- Home
- Mimada por Bilionários Após Traição
- Capítulo 447 - Capítulo 447: 448 Eu Deixo a Escolha para Você
Capítulo 447: 448 Eu Deixo a Escolha para Você
Quanto tempo havia passado desde que tiveram uma conversa como essa?
Aquele pensamento pegou os dois de surpresa.
Eles costumavam ter momentos assim — tão naturais, tão calorosos. Mas o fogo… o fogo queimou todas aquelas memórias, deixando nada além de cinzas no quarto 2307 do Hotel Hilton.
Emily foi a primeira a quebrar o silêncio, tentando mudar de assunto. “Eu não estava tentando invadir ou qualquer coisa… é só que eu não ouvia nada há um tempo, e fiquei preocupada que algo tivesse acontecido com você…”
“Emily.”
“Hm?”
Satan deu uma risada baixa, “Não é nada.”
Emily franziu a testa, “Diz logo o que você quer dizer.”
“Só quero dizer… que estou feliz.” Satan suspirou, um tanto saudoso. “Você está preocupada comigo, e isso me faz feliz.”
“Não entenda errado. Eu só estava—”
Satan a interrompeu gentilmente, “Não importa o motivo. Seja qual for a razão, estou feliz.”
Emily soltou uma risada pequena e resignada, balançando a cabeça, “Tanto faz, eu nunca consigo ganhar uma discussão com você.”
Ela estendeu a mão, segurando seu braço. “Deixa eu te ajudar a voltar para a cama.”
“Ainda não,” ele disse, afastando-se levemente. “Eu te mandei sair mais cedo para que eu pudesse ligar para a Vovó, para tranquilizar a mente dela.”
Emily hesitou, com a mão parada no ar. “Você precisou me mandar sair só para ligar para ela?”
“Não é isso,” Satan explicou, sua voz suave. “Ela está nos pressionando sobre o casamento e ter filhos. Eu sei como você é. Você se sentiria mal sobre isso e concordaria só para fazê-la feliz, e eu não quero isso. Não quero que você se case comigo por pressão da Vovó.”
Emily não pôde deixar de sorrir ironicamente. “Se não fosse por ela, eu não teria voltado com você em primeiro lugar.”
“Eu sei,” Satan assentiu, parecendo um tanto desolado. “Esses últimos dias na cama me deram tempo para refletir. Será que estou usando a sua bondade? Mas aí tem o Jackson. Ele foi honesto com você sobre o que sentia. Quando você o rejeitou, ele respeitou isso e ficou ao seu lado como amigo. Ele te ajudou a reconstruir sua vida, passou três anos ao seu lado sem nunca tentar forçar você a algo que não queria. E então eu me olho… talvez eu não tenha sido tão bom para você quanto deveria ter sido. Talvez eu nem possa me comparar a ele.”
A voz de Satan ficou mais baixa. “E agora, com a minha saúde… eu nem sei se conseguirei te proteger até envelhecermos juntos, ou se partirei antes de você. Eu já pensei em desistir, em abrir espaço para que você pudesse ficar com o Jackson. Vocês dois poderiam voltar para o Reino Unido, viver aquela vida tranquila que você sempre quis… longe de toda essa bagunça em Nova Iorque.”
As palavras dele pairaram no ar por um momento antes de ele acrescentar, “Mas eu não consigo. Finalmente te trouxe de volta. Não posso simplesmente te deixar ir.”
Havia um toque de tristeza em seu tom, uma mistura de resignação e desejo. “Não sei a solução perfeita, então estou deixando a escolha para você. Você decide como quer viver o resto de sua vida. Não se preocupe com a Vovó — eu explicarei tudo a ela.”
“Pare de falar,” Emily disse, franzindo a testa.
“Emily…”
“O médico disse que você não deveria falar tanto. Como você ainda pode continuar falando assim?” ela o repreendeu. “Eu sou adulta. Sim, tenho um coração mole, mas isso não significa que vou me deixar ser empurrada para sempre. Tenho meus próprios limites. Como eu escolho viver minha vida — isso é para mim decidir. Você não precisa sentir tanta culpa.”
