Minha Vida Como o Primeiro Guia Classe S - Capítulo 70

70: A TOCA DO DRAGÃO 70: A TOCA DO DRAGÃO WONHEE olhou para Yejun com suspeita. “Seu lugar? Você tem um lugar que não foi confiscado pela APA? Está me tornando sua cúmplice agora?” Ela deu um passo para trás, se afastando dele. “Sou uma cidadã que respeita a lei, Yejun-ah. Não serei cúmplice de um crime.”

Yejun inclinou a cabeça para um lado. “Wonhee-ya, o Inventário de uma Pessoa Desperta pertence ao Sistema. O governo não pode retomá-lo de nós, mesmo que cometamos um crime.”

Huh?

Era irritante como Yejun podia justificar seu crime tão bem.

[Espere, isso significa…?]
“Yejun-ah, você está dizendo que o lugar onde você costuma ir é o seu Inventário?” Wonhee perguntou, surpresa e curiosa. “Pessoas Despertas podem entrar no seu Inventário?”

Foi assim que ela interpretou o que ele disse.

E ele não negou!

“Caçadores não podem entrar no seu Inventário – exceto eu,” Yejun disse, e então estendeu sua mão para ela. “Gostaria de ver o meu <Covil do Dragão>, Wonhee-ya?”

***
“VOCÊ descobriu alguma coisa, Soobin-ah?”

“Infelizmente, não,” Soobin disse, tirando seus óculos antes de beliscar a ponte do nariz. “Desmontei a bala e chequei tudo o que pude, mas não encontrei nada estranho. Desculpe, Geon-ah.”

Geon balançou a cabeça e deu um tapinha no ombro de Soobin. “Tudo bem, Soobin-ah. Você não tem que se desculpar.”

Soobin apenas assentiu, mas já estava mergulhado em pensamentos.

Ontem, os membros de elite da Guilda de Verão trouxeram a bala que atingiu Ahn Kisoo para o Centro Guia Nacional.

Aparentemente, Ahn Kisoo perdeu suas habilidades como Guia depois de ser atingido por aquela bala.

Por isso, Soobin foi convocado por seu marido.

[Afinal, Geon sabe que sou o melhor fabricante de armas da Coreia.]
Mas Soobin havia passado a noite inteira em sua Oficina Escondida, apenas para voltar ao escritório de Geon no Centro Guia Nacional sem nenhuma informação útil.

Como alguém saudado como o Deus Ferreiro, ele se sentiu envergonhado por sua incompetência.

“Como está Ahn Kisoo?” Soobin perguntou preocupado. “As habilidades dele como Guia ainda estão inativas?”

“Falei com a Caçadora Kaia ontem à noite e, segundo ela, Ahn Kisoo ainda não recuperou suas habilidades,” Geon disse, então suspirou. “Isso é sério, Soobin-ah. Guias já são difíceis de encontrar. Se há uma arma que pode tirar as habilidades de um Guia, então nossos Caçadores sofrerão um grande golpe.”

“Sim, eu sei. Nem sabemos se a bala só funciona em Guias ou não,” Soobin disse, suspirando. “A APA ainda não deve saber sobre isso.”

“Não se preocupe. Apenas a equipe do Graham está ciente do que aconteceu com Ahn Kisoo,” Geon o tranquilizou. “A Guilda de Verão não confia na APA, então não acho que contarão para Kwon Jiwoong sobre o caso do Ahn Kisoo.”

“Isso é um alívio então.”

“Eu sei, não é? Estou feliz que muitas pessoas odeiem Kwon Jiwoong.”

Soobin riu do que seu marido disse.

“Enfim, estou planejando trazer Ahn Kisoo para cá para verificar se nossos aparelhos ainda o reconhecem como Guia.”

“É uma boa ideia. Vou com você.”

“Tem certeza, Soobin-ah? Pensei que estivesse ocupado planejando a coletiva de imprensa do Hee-ya.”

