se sentava solitária em seu trono, envolta por sombras e pelos ecos do silêncio, uma pergunta persistia…
Valeu a pena?
Então, ela irrompeu em uma gargalhada maníaca. Sim, valeu. Ela havia matado o miserável que tirou tudo dela, apagou aqueles que a pisotearam e reivindicou as cabeças e almas daqueles que a traíram.
No final, ninguém mais ousou cruzar seu caminho novamente. Ela governava o Reino Demoníaco através de seus métodos implacáveis, enviando um frio terror aos corações de quem pudesse cultivar pensamentos de traição.