MIMADA PELOS MEUS TRÊS IRMÃOS: O RETORNO DA HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 1274
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Capítulo 1274: Estou triste
[FLASHBACK]
Um ano atrás…
“Eu estou…” Graça manteve os olhos baixos, a boca ligeiramente aberta enquanto lutava para formar as palavras. Lentamente, ela ergueu o olhar para a pessoa do outro lado da mesa. “… morrendo?”
O médico sentado à sua frente suspirou. “Deixe’s não pular para o pior cenário—”
“Então, o pior cenário é eu morrer?” ela interrompeu. “Eu estou morrendo?”
“É bom termos pego o tumor cedo, Graça,” respondeu o médico solenemente, juntando as mãos. “Existem algumas opções de tratamento.”
“Você quer dizer quimioterapia?”
“Não necessariamente,” ele respondeu gentilmente, entendendo o quão avassaladora essa notícia devia ser para ela. “Nós podemos tentar imunoterapia primeiro. Diferente da quimioterapia…”
O médico pacientemente explicou tudo—seu diagnóstico, os tratamentos disponíveis e a natureza do câncer que haviam detectado. Graça estava sentindo dor há meses, mas a tinha ignorado. Só quando foi levada às pressas para a emergência ela finalmente descobriu o que estava errado.
Ainda assim…
“Quanto tempo?” ela perguntou, uma vez que o médico terminou sua explicação. “Qual é minha taxa de sobrevivência?”
“Esse tipo de câncer geralmente tem uma taxa de sobrevivência de 61,1 por cento em cinco anos,” ele disse. “Graça, sei que isso é assustador, mas os avanços médicos fizeram uma enorme diferença. Pesquisadores estão até vendo resultados promissores de um novo medicamento que pode curar certos tipos de câncer. Existem várias opções de tratamento que podem diminuir ou até eliminar o tumor sem cirurgia.”
Graça não respondeu—não porque não quisesse, mas porque esperava más notícias, só não tão ruins assim.
Câncer?
Ela tinha apenas trinta anos.
Como isso aconteceu? Foi seu estilo de vida? Ela não podia negar que estava negligenciando sua saúde desde que se tornou uma estudante bolsista. Ela se forçou implacavelmente, estudando dia e noite para manter suas notas, pulando refeições, sacrificando o sono. Ela queria se formar cedo, encontrar um emprego e finalmente dizer à sua mãe para se aposentar do trabalho.
Mas mesmo depois de se formar, a luta continuou. Ter uma licença não significava sucesso instantâneo; ela passou anos lidando com tarefas menores em um escritório de advocacia, trabalhando longas horas. Se Penny não tivesse entrado em contato com ela, sabia que ainda estaria presa lidando com pequenos casos.
E agora, após todo esse trabalho duro, a vida jogou isso nela.
Graça riu—um som oco e sem humor. Ela riu até a risada se transformar em silêncio. Então ela sussurrou, “Como… eu sobrevivo?”
“Como eu mencionei, há várias opções de tratamento,” disse o médico, sua voz firme e tranquilizadora. “Vou prescrever a medicação necessária, e vamos monitorar o tumor de perto…”
“Eu vou tomar os comprimidos, então,” ela disse, assentindo. “Obrigada, doutor.”
Ela se levantou para sair, mas antes que pudesse, o médico também se levantou de sua cadeira.
“Graça,” ele chamou, observando enquanto ela se virava. “Da próxima vez, traga sua mãe ou alguém para acompanhá-la.”
Graça forçou um sorriso, mas ele nunca chegou aos olhos. “Para quê?”
Sem esperar por uma resposta, ela saiu.
Ela sabia o que o médico quis dizer. Esse tipo de notícia era esmagadora—ainda tinha o apoio de um sistema forte. Mas ela não podia suportar contar à sua mãe.
Sua mãe já tinha sofrido o suficiente.
Demorou anos para que Graça compreendesse plenamente por que sua mãe suportou anos de abuso, por que ficou com um monstro que as machucou. Demorou ainda mais para perdoar. Elas lutaram para reconstruir suas vidas e agora… as coisas estavam finalmente bem.
Seu carreira tinha decolado. Ela podia sustentar sua mãe.
O que sua mãe sentiria se soubesse que sua filha poderia morrer antes dela?
Ela não precisava desse fardo.
De volta ao seu carro, Graça sentou-se no banco do motorista por horas. Seu telefone tocava repetidamente, mas ela ignorou. Ela apenas olhava para o volante, imóvel.
Após algum tempo, ela olhou para o retrovisor e tocou seu rosto. Estava seco.
“Hah…” ela suspirou levemente. Nem mesmo lágrimas? “Vai… ficar tudo bem.”
Um sorriso sutil se formou em seus lábios, embora a impotência brilhasse em seus olhos. Ela acenou para si mesma, convencendo-se a acreditar nisso.
Ela sobreviveu a uma vida de terror nas mãos de um monstro.
Ela não deixaria isso derrotá-la.
Ring… Ring…
Lentamente, Graça olhou para o telefone no assento do passageiro. Ela o pegou, franzindo as sobrancelhas quando viu o nome de Penny na tela.
“Penny?” ela atendeu. “O que houve?”
“Graça, perguntar o que houve é um requisito toda vez que eu ligo?”
Uma risada suave escapou de Graça enquanto ela se recostava. “Estou perguntando como sua advogada.”
“Haha. Não posso apenas dizer que sinto sua falta?”
“Você sente?”
“Claro!” Penny animou-se, sem perceber o sorriso sutil que apareceu no rosto de Graça. “De qualquer forma… você está bem?”
“Hmm?”
“Você parece… triste,” Penny observou. “Está tudo bem?”
Graça pressionou os lábios juntos, mordendo o interior da bochecha.
“Estou triste,” ela admitiu.
“Hã? Por quê? O que aconteceu?”
“Assisti a um drama onde a protagonista feminina morreu de câncer,” ela disse. “Ela teve uma segunda chance de voltar no tempo, mas em vez de se salvar, ela salvou o vilão para que ele não se tornasse um. Ela passou sua segunda vida ajudando e salvando os outros, mas no final… ela ainda não conseguiu se salvar.”
Silêncio.
Penny prendeu a respiração levemente. “Eu não sabia que você assistia dramas.”
“Haha.” Graça soltou uma pequena risada. “Isso me deixou um pouco triste, mas… obrigada por notar.”
‘Embora eu não possa te contar a verdade—porque sei que você se preocuparia—obrigada por perceber que eu precisava de alguém para conversar.’
“Bem, isso é deprimente. É por isso que não gosto de finais tristes,” Penny bufou. “Graça, não assista coisas tristes, tá bom?”
“Mhm.”
“De qualquer forma, por que você está ligando?” Graça perguntou. “Certamente, não é só porque você sente minha falta.”
“Ei, eu realmente sinto sua falta!” Penny fez beicinho antes de o tom dela se iluminar. “Mas também—estou voltando para casa!”
“Hã?”
“Graças a você e Yugi, posso mudar minha sede para Anteca antes do previsto!” Penny anunciou animadamente. “Estarei voando no mês que vem ou nos próximos dois meses. Então… até breve?”
Graça ficou em silêncio por um momento antes de acenar com um sorriso. “Que bom ouvir isso, Penny. Nos veremos então.”
Penny permaneceu na ligação, conversando com Graça sobre coisas aleatórias antes de finalmente se despedir.
Assim que a ligação terminou, Graça jogou o telefone no assento do passageiro e o encarou.
“Isso é ruim,” ela sussurrou. “Ela vai descobrir… se eu não me recompor.”