“Semi Noona disse que cuidará disso,” Soobin disse, segurando a mão de Geon. “Vamos ter um encontro de verdade depois disso.”

Geon riu, mas assentiu e apertou sua mão. “Prometido, tá bom?”

***
UMA VILA?

Wonhee ficou surpresa quando, ao abrir os olhos, foi recebida por uma belíssima mansão.

E não era uma mansão típica que se encontraria em áreas ricas da Coreia.

Era uma mansão que se assemelhava às apresentadas em webcomics de romance fantasia com ambientação medieval.

O jardim e a fonte d’água no meio eram ambos belos.

“Uau,” Wonhee sussurrou admirada. “Isso é o seu Inventário, Yejun-ah?”

“Sim,” Yejun disse, segurando sua mão enquanto a puxava para dentro da mansão. “Na verdade, este é o covil de um dragão louco que derrotei há alguns anos. Achei um desperdício deixá-lo na masmorra, então pensei em colocá-lo no meu Inventário.”

“Como você teve essa ideia maluca quando o Sistema claramente define o tamanho do nosso Inventário, hein?”

“Bem, eu não sabia onde mais colocar o Covil do Dragão.”

“Você pensou em colocá-lo no seu Inventário… e o Sistema simplesmente permitiu que você fizesse isso?”

“Não pensei que seria um problema, já que o limite do meu Inventário está marcado como ‘infinito’.”

Ela soltou um suspiro. “Infinito?”

“Sim, e isso é um segredo,” ele disse, em seguida colocou um dedo no nariz. “Você é a primeira pessoa que contei sobre o meu Inventário.”

Oh.

Curiosamente, Wonhee se sentiu tocada.

Entretanto, esse sentimento não durou muito.

[Yejun está apenas sendo gentil comigo pela recompensa.]
Wonhee rapidamente se recompôs e mudou de assunto sem tomar sopa de kimchi[1]. “Então como você soube que poderia entrar no Covil do Dragão escondido dentro do seu Inventário?”

Yejun deu de ombros. “Apenas um pressentimento? Não me lembro muito bem, já que consegui este Covil do Dragão há cinco ou seis anos? Minhas memórias ficaram turvas depois que caí em desgraça.”

Oh.

Isso ainda era incrível, porém.

[Yejun tinha apenas vinte e poucos anos quando derrotou um dragão da masmorra…]
“Então você pode trazer outras pessoas para cá?”

“Não, você é a única pessoa que posso trazer para cá além de mim,” Yejun disse orgulhosamente. “O Sistema provavelmente permitiu a sua entrada porque se importa com você.”

Ah.

[Estou começando a me sentir desconfortável com o favoritismo que o Sistema demonstra por mim…]
Seu cérebro parou de funcionar por um momento quando finalmente entrou na mansão.

Ouro.

A maioria das coisas que ela viu lá – do mobiliário aos enfeites – era toda feita de ouro.

Wonhee cresceu no luxo, mas a visão ainda a surpreendia.

“O dragão que conheci gostava de ouro,” Yejun explicou. “Esta mansão tem um cômodo cheio de ouro, joias e outras coisas bonitas e caras. Quer ver? Não há muito o que ver lá além de ouro, porém.”

Pfft.

“Yejun-ah, você provavelmente é a única pessoa no mundo que diria que não tem muito o que ver em um cômodo cheio de ouro.”

“Se você não está lá, então não há muito o que ver, mesmo em um cômodo cheio de ouro, Wonhee-ya.”

MEU DEUS.

Ok, ela admitiria que a frase foi um pouco amorosa.

MAS a maneira como Yejun disse foi tão suave que Wonhee se viu corando. Talvez ela tenha sentido borboletas no estômago.

[Hwang Yejun é cheio de rizz[2]…]
***
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[1] Um ditado coreano que basicamente significa “não conte os ovos antes de eles chocarem”. Ou seja, não assuma coisas que ainda não foram confirmadas.

[2] gíria para carisma~