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Capítulo 971: A única constante em sua vida
A vida era difícil e sempre seria.
Penny sabia disso.
Em sua primeira vida, não havia uma única coisa que ela pudesse se lembrar que a tivesse feito genuinamente feliz. Desde o dia em que nasceu, a vida continuava jogando pedras nela, como se sua mera existência fosse destinada a isso sozinha—ser zombada, ser odiada, ser… sozinha.
Se tinha algo que ela havia aprendido em sua primeira vida, era que tinha que aceitar essa vida cheia de agonia e má sorte. Mesmo que ela comprasse todos os talismãs do mundo, nada poderia repelir a má sorte com que nasceu.
Por uma vez, saber que alguém estava do seu lado e que, eventualmente, as pessoas começaram a acreditar em sua inocência deveria tê-la feito feliz. Deveria ter feito ela se sentir festiva e agradecida. Mas por que… por que era tão pesado?
Por que ela estava chorando?
Por que ela se sentia tão abatida depois de ouvir a verdade que ela pensava estar pronta para enfrentar?
Por quê?
O que havia de errado com ela?
“Parece que fui muito indulgente. Diga-me… quem é responsável por essas lágrimas? A quem devo responsabilizar?”
Os lábios de Penny tremiam enquanto sua visão embaçava. No entanto, ela podia sentir intensamente o calor dele e a contenção em sua voz, como se bastasse um nome para ele liberar a raiva em seu coração. Raiva… originária de suas lágrimas.
‘Por quê?’ ela se perguntava. ‘Por que… você faria tudo isso?’
Por que ele acreditava nela? Por que ele lutava por ela? O que ele via nela que ela nem mesmo podia ver em sua primeira vida? Valia a pena ir tão longe?
Valia a pena… ela?
Ou, no fim, ele se arrependeu?
Miríades de perguntas preenchiam sua mente num piscar de olhos, e, em vez de obter respostas, Penny pulou para os braços dele—para seu refúgio seguro. Agarrando-o fortemente pelas costas, ela enterrou o rosto em seu peito. Seus soluços abafados se transformaram em choro, e ela não conseguia nem explicar o motivo.
Ela apenas sentia vontade de chorar… por alguma razão.
“Penny…” A voz dele era baixa e suave, colocando a mão em suas costas trêmulas com cuidado. Sua boca entreabriu, a palavra “Por quê?” pairando na ponta de sua língua. Mas, infelizmente, nenhuma palavra escapou de seus lábios.
Zoren pressionou os lábios, suspirando levemente enquanto a mantinha em seus braços. Ele descansou o queixo no topo de sua cabeça, seu físico amplo protegendo-a da chuva—mesmo que fosse impossível.
“Está tudo bem,” ele sussurrou, dando tapinhas em suas costas gentilmente. “Está tudo bem, Penelope. Estou aqui.”
Seus olhos ardiam ainda mais quando as lágrimas fluíam incontrolavelmente.
Ela sabia… que ia ficar tudo bem porque ele estava aqui.
Ela sabia disso.
Mais do que ninguém.
E era a razão pela qual ela podia chorar e se entregar a um momento de vulnerabilidade, porque ele estava lá. Por ela. Assim como em sua primeira vida. Mesmo quando não era necessário, mesmo quando não era da sua conta, e mesmo que ele fosse nada além de um estranho para ela… ele estava lá por ela.
Por quê?
Ela não sabia a resposta.
Mas o que ela sabia era que esse homem… que Deus o proteja. Que ele viva uma vida cheia de felicidade e realização. Uma vida da qual ele nunca se arrependeria.
Penny lentamente recuou a cabeça, olhando para Zoren. Seus lábios trêmulos se estendiam em um sorriso enquanto ele limpava a bochecha dela com as costas de sua mão. Depois de um piscar, as lágrimas em seus olhos caíram, deixando sua visão ligeiramente mais clara, apenas para ver preocupação indescritível em seus olhos.
“Eu…” A voz dela falhou, o sorriso desmoronando enquanto as lágrimas se formavam novamente no canto de seus olhos. Seu olhar deslizou para baixo, caindo sobre o guarda-chuva agora no chão. Quando ela voltou o olhar para ele, seu rosto amoleceu.
“… estou apenas comovida até as lágrimas, é só isso.”
Talvez fosse por isso que ela estava chorando. Que apesar da pesadez de como todos caíam porque tentaram lutar por sua inocência, esse homem nunca a falhou. Mesmo antes de se conhecerem, mesmo antes de se amarem, e mesmo antes de falarem a promessa de para sempre—ele sempre foi uma constante em sua vida.
Olhando para trás, Penny se lembrou do tempo em que teve que ficar do lado de fora da Casa Cortez no inverno mais rigoroso. Enquanto todos estavam se mantendo aquecidos, ela estava congelando no frio, tendo que implorar para ser deixada entrar.
Até na Mansão Bennet, onde dentro era o mais quente quando era essa época, a frieza deles muitas vezes a fazia tremer. Foi quando ela percebeu que o inverno não era apenas uma estação para ela; sempre era inverno o ano todo.
Mas esse homem… não apenas deixaria a porta aberta e a chave do lado de fora para ela, mas ele sempre estaria com ela. Seja inverno ou chuva, se ela estivesse, ele estaria com ela também. Tudo o que ela precisava fazer era… olhar um pouco para trás e perceber que ele estava lá, parado a apenas alguns passos atrás.
“Eu deveria ter olhado um pouco para trás,” ela sussurrou para ele, segurando a mão que estava acariciando seu rosto. “Se eu olhasse, será que eu teria visto você lá?”
A sua primeira vida teria sido menos insuportável se ela o tivesse encontrado, mesmo que uma vez?
Penny estava curiosa, e ela pode não obter essas respostas. No entanto, ela queria acreditar que a vida teria sido menos solitária se eles tivessem se encontrado naquela vida.
Zoren estava um pouco confuso com o seu último comentário, mas ele entendeu a metáfora. Mesmo não sendo exatamente o que ela quis dizer, ele concordou com a cabeça.
“Eu sempre estarei lá.” Um sorriso curto se formou em seu rosto, sua mão deslizando lentamente pelo braço dela para segurar a mão dela. “Se não a alguns passos atrás, talvez eu dê alguns largos passos e ande à frente para que você possa me ver.”
O sorriso dela amoleceu, uma breve risada tentando escapar de seus lábios. Ela sabia que ele não entendia o contexto, mas de certa forma, a resposta dele ainda lhe dava a clareza de que precisava.
Segurando a mão dela, ele a apertou suavemente. “Está chovendo. Vamos para casa?”
Casa…
Ela já estava em casa.
Finalmente.
“Mhm. Vamos… para casa.”