Meu Marido Acidental é Meu Parceiro de Vingança - Capítulo 446
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Capítulo 446: Corrida Para o Hospital
“Saiam do caminho!” Xavier latiu para os carros à frente, sua voz afiada com pânico. Os motoristas pareciam perdidos, vagando como se não tivessem ideia de para onde iam.
Ele pisou fundo no acelerador, sem se importar nem um pouco com o limite de velocidade. Regras não importavam — não quando Xander havia sido baleado. Baleado enquanto o protegia de seu pai. O peso desse sacrifício pesava em seu peito, agitando emoções que ele nem sabia nomear.
No espelho retrovisor, ele via Anastasia e Samantha no banco de trás. Xander estava deitado sobre os seus colos, imóvel, enquanto Samantha pressionava desesperadamente as mãos contra a ferida de bala em seu peito. Lágrimas escorriam pelo rosto dela, seu corpo inteiro tremendo.
“Não feche os olhos,” ela sussurrou ao ver as pálpebras de Xander começarem a tremer. “Não.” Sua voz rachou.
Anastasia tinha que mantê-lo consciente, cravando os dedos no braço dele para despertá-lo com dor. Ela também estava tremendo — menos visivelmente que Samantha, mas igualmente profundamente abalada.
Outro carro os seguia. Nele estavam a Sra. Wallace e os Clarks, os acompanhando de perto.
Os nós dos dedos de Xavier estavam brancos em torno do volante. Seus olhos queimavam com raiva. Qualquer culpa que ele já sentira ao pensar em matar o pai havia desaparecido. A única coisa que restava era medo — medo de que ele pudesse perder seu irmão gêmeo hoje.
Eles chegaram ao estacionamento do hospital um minuto depois.
Enfermeiros correram para fora com uma maca. Samantha agarrou a mão de Xander, recusando-se a soltá-la mesmo enquanto o levavam para dentro.
“Ele foi baleado,” disse o médico abruptamente. “Precisamos informar isso à polícia antes de podermos começar o tratamento.”
O maxilar de Xavier se contraiu. Sua voz caiu para um tom mortal. “Se você não começar a tratá-lo agora, eu juro por Deus, você não terá um emprego para acordar. E Deus me ajude, se acontecer alguma coisa ao meu irmão, cada pessoa neste hospital pagará com suas vidas — incluindo você.”
Xavier não se importava se havia câmeras CCTV gravando sua ameaça. Eles poderiam ir até ele mais tarde para interrogá-lo, se quisessem.
O médico empalideceu com a ameaça, endireitando a coluna com medo. Ele deu um rápido aceno. A enfermeira empurrou Xander para a sala de emergência, e Xavier seguiu de perto.
“Pare de chorar… você parece velho,” Xander tentou brincar mesmo em sua condição, mas tossiu sangue no segundo seguinte.
Samantha tentou entrar com ele, mas a enfermeira a parou. Ela lutou, resistiu, até Anastasia puxá-la para trás.
“Eles vão cuidar dele,” ela disse suavemente. “Xander é forte — nada vai acontecer com ele.”
Nem mesmo em seu pior pesadelo ela imaginou que seria a única a confortar Samantha.
O resto da família chegou. A Sra. Wallace chorava incontrolavelmente enquanto o casal Clark tentava consolá-la.
Xavier estava na frente da sala de operações, observando a luz verde piscar constantemente — indicando que a cirurgia havia começado. Sem dizer uma palavra, ele se virou e saiu do hospital para o ar fresco da noite. Mas não trouxe o alívio que ele esperava.
Ele ouviu passos atrás dele e não precisou olhar para saber quem era.
“Eu queria que ele ainda estivesse vivo para que eu pudesse matá-lo repetidamente. E talvez caçar sua alma até o inferno e garantir que ele não escape,” Xavier murmurou.
Anastasia colocou gentilmente uma mão em seu ombro, mas não disse nada.
“Ele era meu pai.” As palavras eram ocas. Sem veneno, sem emoção — apenas uma verdade cansada. “E ele nem hesitou. Puxou o gatilho como se não significasse nada, para atirar em mim. Agora Xander é quem está pagando o preço. Ele deveria ser o único a morrer hoje… não Xander.”
“Xander não está morto,” Anastasia disse suavemente, virando ele para encará-la. Seu coração apertou ao ver suas lágrimas. “Ele vai ficar bem.”
“Ele tossiu sangue,” Xavier disse roucamente. “Eu sei que ele não é perfeito. Ele errou — tantas vezes — mas… por que eu não consigo parar de desejar que nada tivesse acontecido com ele? Ele continuava me chamando… tentando consertar as coisas. Golfe. Xadrez. Drinks no bar. Ignorei todas as tentativas dele. Mas agora… agora eu quero que ele sobreviva. Só para que possamos fazer essas coisas mesmo que eu tenha que aguentar suas piadas ruins.”
Anastasia não podia mais se segurar. Ela passou os braços ao redor de Xavier e o segurou firme. Ele se agarrou a ela como se fosse uma tábua de salvação, enterrando o rosto em seu ombro.
“Eu não quero que ele morra,” ele sussurrou. “Eu só quero que ele sobreviva a isso.”
Após um longo momento, Anastasia afastou-se e gentilmente limpou as lágrimas de suas bochechas.
Ela já havia pensado a mesma coisa antes — que Xander merecia cada pedaço de dor que estava sentindo. Mas se ele morresse, Xavier carregaria essa culpa para sempre. Ela não podia deixar isso acontecer.
“Xander é mais resistente do que você pensa,” ela disse. “Quando ele ainda me escondia em um de seus esconderijos, ele voltou certa vez com uma bala na perna. Eu nem consigo contar quantas vezes ele já foi baleado lá. Ele sempre superou. Um ferimento no peito? Isso é apenas mais uma cicatriz se formando.”
Ela lhe deu um pequeno sorriso. “Você é seu irmão. Você tem direito de ficar bravo, mas também ama ele. Não importa o que ele tenha feito, ele ainda é seu irmão mais velho. Ele vai sair daquela sala, jogar golfe com você, desafiá-lo ao tênis, e arrastá-lo para um bar que você vai odiar. Mas você tem que ficar forte. E sinceramente, ele está certo — você parece velho quando chora.”
Xavier soltou uma breve risada, um sorriso rompendo sua dor.
Anastasia também sorriu. Ela segurou seu rosto, inclinou-se e beijou-o suavemente.
“Duvido que ele queira partir quando não tem certeza de que o perdoamos,” ela acrescentou. Xander não havia sido o melhor, mas era apenas um humano como todos que cometem erros.
“Vamos voltar lá dentro,” ela sussurrou.
De mãos dadas, eles retornaram ao hospital, Xavier sentindo-se apenas um pouco mais forte do que havia cinco minutos atrás.