Capítulo 869: Capítulo 868

Keira tentou se sentar e falar, mas se viu fraca demais. Justo quando estava prestes a dizer algo, tudo começou a girar, e ela desmaiou.

Ela não sabia quanto tempo havia se passado, mas quando acordou novamente, estava em um hospital.

Assim que seus olhos se abriram, alguém disse, “Ela acordou!”

Keira olhou para cima e viu uma enfermeira e um soldado usando uma máscara e com uma arma nas mãos, observando-a cautelosamente.

Keira imediatamente examinou o quarto, mas não viu Lewis ao seu lado.

“Onde está o Solomon? Onde ele está?” ela perguntou, com a voz tingida de pânico.

A enfermeira respondeu, “Você quer dizer o homem que estava com você? Ele está no quarto ao lado. Não se preocupe, o sangramento dele parou. Eu só preciso lhe fazer algumas perguntas.”

Keira lançou um olhar para o soldado, reconhecendo que não tinha autorização de ninguém da ilha da família South.

“Pode perguntar,” ela disse, sua voz firme apesar da inquietação crescente.

Keira não estava preocupada. A ilha da família South era enorme, e a maioria das pessoas nessa cidade não a reconheceria. Afinal, os herdeiros da família eram mantidos em segredo.

A maioria dos ilhéus não teria ideia de quem ela era. Até mesmo esses soldados provavelmente não a conheciam.

Os soldados que os protegiam eram da Guarda Real — a elite militar da família South.

Além disso, quando Keira chegou à ilha pela primeira vez, ela aprendeu como ela era especial. Era uma das poucas ilhas habitáveis no mar.

Pessoas que ficavam perdidas nas águas ao redor muitas vezes acabavam na ilha, significando que sempre havia alguns poucos centos de náufragos aparecendo todo ano.

A população local vivia confortavelmente, com famílias abastadas, mas por causa disso, a ilha tinha muito pouca produtividade. A família South na verdade recebia de braços abertos os náufragos sem identidade, contratando-os para servir os residentes locais.

Se os náufragos se mantivessem corretos, eles poderiam ser empregados como empregados domésticos e fazer uma vida por si mesmos na ilha.

Mas a família South também ficava de olho em espiões, então interrogatórios básicos eram procedimento padrão.

A enfermeira falou novamente. “Posso ter o seu nome?”

“Norma.”

A enfermeira continuou, “Então você e Solomon… são um casal? Como vocês vieram parar aqui?”

Keira baixou o olhar. Ela e Lewis já tinham combinado a história no barco antes de chegarem. Ela manteve a cabeça baixa e respondeu, “Estamos noivos. Mas um dia, fizemos uma viagem para o País T, e um chefe do crime local… se interessou por nós.”

A enfermeira interrompeu, “País T? Então, o chefe do crime queria Solomon? Eu posso entender o porquê. Ele é bem bonito.”

Keira piscou. “Hã?”

Ela encarou a enfermeira, de repente perdida sem palavras, lutando para manter a história.

Sua atuação não era das melhores para começar, e agora ela havia perdido completamente o rumo do pensamento…

Antes que Keira pudesse se recompor, a enfermeira continuou, “Então seu namorado é hétero, certo? E ele não cederia, então o chefe do crime começou a perseguir vocês dois?”

Keira hesitou, então disse, “Bem, não foi exatamente assim.”

A enfermeira sorriu. “Coitado do rapaz. Ele é tão bonito. Eu não culpo o chefe por se interessar.”

A face de Keira tremeu. “Isso… não é bem isso.”

Pelo menos, essa não era a versão em que tinham combinado!

A enfermeira apenas continuou, “Mas você é linda também. Não é de se estranhar ele fugir com você. Por alguém como você, vale a pena.”

Keira suspirou, tentando manter a compostura. “Não pode ser o chefe do crime interessado em uma mulher?”

A enfermeira a olhou, confusa. “No País T? É normal que homens gostem de homens, certo?”

Keira ficou chocada. “O que estão ensinando para as pessoas nesta ilha?”

De onde saíram todas essas ideias estranhas?

Keira suspirou novamente, limpando a garganta. “Bem, não exatamente.”

Ela tinha que se ater à história que combinou com Lewis. Se não, a cobertura deles poderia desmoronar.