MIMADA PELOS MEUS TRÊS IRMÃOS: O RETORNO DA HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 1190
- Home
- MIMADA PELOS MEUS TRÊS IRMÃOS: O RETORNO DA HERDEIRA ESQUECIDA
- Capítulo 1190 - Capítulo 1190: Lembro, Penny.
Capítulo 1190: Lembro, Penny.
[FLASHBACK]
O som do vidro se quebrando ecoou nos ouvidos de Penny como um trovão. No entanto, isso não foi o que a aterrorizou. Não era o som em si, mas sim o que viria depois.
“O que você pensa que está fazendo?!” A voz de Slater irrompeu na sala, cheia de raiva. Seu olhar ardente oscilou entre sua irmã do outro lado da sala e o figurino quebrado no chão. Cerrando os dentes, ele marchou em direção a ela.
“Eu—eu sinto muito, Terceiro—”
“Cale-se!” Slater gritou, fazendo-a estremecer. “Eu te disse tantas vezes para não entrar no meu quarto! E agora, você está se desculpando por quebrar minhas coisas? Por que você nunca escuta?!”
Em estado de pânico, Penny gaguejou, “Mas—mas—eu não quis—Nina disse—”
“Eu disse cale-se! Eu não me importo com o que Nina disse!” ele sibilou, seus punhos cerrando-se fortemente. “Tudo que me importa é o que eu disse, e claramente você não escuta!”
“Terceiro Irmão, eu vou consertar!” Penny não hesitou e se abaixou para pegar os pedaços quebrados. Mas em sua pressa, ela cortou o dedo. “Ai.”
Em vez de se preocupar com o ferimento dela, isso só o deixou mais furioso.
“Eu disse saia!” A voz de Slater ressoou, fazendo-a estremecer novamente. Ela olhou para ele com olhos trêmulos. “Veja o que você fez! Não apenas está quebrado, mas agora está sujo também!”
Penny congelou, seu coração afundando com a crescente raiva nos olhos dele. “Terceiro Irmão…”
Slater apontou para a porta, seu peito arfando. “Saia. E nunca mais mostre seu rosto para mim novamente.”
Penny mordeu o lábio, segurando o dedo ferido enquanto se levantava. O corte era pequeno—algo que ela poderia ignorar. Mas o corte em seu coração? Esse era mais profundo. Ela saiu, chorando o mais silenciosamente possível, enquanto Slater continuava a olhar para ela.
O figurino não era importante. Na verdade, ele havia planejado jogá-lo no armazenamento com o resto dos presentes de seus fãs. Ele teria jogado direto no lixo se não fosse seu gerente insistindo para que ele os mantivesse para sua imagem. Mas de alguma forma, mesmo que aquele figurino não significasse nada para ele, o fato de Penny tê-lo quebrado o deixou furioso.
Ele nunca gostou dela.
Não podia dizer que a odiava completamente, mas para ele, sua verdadeira irmã era apenas… muito irritante.
Penny não sabia como se vestir bem. Ela não conseguia falar bem. Sempre colocava as pessoas em situações difíceis. Assim como agora—ele disse para ela não entrar em seu quarto, mas ela não escutou. E agora, ela havia quebrado algo. Slater não sentia empatia por ela.
Ela trouxe isso sobre si mesma.
Essas situações não eram novas para Slater ou Penny. Mesmo quando crianças, Slater sempre a provocava. No início, seriam brincadeiras inofensivas para fazê-la ir embora. Mas sempre que sentia que tinha ido longe demais, Penny de alguma forma fazia algo ainda pior—algo que não apenas refletia mal sobre ela, mas sobre toda a família.
Mesmo na escola, ela era tão patética que os valentões do Slater a usavam contra ele, constantemente comparando os dois. E agora, como adultos, Penny ainda era a única que não havia conseguido nada significativo.
Atlas havia feito seu nome no mundo dos negócios. Hugo havia ganho incontáveis medalhas. Slater havia construído uma carreira de sucesso na área de entretenimento. Nina era uma empresária em ascensão.
E Penny?
Ninguém a conhecia por nada além de ser a verdadeira filha da Família Bennet. Além disso, Slater nunca havia ouvido nada digno de nota sobre ela. Tudo que ele sabia era que ela estava em algum programa de pesquisa que ninguém se importava.