“…Você tem razão.”
Emily lançou um olhar para ele. “Então, todo esse tempo, você estava falando com a Vovó, mas ainda não foi ao banheiro, né?”
o rosto de Satan ficou um pouco vermelho. Ele olhou para o lado, envergonhado. “…Pode me dar um minuto?”
“Tem uma porta para o banheiro. Você pode simplesmente fechá-la.”
“Eu, ah… também queria tomar um banho,” ele murmurou. “Já faz alguns dias.”
Emily suspirou. “Eu não vou ouvir nada lá de fora. Se você cair, eu nem saberia. Não se preocupe, eu não vou olhar. Vou ficar perto da janela.”
Com isso, Emily trancou a porta do quarto e caminhou em direção à janela, ficando de costas para ele enquanto olhava para a rua abaixo.
Atrás dela, ouviu o clique suave da porta do banheiro fechando.
Ele estava no banheiro.
Emily vasculhou o armário em busca de roupas limpas. Não havia nenhuma.
Dylan ainda não havia trazido suas roupas?
Ela olhou para a porta do banheiro, incerta. O som da água correndo preenchia o quarto, e ela assumiu que Satan não poderia ouvi-la de qualquer forma.
Tudo bem, ele provavelmente preparou roupas.
Já faziam três anos, mas ela ainda tinha esse instinto — de preparar as roupas dele enquanto ele tomava banho para que ele pudesse trocar quando saísse.
Claro, naquela época, na maioria das vezes ele simplesmente saía enrolado numa toalha, só para pegá-la no colo e atirá-la na cama.
Naquela época, eles sempre faziam amor à noite.
Aquelas noites provocantes… só de pensar nelas fazia seu coração bater um pouco mais rápido.
O amor é algo tão estranho. A maneira como ela se apaixonou por Satan naquela época — era quase sem sentido, como se houvesse uma barreira entre eles. Ela nem sabia quem ele realmente era, mas se apaixonou mesmo assim.
O amor era tão simples.
Mas depois de toda dor que ela passou, a ideia de se apaixonar de novo parecia impossível.
Jackson era bom para ela. Ela sabia disso. Em todos os aspectos — família, personalidade — Jackson era a escolha certa para ela.
Mas ela não conseguia amar Jackson. Havia alguém em seu coração, alguém que ela não conseguia se livrar, não importava o quanto tentasse. Ninguém mais poderia ocupar o lugar dele.
Ela considerou isso, lá no Reino Unido — talvez ela pudesse se casar com um cara comum, cuidar dele, ter seus filhos, e viver uma vida tranquila e sem eventos. Eles teriam uma família, mas ela nunca conseguiria amá-lo.
Quanto a Jackson…
Vamos esperar um pouco mais.
Uma vez que a saúde de Satan melhorasse, ela falaria com Jackson sobre tudo.
O som da água no banheiro parou.
“Emily,” Satan chamou.
Emily saiu de seus pensamentos. “Estou aqui. O que foi?”
“Me desculpa… mas você poderia me ajudar?”
Ela respondeu, “Do que você precisa?”
“Acho que preciso que você me ajude a me levantar.”
Emily virou-se para a porta, mas continuou de costas para ela. “Você já se vestiu?”
Não houve resposta.
Ela esperou alguns segundos, mas ele ainda não respondeu.
Apertando os dentes, Emily se virou, “Você está bem?”
“Eu não estou… muito bem.” Sua voz soou fraca.
“Tudo bem, estou entrando,” ela disse, sem querer demorar mais, enquanto abria a porta do banheiro.
A cena diante dela a fez congelar no lugar.
Satan estava apoiado fracamente na parede, mal conseguindo se sustentar.
E seu corpo estava coberto de grandes e horríveis cicatrizes de queimadura.
“Me desculpe, Emily… eu te assustei?” Sua respiração estava ficando superficial. “Eu só… não consigo mais ficar de pé.”
Os olhos de Emily se encheram de lágrimas. Ela correu até ele e o ajudou a ficar de pé, permitindo que ele se apoiasse nela. “Aguente firme. Deixe-me te levar de volta para a cama.”