MIMADA PELOS MEUS TRÊS IRMÃOS: O RETORNO DA HERDEIRA ESQUECIDA - Capítulo 1166
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Capítulo 1166: Ele não é seu filho
Naylani tinha seus altos e baixos, e Enzo estava ciente de que sua esposa estava enfrentando problemas de saúde. Ela não estava sendo ela mesma ultimamente, e sua saúde mental havia lentamente se deteriorado além de sua asma. Apesar disso, Enzo acreditava em sua esposa.
Ele acreditava que sua esposa nunca faria nada para machucar o filho deles. Zoren, afinal, era seu filho—um fruto do amor deles. Machucar Zoren não era algo que Naylani, a mulher por quem Enzo se apaixonou, faria. Não havia como ela fazer isso… ou era o que ele pensava.
“Naylani, foi você quem… machucou nosso Renren?”
No segundo em que aquelas palavras saíram da boca de Enzo, ele jurou ouvir seu mundo desmoronar. No fundo do coração, ele desejava que não fosse esse o caso. Desejava profundamente que desta vez, ela não respondesse.
Mas, infelizmente…
Naylani de repente agarrou seus braços com força. “Ele me machucaria,” ela sussurrou, balançando a cabeça. “Ele não pode viver, Enzo.”
Enzo quase não conseguia respirar ao ouvir isso. Naylani não respondeu a ele, mas só isso já foi suficiente para saber que sua esposa havia machucado o filho deles — sua carne e sangue.
“Ele é quem começou aquele incêndio e quer nos matar a todos!” ela acrescentou, apesar de seu ferimento doer com a adrenalina. “Por favor, Enzo, me escute. Aquele garoto… ele não pode viver. Se vivesse, ele me mataria! Foi ele que me deixou doente!”
Naylani se virou para a porta antes de fixar os olhos nele. “Onde ele está?”
“Naylani.” Enzo pressionou a boca em uma linha fina, retirando as mãos dela de seus braços, seus olhos fixos nela. “Você está… ainda doente.”
“Não! Me escute. Aquele garoto — aquele demônio—”
“Chega!” Enzo sibilou entre dentes cerrados, mas mesmo com as emoções em ebulição em seu peito, ele tentou abaixar sua mão gentilmente. “Por favor, Naylani, chega disso agora, tá?”
Ele apertou a mão dela, quase implorando. “Eu imploro. Chega.”
Parte de seu coração queria acreditar que o que ela estava dizendo era simplesmente parte de suas alucinações. Ele tinha esperança de que, uma vez que ela estivesse um pouco melhor, poderia perguntar a ela novamente, e ela lhe diria que não se lembrava de nada disso.
Ou melhor ainda, ele desejava que tudo isso fosse apenas um pesadelo, e uma vez que acordasse, suspiraria aliviado. Um pensamento bastante otimista, mas era tudo o que ele conseguia pensar para salvar sua família.
Infelizmente, esse pesadelo era, de fato, uma realidade.
Uma realidade que ele tinha que viver; uma realidade onde ele tinha que escolher entre sua esposa e seu filho. Duas das pessoas mais importantes em sua vida. Uma realidade que ele não previa quando se casou com ela.
“Apenas descanse primeiro, tá?” ele murmurou, tentando deitá-la com as mãos em seus ombros. “Vamos conversar amanhã. Por enquanto, descanse.”
Amargura preencheu o rosto de Naylani enquanto ela estudava a expressão dele. Ela sabia que ele não acreditava nela, e sabia que ele não acreditaria. Caso contrário, Naylani teria dito a ele que Zoren estava possuído por um demônio. Que Zoren não era apenas um garotinho com pensamento excepcional.
Zoren era calculista e manipulador; ele não tinha remorso nem simpatia. E ele estava usando sua pouca idade para esconder seus planos.
“Apenas descanse agora,” Enzo acrescentou em voz baixa quando sua esposa se acalmou, ajeitando o cobertor sobre ela. “Vamos conversar amanhã.”
Depois de dizer isso, Enzo ofereceu a ela um sorriso sutil e afastou-se. “Eu vou—” ele pausou para limpar a garganta. “Eu vou estar aqui quando você acordar. Vou apenas me trocar e então volto. Boa noite, Naylani.”