A única vez que ele ouviu algo grande sobre ela foi quando… ela foi presa por um crime tão grande que destruiu toda a Família Bennet.
A princípio, o ódio de Slater por sua irmã se aprofundou. Ele sempre acreditou que Penny seria a queda da família—ele só não havia percebido o quão massiva essa queda seria. O público não apenas a criticou; eles criticaram todos eles, até mesmo seus pais falecidos.
Não foi até Atlas receber dicas anônimas e implorar para Slater ajudá-lo que Slater percebeu como estavam errados.
Mas então, já era tarde demais para se arrepender. Tarde demais para se desculpar. Tarde demais para consertar qualquer coisa.
Quando ele e Atlas se aproximaram da verdade, Slater foi sequestrado. Atlas teve um “acidente”. Hugo—ele havia morrido muito antes disso, tentando provar a inocência de Penny.
Então sim, se havia alguém na Família Bennet que havia sido mais severo com Penny, era Slater.
Ele havia deliberadamente machucado seus sentimentos. Repreendido-a sem motivo. Feito tudo o que pôde para afastá-la.
E mesmo agora, ele sabia—nada que pudesse fazer ou dizer seria suficiente para se redimir.
Porque, no final…
A execução de Penny não foi o que a matou.
“””
Eles o fizeram.
A prisão não a quebrou. Eles o fizeram.
Mesmo antes de lerem seus direitos constitucionais, já tinham a trancado—em um lugar escuro, sem esperança de fuga. Eles a privaram de compreensão e compaixão, e cruelmente despedaçaram seu coração.
Ela não perdeu a esperança por conta própria. Eles a tiraram dela.
Eles a roubaram décadas antes de ela pisar na prisão.
Não acreditar nela foi simplesmente a gota d’água.
Penny já tinha morrido muito antes de se sentar naquela cadeira de execução.
E os que a mataram…
Foram as pessoas que ela chamava de família.
Por isso, Slater escolheu o silêncio.
Mas, assim como Benjamin disse, os segredos só ficam mais pesados. Você pode esquecê-los por um tempo—até que eles comecem a rastejar de volta à superfície.
A noite passada foi um alerta.
Ficar quieto não estava protegendo seu vínculo com Penny. Ele estava apenas com medo—medo das consequências. Medo de assumir responsabilidade.
E ele sabia… em algum momento, Penny o confrontaria.
Então, antes que isso pudesse acontecer, ele se viu diante dela.
—
[TEMPO PRESENTE]
Uma rajada de vento passou por eles enquanto Penny se sentava lentamente ao vê-lo.
“Terceiro Irmão, é hora do jantar?” ela perguntou, levantando-se cuidadosamente. Ela mancava em direção a ele, sobrancelhas erguidas inocentemente. Apesar das perguntas girando em sua mente, ela não queria confrontá-lo.
Ainda não.
Eles ainda estavam nessa viagem, e ela não queria acrescentar mais tensão. Ela se convenceu de que Slater estava tirando um tempo—afinal, ele tinha papéis em filmes para preparar. Ele pode não ser sempre o protagonista, mas Slater nunca relaxava quando se tratava de seu ofício.
Então talvez, apenas talvez, isso fosse como nos filmes.
O homem não era apenas um grande músico—ele também era ator. Por isso, ele teve que atuar bem na noite passada e usou o que aprendeu nos filmes para parecer intimidador. Uma performance extraordinária.
Era uma explicação lógica. Uma resposta temporária.
E, por ora, isso seria suficiente.
“Vamos comer,” ela lançou um sorriso para ele, dando um tapinha em seu ombro enquanto mancava à frente. “Cara, estou com fome de novo. Meu sono foi tão longo—pensa em todos os lanches que perdi.”
Enquanto Penny passava por ele, focada na comida, Slater baixou os olhos.
Seus punhos cerrados. Sua garganta apertada.
“Terceiro Irmão, o que está fazendo?” ela perguntou, olhando para trás. Ela inclinou a cabeça, intrigada. “Você não veio aqui para me chamar para jantar?”
Slater não respondeu.
Suas sobrancelhas se franziram. “Terceiro Irmão, você está me assustando um pouco. O que houve?”
Então, após um momento, ele lentamente se virou para encará-la.
“Eu lembro,” ele murmurou, sua voz baixa. Seus lábios tremiam. “Eu… lembro de tudo, Penny.”