Capítulo 944: Compras

O dia tinha sido longo, e mesmo que as Crianças Bennet tivessem se reunido, não havia nada que eles pudessem fazer além de se olharem. Por isso, Hugo levantou-se de seu assento após terminar sua sopa.

“Obrigado pela sopa, Mordomo Jen,” ele disse, dirigindo-se ao mordomo que estava no canto. “Vou me deitar agora. Penny, você vai ficar para dormir?”

“Você ganhou a corrida de bebidas?” ela respondeu. “Vou para casa com meu marido. Mesmo que fiquemos aqui, não há muito o que fazer.”

Hugo deu de ombros. “Muito bem, boa noite a todos.”

“Também vou me recolher para dormir,” Haines anunciou enquanto se levantava. “Penny, me ligue amanhã.”

Penny sorriu. “Claro, Tio.”

“Ah… isto é simplesmente o pior,” Slater murmurou, sua boca cheia de doces, com alguns espalhados em volta de sua boca. No entanto, ninguém prestou atenção nele.

“Está ficando tarde, então Renren e eu vamos para casa,” Penny disse, suas palavras dirigidas a Atlas enquanto Haines e Hugo saíam da sala de jantar. “Primeiro Irmão, me avise se… bem, só me mantenha informada.”

Vendo que Penny e Zoren já estavam de pé, Atlas também se levantou. “Vou acompanhar vocês até a saída.”

“Não é necessário,” Zoren observou, mas Atlas disse para eles irem sem discutir.

Com isso, os três saíram da sala de jantar, deixando Slater completamente só.

Slater bufou e balançou a cabeça, enfiando outro chocolate na boca. “Não consigo acreditar como todos estão lidando com isso.”

“Terceiro Jovem Mestre, devo trazer mais doces?” perguntou Mordomo Jen, de pé perto de Slater. Este olhou para ele, fazendo com que o mordomo sorrisse de forma encabulada. “Acho que é um não?”

“Mordomo Jen, mesmo que eu esteja de folga, tenho que ter cuidado com minha dieta.”

“…” Mordomo Jen apertou os lábios e não disse nada. Ele só perguntou porque Slater já tinha devorado três barras de chocolate durante esse breve “jantar.”

Um suspiro superficial escapou dele enquanto ele oferecia um sorriso gentil a Slater. “Terceiro Jovem Mestre, tenho certeza de que tudo vai ficar bem.”

Inicialmente, Mordomo Jen assumiu que Allison estava chateada porque um de seus filhos tinha se casado novamente. Se não fosse isso, então outra coisa de igual gravidade havia acontecido. Foi apenas quando as crianças estavam tomando a sopa quente que ele soube sobre a situação da família.

“Eu sei, Mordomo Jen,” Slater sorriu. “Se for assim tão grave, então minha família não estaria tão relaxada!”

Relaxar?

Mordomo Jen pensou nisso e então sorriu. “Você está certo, Terceiro Jovem Mestre.”

“De qualquer forma, Mordomo Jen, lembro que comprei alguns doces recentemente. Em vez de chocolates, me dê aqueles. Ouvi dizer que mesmo que eu coma cem deles, só vai equivaler a uma barra de chocolate.”

‘Quem quer que tenha vendido esses doces para ele provavelmente é um bom vendedor’, foi o que Mordomo Jen queria dizer a Slater, mas ele apenas sorriu. “Claro.”

***

Do lado de fora da Mansão Bennet, Atlas parou assim que o casal chegou ao carro que os esperava do lado de fora. Penny e Zoren pararam e olharam para trás em direção a Atlas.

“Você vai ficar bem?” Penny perguntou, e Atlas assentiu. “Me avise se precisar de ajuda.”

Atlas deu de ombros. “Precisarei, mas não agora.” Em seguida, ele lançou um olhar para Zoren, que respondeu com um leve aceno de cabeça. “Tenham cuidado no caminho.”

“Teremos.”

Depois de dizer isso, Atlas viu Mark pulando para fora do carro para abrir a porta para o casal. Benjamin também estava no carro. Enquanto Atlas observava o casal, seus olhos se fixaram nas costas de Penny.

“Penny,” ele chamou, e Penny olhou para trás. “Você está bem?”

As sobrancelhas dela se franziram. “Por que eu não estaria?”

“Bem, você bebeu hoje e não vi você descansar,” ele apontou. “Você… está sóbria?”

Considerando o que havia acontecido, Penny esteve muito quieta hoje. Isso não o surpreendeu, mas ele esperava que sua irmã dissesse mais do que as poucas palavras que ela havia pronunciado depois de tudo.

Penny piscou, enquanto Zoren olhava para sua esposa. Após um segundo, o canto da boca dela se ergueu levemente.

“Estou sóbria?” ela repetiu e riu. “Claro que estou. Depois de tudo, quem não estaria sóbrio?”

“Você tem razão.” Atlas soltou uma risada superficial, percebendo que sua pergunta foi um pouco deslocada. “Tudo bem então, cuidem-se.”

Penny retribuiu o sorriso. “Boa noite, Atlas.”

Com isso, Penny virou as costas para ele e entrou no banco de trás. Enquanto isso, Zoren piscou para sua esposa. Olhando para cima por um momento, ele deu de ombros e entrou. Quanto a Atlas, ele não percebeu como sua irmã o tinha chamado até o carro já estar se afastando.

“…” O leve sorriso no rosto de Atlas desapareceu quando ele percebeu o boa noite de Penny. “Ela… não esteve sóbria todo esse tempo, hein?”

A única vez que Penny chamava Atlas ou qualquer um de seus irmãos pelo primeiro nome era quando ela estava bêbada. Essa era a única vez.

“Será que ela está apenas me provocando… ou foi um deslize,” ele murmurou para si mesmo, sacudindo a cabeça em descrença. No entanto, no fim, seus lábios se curvaram em um curto sorriso. “Pelo menos, parece que mesmo bêbada, ela não faz mais nada louco.”

***

Enquanto isso, enquanto Penny e Zoren estavam no carro a caminho de casa, Penny fechou os olhos e esticou o pescoço de um lado para o outro.

“A sopa não ajudou?” perguntou Zoren, observando sua esposa devolver o olhar para ele. “Você ficou bêbada por mais tempo do que o esperado.”

“A situação me deixou menos bêbada, mas para ficar completamente sóbria, preciso dormir.”

“Faz sentido.” Zoren assentiu. “Você quer dormir no caminho?”

Sua pergunta apenas causou um sorriso travesso no rosto dela. Vendo esse sorriso, Zoren não pôde evitar de arquear uma sobrancelha.

“Estou com problemas nos olhos, mas por algum motivo, sinto que… a noite ainda é uma criança,” ele observou, apenas para ouvir sua esposa dar uma risada.

Penny pigarreou e virou-se para o assento do motorista. “Mark, vamos para outro lugar antes.”

“Para onde estamos indo?” perguntou seu marido, e Penny apenas lhe lançou um sorriso malicioso.

“Compras,” ela anunciou com uma risada maligna. “A Família Miller tem sorte. Vou comprar tudo deles.”