Ao dizer isso, Enzo virou as costas para ela e saiu. Ele não queria estar lá agora. Naylani poderia descansar, e ele precisava de um tempo para pensar no que fazer. Afinal, sua esposa precisava de ajuda imediata, e ele nunca poderia deixá-la perto de seu filho.
No fundo do seu coração, Enzo não culpava sua esposa pelo que ela havia feito. Ele culpava a si mesmo por não ter procurado ajuda antes, o que, por sua vez, colocou seu filho em perigo. Mas assim que Enzo se aproximava da porta, Naylani falou.
Sua voz estava quieta, mas ele ouviu suas palavras de forma clara e nítida: “Ele não é seu filho.”
Enzo parou abruptamente, seu corpo inteiro congelado. Lentamente, virou a cabeça de volta e perguntou, “O que você disse?”
“Aquele garoto… ele não é seu filho,” ela disse calmamente enquanto ainda estava deitada na cama. “Se você não acredita em mim, então vá em frente e cheque. Veja se estou mentindo ou confusa. Veja por si mesmo, Enzo. Aquele garoto… ele não é seu sangue… nem é meu.”
—
Dias depois…
Zoren havia passado a primeira semana na unidade de terapia intensiva depois de ser salvo do incêndio. Mas, embora estivesse fora de perigo, ele permanecia em coma. Com cada dia que passava, a ansiedade crescendo no coração de Enzo tornava-se insuportável.
Mesmo assim, ele não perdia a esperança — ele não queria.
Sentado na cadeira ao lado de seu filho, Enzo segurava a pequena mão do garoto. “Renren, você deve acordar em breve, filho. O Pai está ficando um pouco entediado com você aqui. Nossos quebra-cabeças de palavras já se acumularam, esperando por você. Quando você os vir, vai se surpreender com a pilha de jornais que temos para resolver juntos.”
“Enzo.” De repente, a voz da velha Sra. Pierson chegou aos seus ouvidos. Ela estava sentada na outra cadeira à sua frente, seus olhos fixos nele. “Sobre Naylani…”
“Mamãe, por favor, não vamos falar sobre ela,” Enzo encarou sua mãe e ofereceu um sorriso forçado. “Os médicos disseram que mesmo que um paciente esteja em coma, ainda escutam tudo. Então, não vamos… falar sobre aquela mulher.”
“Estou preocupada com o que ela disse.” A velha Sra. Pierson não cedeu. “Você não deveria verificar se o que ela disse é verdade?” — ela estava se referindo ao teste de DNA. “O resultado não mudaria nada. Renren ainda é seu filho, e ele sempre será meu neto. No entanto, ainda precisamos saber a verdade.”
“A verdade é que aquela mulher fez tudo no juízo perfeito. Ela não estava confusa nem mentalmente doente quando fez isso. Ela fez o que fez, e eu vou fazer o que um pai deve fazer,” Enzo respondeu severamente, mas ainda calmamente e educadamente. “Ela queria que eu acreditasse nela tão desesperadamente, e então eu acreditei. Essa é a única verdade que eu preciso saber.”
Lentamente, ele olhou para seu filho e sorriu. “Além disso, quando ele foi internado aqui, precisou de sangue. Ele tinha um tipo sanguíneo raro — igual ao meu. Não é suficiente? Para mim, isso é suficiente. Além disso, eu sei… ele é meu, Mamãe.”
“Eu sei, Mamãe,” ele repetiu em voz baixa, com os olhos ainda no filho. Ele estendeu a mão e acariciou a têmpora do filho com a ponta dos dedos. “Como pai, eu sei do fundo do coração que ele é meu filho.”
Mas no fundo, tanto Enzo quanto a velha Sra. Pierson sabiam que não se tratava apenas de amor parental. Era o medo que dominava Enzo, porque ele já tinha perdido sua esposa ao denunciá-la como a responsável pelo incêndio e pela tentativa de assassinato de Zoren. Ele não podia se dar ao luxo de perder seu filho também se aquele pedaço de papel voltasse negativo.
Ao mesmo tempo, Enzo sentiu a mão de seu filho contrair. Ele saiu de seus pensamentos, observando enquanto os olhos de Zoren tremiam sob as pálpebras antes de se abrirem. Vendo os olhos de Zoren se abrirem, o coração de Enzo finalmente encontrou paz por vários dias.
Isso mesmo, ele pensou. Um pedaço de papel não determinaria se Zoren era ou não seu filho. Seu coração já sabia, e isso era a única coisa que importava.