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Capítulo 972: Uma pessoa bonita… e triste.
[FLASHBACK]
“Você está fora de si.”
“Do que mais você precisa – está tão entediado assim?”
“Quem é ela para você, hein? Por que diabos você se mete nos negócios dos outros? Desde quando você se mete nos assuntos de outras pessoas? Você nem se mete nos assuntos dessa maldita família, mas vai tão longe a ponto de se meter com os outros!”
“Que louco. Zoren Pierson, ainda estou debatendo se estou divertido ou decepcionado. Mas enfim… já estou envolvido. Que azar.”
Esses eram apenas alguns dos milhares de comentários que Zoren conseguia se lembrar vindo das pessoas ao seu redor. Dean, Finn, Benjamin, Mark… e todos que sabiam do envolvimento do Zoren com um criminoso no corredor da morte. Aqueles que sabiam que ele até tinha se casado com uma pessoa morta ofereciam toneladas de críticas diferentes.
Mas ele sabia que o que mais os enfurecia era a sua falta de reação a todos eles.
Mesmo que o amaldiçoassem ou cuspissem na frente dele, ele não reagiria. Isso fazia os outros pensarem que ele estava ignorando-os. O engraçado, porém, era como eles pensavam que ele poderia ignorar todos esses comentários quando todos ao seu redor estavam dizendo a mesma coisa.
Ele era um louco.
Será que… realmente?
Zoren caminhava lentamente pelo caminho até a Velha Residência Pierson, parando em seus passos. Ele olhou devagar para a entrada da residência. Pequenas luzes quentes montadas ao lado da porta da frente iluminavam a entrada. Enfiando as mãos no casaco, formava-se névoa diante de sua boca enquanto ele respirava.
Ele estava prestes a dar um passo adiante quando notou os flocos brancos caindo. Olhando para cima, ele piscou lentamente. Finalmente o inverno havia chegado. Abrindo a mão, flocos de neve brancos pousavam em suas luvas, os quais lentamente derretiam.
“Jovem Mestre…?” De repente, Zoren ouviu a voz do Mordomo Hubert. Ele estava na entrada, olhando para Zoren com preocupação. Seus olhos falavam inúmeras palavras não ditas, mas ele manteve a boca pressionada em uma linha fina.
*
*
*
“Como ela está?” Zoren sentou-se ao lado da cama, seus olhos na velha senhora deitada nela.
Mordomo Hubert fez uma pausa enquanto cuidadosamente colocava a xícara de chá quente para aquecer Zoren. “Ela está bem, Jovem Mestre. Embora alguns dias… ela acorde confusa.”
“Entendo.” Isso significava que a Velha Sra. Pierson não estava melhorando. “Mordomo Hu, pode me deixar sozinho com ela por um tempo? Quero um tempo a sós com ela.”
“Sim, Jovem Mestre.”
Tendo dito isso, Mordomo Hubert caminhou silenciosamente para fora do quarto. Mas antes de fechar a porta, ele espiou pela fresta. Seus olhos caíram nas costas largas de Zoren enquanto o último sentava-se na cadeira. Um suspiro profundo escapou das narinas do mordomo antes de ele fechar cuidadosamente a porta.
O silêncio caiu rapidamente no quarto assim que Mordomo Hubert saiu. Zoren permaneceu quieto, não se importando com a xícara de chá que o mordomo lhe servira para mantê-lo aquecido. Não faria diferença. Pouco depois, os olhos da Velha Sra. Pierson tremularam por baixo das pálpebras.
Lentamente, ela soltou um curto murmúrio enquanto seus olhos se abriam ligeiramente. Ela olhou ao redor brevemente, sorrindo quando viu seu neto bonito sentado ao seu lado.
“Renren…” Sua voz era fraca, e ela levantou a mão debilmente, que ele rapidamente pegou. “… você está aqui, hmm?”
Zoren esboçou um sorriso curto. “Estou aqui, Vovó.”
A Velha Sra. Pierson não respondeu, mas em vez disso tentou se sentar. Com a ajuda dele, ela conseguiu se recostar confortavelmente. Quando seus olhos caíram em seu neto, eles amoleciam enquanto ela sorria.
“Seu moleque! Como é que você só me visita quando lhe convém?” ela reclamou, bufando. “Tão desrespeitoso! Só porque eu mencionei casamento – você odeia tanto casamento assim? Como você vai viver sem alguém ao seu lado, hein? Renren, não importa o quão capaz você seja—”
“Eu sou casado.”
A Velha Sra. Pierson interrompeu abruptamente, arregalando os olhos. “Renren, o que você disse?”
“Eu sou casado, Vovó,” ele sussurrou, observando sua expressão azeda se transformar em uma alegre.
“Você é casado? Onde ela está?” A Velha Sra. Pierson rapidamente olhou ao redor do quarto. Quando não encontrou ninguém, seus olhos caíram novamente sobre o neto. Ela puxou a mão dele animadamente. “Renren, onde está sua esposa? Por que você não a trouxe aqui? Ela não quis vir porque acha que a vovó está doente? Eu não estou doente.”
“…”
“Renren.” A Velha Sra. Pierson puxou a mão dele novamente. “Você é realmente casado? Ou está dizendo isso para eu morrer?”
Zoren lentamente levantou os olhos para os dela. “Mhm. Eu sou casado.”
“Mesmo? Como ela é? Sua esposa – ela é bonita?”
Zoren não respondeu imediatamente, lembrando-se de como era sua esposa. Afinal, a primeira vez que a encontrou foi quando ela estava morta.
“Mhm,” ele murmurou. “Ela é… linda. Muito linda.”
A Velha Sra. Pierson sorriu de orelha a orelha. “Eu sabia! Ela deve ser linda para você se casar com ela – hah! Convide-a aqui. Você deveria ligar para ela e dizer que a Vovó vai cozinhar para ela. Renren, esta é uma oportunidade única na vida. Melhor não fazer ela ficar triste!”
A Velha Sra. Pierson falou sem parar, dizendo ao neto para não decepcionar sua esposa e fazer as coisas corretamente. Levou um momento para ela perceber o quão silencioso ele estava e o vazio em seus olhos. Ela parou, franzindo a testa.
“Renren…” ela sussurrou, apertando a mão dele gentilmente. “O que há de errado, meu filho? Alguém está pegando no seu pé de novo? Quem te deixou triste? Alguém está te dando trabalho?”
Zoren manteve os lábios pressionados numa linha fina. “Essa é a quarta vez… que te digo que sou casado, Vovó.”
“Hã?” A Velha Sra. Pierson parecia confusa, mas não fez mais perguntas quando viu a amargura no rosto dele. Seu sorriso animado lentamente desapareceu, substituído por um fraco. “É… assim?”
A Velha Sra. Pierson recostou-se e relaxou o corpo, olhando para cima com um suspiro. Quando ela voltou seu rosto para Zoren, apertou a mão dele gentilmente.
“A… saúde da vovó é muito para aguentar?” ela perguntou, e ele balançou a cabeça. “Mas eu ainda assim te deixo triste, não é?”
“Sim.”
“Não fique triste,” ela disse. “Eu conheci sua esposa?”
“… sim,” ele mentiu, com a voz baixa. “E você gostou dela. Ela também gosta de você.”
“É mesmo…? Ela deve ser uma pessoa maravilhosa.”
“Ela… é.” Ele assentiu. “Uma pessoa linda… e triste.”