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Capítulo 973: Penelope Bennet, o que você acha?
A esposa do Zoren, Penelope Bennet, era alguém que ele nunca tinha conhecido enquanto ela estava viva. Como a vovó dele poderia ter conhecido ela? Mesmo assim, considerando a condição da Velha Senhora Pierson, seu casamento fabricado era a única coisa que a fazia feliz, não importava quantas vezes ele repetisse a história.
“Me fale mais sobre ela!” a Velha Senhora Pierson insistiu. “Ou você está cansado de se repetir?”
“Não.” Zoren moveu sua cadeira mais para perto da cama, segurando a mão enrugada dela entre as suas. “Penelope… ela é brilhante. Tem vários doutorados e fazia parte de uma equipe de pesquisa trabalhando em medicamentos milagrosos.”
“Oh!” Os olhos da Velha Senhora Pierson brilharam. “Renren, ela é um gênio! Eu sabia! Minha nora é incrível! O que mais?”
“Ela vem de uma boa família e, apesar de sua agenda apertada, ela sempre arranjava tempo para os entes queridos.”
“Que filha piedosa,” ela disse com orgulho.
“Ela é.”
“Não só é bonita e inteligente, mas também é bondosa.”
“Como eu queria que ela não fosse… talvez ela seria muito mais feliz,” ele murmurou, embora a audição fraca de sua avó não captasse. “Ela também é feroz.”
Ele tinha aprendido isso enquanto vigiava ela na prisão. Ela frequentemente começava brigas, acabando em isolamento. No entanto, seu espírito nunca parecia quebrar, não sendo surpresa já que sua alma há muito estava estilhaçada fora daqueles muros da prisão. Sua rebeldia sempre entrava em choque com seus esforços para protegê-la de tratamentos tão duros. Como prisioneira do corredor da morte, ela era vista como uma ameaça e negada as liberdades que outros prisioneiros tinham. Através de suas conexões e a grande custo, Zoren garantiu que ela não ficasse totalmente isolada. Era sua maneira de mostrar a ela que ainda havia esperança — que mesmo dentro daqueles muros, ela poderia imaginar a liberdade.
“Hehehe.” A Velha Senhora Pierson deu um risinho, imaginando uma mulher tão notável com seu neto. “Você tirou a sorte grande, Renren!” Mas quando seu olhar retornou para ele, ela notou a expressão no rosto dele. Preocupada, ela segurou sua mão firmemente.
“Renren, o que há de errado, meu filho?” ela perguntou gentilmente. “Você pode sempre contar à vovó seus problemas. Eu sempre vou ouvir, como sempre.”
Um sorriso tênue cruzou seus lábios. “Eu sei que você ouviria.”
“E a melhor parte é,” ela acrescentou com uma risada, “que eu vou esquecer o que quer que seja depois!”
Sua piada aliviou o momento, mas o coração de Zoren permaneceu pesado. Ele hesitou antes de finalmente falar, sua voz baixa. “Existe alguma coisa que eu realmente seja bom, vovó? Porque tudo que eu realmente quero fazer — todo mundo que eu quero salvar — sempre parece escorregar por entre meus dedos.”
A amargura em suas palavras refletiu seus fracassos: sua incapacidade de salvar Penelope Bennet e sua avó. Apesar de sua riqueza e influência, nada parecia mudar. Nada parecia ajudar.
“Eu falhei com minha esposa…” ele sussurrou, seus lábios formando um sorriso amargo. “… e eu falharei com você também.”
“Renren, como você pode dizer isso?” A Velha Senhora Pierson suspirou, acariciando sua mão para atrair seu olhar para o dela. “Você não me falhou, e certamente não falhou com sua esposa.”
“Ela está morta,” ele queria dizer, mas não conseguia.
“Renren, eu não sou representante da sua esposa,” ela continuou suavemente. “Cuidar de mim e me proteger não significa que você falhou. Mesmo que minha saúde continue a declinar, isso não é sua culpa. Nunca foi.”
Ela exalou um suspiro raso, sua voz terna, mas firme. “Eu vivi uma vida com partes iguais de tristeza e alegria. Este é o ciclo da vida. Vivemos, e então alcançamos o fim. Se você tem sorte, você pode viver novamente. É simplesmente assim que é, e não há nada que possamos fazer para mudar isso.”
“Mas eu não quero que você me deixe,” ele confessou, sua voz trêmula.
