Capítulo 955: Ele prometeu que não morderia.

“Esp — espera—!” Theo entrou em pânico e sem pensar agarrou o braço de Benjamin. O último parou e olhou para trás, franzindo a testa enquanto olhava para o seu braço e depois para o par de olhos que refletiam os seus.

“Senhor—Senhor Vitt, você disse que a Senhorita Penelope está nos esperando,” disse Theo, com a voz tingida de pânico e confusão, assistindo Benjamin assentir. “Então, por que nós—ah, ahem!—por que estamos indo para o escritório do CEO?”

Até mesmo o Senhor Miller, que estava com eles, podia sentir o pânico de seu filho. Não estavam ali para encontrar Penny? Como é que Benjamin os estava levando para o escritório do CEO? Era uma armadilha? Considerando a vergonha que Patricia havia lançado sobre a família deles com os rumores sobre um relacionamento infundado com Zoren Pierson, ambos os homens se sentiam alarmados.

O que estava Penny pensando?

O que ela estava planejando?

Enquanto os pensamentos de Theo e seu pai se tornavam mais negativos a cada segundo, Benjamin lhes deu um sorriso educado.

“Não se preocupem,” ele disse. “A Senhorita Penny apenas pediu para encontrá-los aqui porque ela já estava aqui quando vocês ligaram. Ela não queria viajar longe já que tem outros assuntos para resolver e não estará em seu escritório até mais tarde à tarde.”

Benjamin casualmente retirou seu braço da pegada de Theo. “Ela já mencionou que vocês viriam, então não há motivo para preocupação. Caso contrário, eu não teria descido para receber tão distintos convidados.”

Theo e seu pai ficaram sem palavras, olhando para Benjamin com os olhos arregalados. Suas bocas abriram ligeiramente, incapazes de articular seus pensamentos naquele momento.

Penny simplesmente pediu para encontrá-los lá porque já estava lá e não tinha tempo para voltar ao seu escritório?

Que tipo de desculpa ridícula era essa?

Originalmente, pai e filho haviam pensado que Penny usaria uma sala pequena para seus negócios. Penny emprestar uma sala na Corporação Pierson já era uma grande conquista — era considerado uma demonstração de poder para os dois.

Mas o maior escritório de canto no último andar? O escritório do CEO?

O quanto Zoren Pierson era grato à Penny por ele deixá-la emprestar um espaço tão pessoal?

Neste ponto, pai e filho só podiam olhar enquanto Benjamin batia na porta sem entusiasmo. Uma miríade de questões passava por suas mentes, incapazes de distinguir se estavam impressionados ou assustados.

Esta era a Corporação Pierson, não qualquer outra empresa. Os Millers jamais poderiam se comparar a essa família, mesmo que passassem todas as suas vidas gerenciando seu “pequeno” negócio.

“Entrem.”

Benjamin sorriu e olhou para trás, para a dupla de pai e filho. “Por favor, sigam-me.”

Depois de dizer isso, Benjamin abriu lentamente a porta. De alguma forma, seu leve ranger parecia soar mais alto para os Millers do que deveria. Por algum motivo, ambos prenderam a respiração, observando enquanto a abertura da porta aumentava.

Como esperado, o escritório de canto no último andar deste prédio era mais espaçoso do que se poderia imaginar. A luz do dia entrava pelas paredes de vidro, inundando o vasto espaço. Qualquer um que entrasse imediatamente notaria a ampla mesa perto da parede de vidro, atrás da qual estava sentado um homem que a maioria das pessoas não veria em dias comuns.

O próprio homem que poderia mudar vidas ou arruinar empresas inteiras de um dia para o outro com um levantar de seu dedo.

Theo e o Senhor Miller congelaram no lugar, seus olhos fixos em Zoren. Por um momento, eles sentiram seus corações falharem.

Zoren estava assinando alguns documentos calmamente, sem se incomodar com as pessoas na porta. Quando ele percebeu a presença deles, sua caneta pausou enquanto ele brevemente levantava os olhos.

“Senhor… Senhor Pierson,” Theo falou nervosamente, seu rosto perdendo a cor. ‘O que ele está fazendo aqui?’

Embora este fosse o escritório do CEO, e fizesse sentido que o CEO da Corporação Pierson e o chefe da família Pierson estivessem em seu escritório, ainda assim, para eles, não fazia sentido. Até mesmo o Senhor Miller ficou pálido como um lençol, sua mente vazia diante da visão diante dele.

“Oh, vocês chegaram?” De repente, a voz de Penny tirou o pai e o filho de seu transe. Saindo da sala de conexão do escritório de canto, Penny lhes deu um sorriso. “Sentem-se.”

Penny caminhou casualmente pelo quarto, seu andar semelhante ao de uma modelo descendo a passarela. No entanto, ela parou no meio do caminho ao notar o pai e o filho olhando para ela com expressões atônitas.

Theo e seu pai, agora com bocas abertas, instintivamente desviaram o olhar da figura de Penny para o homem atrás da mesa. Zoren, ao mesmo tempo, desviou o olhar deles como se não pudesse se incomodar com nenhum deles.

Vendo onde o pai e o filho estavam olhando, Penny riu e comentou. “Ah, não liguem para ele. Daqui a pouco ele sairá para uma reunião. Vamos, sentem-se.”

Theo e o Senhor Miller ainda estavam sem palavras, observando Penny gesticular em direção aos sofás. “Não se acanhem. Se vocês estão preocupados com Zoren Pierson, não precisam estar. Ele prometeu que não morderia.”

“CEO Miller? Senhor Miller?” chamou Benjamin, educadamente gesticulando em direção a Penny. “Por favor, entrem.”

“Uh…” Theo limpou a garganta enquanto olhava para o pai. Eles compartilhavam a mesma expressão — e, com certeza, o mesmo sentimento.

Por que Penny estava agindo como se Zoren Pierson fosse apenas um enfeite em seu próprio escritório?!

Não estavam ali para discutir a aquisição? Mesmo que precisassem de uma testemunha para este acordo, tinha que ser Zoren Pierson?

De qualquer forma, o Senhor Miller e Theo engoliram os nós em suas gargantas e arrastaram os pés para dentro. Antes mesmo de alcançarem seus assentos, gotas de suor já haviam se formado em suas testas, umedecendo suas linhas de cabelo. Suas mãos e pés estavam frios, as palmas suando profusamente. Se não fossem por seus blazers, estavam certos de que suas camisas já estariam encharcadas de suor.

Eles alcançaram seus assentos, tomados por ansiedade e confusão. Não podiam deixar de se perguntar se isso era sobre a aquisição ou sobre algo mais — não parecia ser. Lentamente, eles desviaram os olhos em direção à cadeira de um assento — a cadeira principal — onde Penny estava sentada, seus lábios se curvando em um sorriso enquanto seus olhos se estreitavam.

“Podemos prosseguir para os termos e condições da aquisição?”