Ela riu, apertando sua mão. “Eu nunca vou te deixar, querido. Eu sempre estarei aqui.”
Sua frágil mão moveu-se para tocar seu peito. “Eu sempre estarei aqui, mesmo que meu corpo físico não esteja. Eu não estou dizendo que vai acontecer hoje, mas você tem que aceitar o inevitável.” Ela sorriu, seus olhos transbordando amor. “Eu não tenho medo, então por que você tem?”
“Você tem uma esposa linda, inteligente e bondosa, Renren. Ela não é uma substituição, mas alguém para caminhar ao seu lado e construir uma boa vida com você. Quando eu partir, ela vai te consolar, assim como você deve consolar a ela.”
Ela deu um tapinha na sua mão, sua voz suave. “Tudo vai ficar bem, Renren. Um dia, você vai entender. Mas por agora, saiba disso: sou grata. Você tornou essa vida difícil suportável, e eu sou orgulhosa por ter criado um neto tão amoroso. Você sempre foi uma criança abençoada. Se você desejar, tenho certeza que se tornará realidade.”
Zoren forçou um sorriso, seu peito apertado pela emoção. “Vovó…”
“Sim, meu filho?”
“Você tem algum arrependimento?”
Seu sorriso se suavizou. “Eu tenho. Tenho sim.”
“Quais são eles?”
Ela não respondeu imediatamente, seu olhar desviando-se para o retrato da família na parede — uma foto apenas deles dois, avó e neto.
Finalmente, ela quebrou o silêncio. “Renren… sua esposa é inteligente, linda e bondosa. Mas além dessas coisas, por que você se casou com ela?”
A pergunta o pegou de surpresa. Ele hesitou, induzindo-a a suspirar levemente.
“Você ama ela?” ela perguntou.
Ele pensou por um momento. Ele se casou com Penelope porque ninguém mais reivindicaria seu corpo ou lhe daria um funeral adequado. Ele tinha se envolvido no caso dela e, após falhar em salvar ela, quis ao menos conceder-lhe dignidade na morte.
Não era amor.
“Eu acho…” ele começou hesitante, encontrando o olhar dela. “… eu poderia ter amado ela. Se eu a tivesse conhecido, se tivéssemos tido uma chance… talvez não fôssemos tão tristes. Talvez eu pudesse salvar ela… e ela pudesse me salvar.”
A Velha Senhora Pierson inclinou a cabeça. “Renren, você está aqui?”
“Estou, vovó.”
“Seu moleque! Como você só me visita quando é conveniente para você?!”
E assim, o ciclo se repetia. Zoren sorriu amargamente enquanto pacientemente contava a ela novamente sobre seu casamento, sobre sua esposa e sobre a vida que ela tinha imaginado para ele.
Porém, conforme o tempo passava, Zoren se pegava refletindo mais sobre Penelope. Ele se perguntava como ela realmente tinha sido. Enquanto estava ocupado pensando sobre isso, ele não percebia que ainda estava andando no mesmo caminho — um caminho de destruição. Embora, em toda honestidade, Zoren estava apenas muito cansado… cansado demais até mesmo para andar.
Em seus momentos finais, deitado perto do túmulo de Penelope, ele traçava com os dedos ensanguentados as letras gravadas de seu nome.
“Penelope Bennet…” ele sussurrou, sua voz fraca. “… o que… você acha?”
Se eles se encontrassem… tudo mudaria? Eles estariam tão tristes quanto estavam? E eles ainda procurariam algo além da destruição? Porque neste ponto, a morte soava tão doce e tentadora. O mero pensamento disso ironicamente trouxe essa paz inquietante em seu coração.
Se eles se encontrassem, eles eventualmente gostariam um do outro?
Ou eles apenas acabariam como dois estranhos solitários vagando pelo mundo?
Talvez ele nunca obtivesse suas respostas a menos que vivesse em um mundo completamente diferente daquele em que estava.
Enquanto Zoren lentamente sucumbia à escuridão que ele conhecia tão bem, ele sussurrou. “Se eu viver novamente… vou te encontrar e obter minha resposta.”
*
*
*
E, assim como ele desejou, ele se viu olhando para um móbile de bebê pendurado e girando sobre o berço. Quando ele estendeu a mão, tudo o que viu foi uma mãozinha de criança sobre ele.
“…”