Meu Marido Acidental é Meu Parceiro de Vingança - Capítulo 426
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Capítulo 426: Quem é Pior?
Xavier trocou um olhar com Anastasia antes de entrar.
Assim que as portas do elevador se abriram, Anastasia logo desejou que pudessem voltar atrás e nunca mais retornar.
A primeira coisa que os atingiu foi o cheiro.
O ar estava pesado com uma mistura sufocante de suor, perfume, álcool e algo muito pior — luxúria. Agarrava-se à pele deles, infiltrando-se em suas roupas como se tentasse marcá-los com a imundície do lugar.
A expressão de Xavier escureceu instantaneamente. Seu estômago revirou de nojo enquanto seu olhar vagava pela câmara subterrânea. Ele já havia desmantelado dezenas de redes de tráfico antes, mas nunca tinha encontrado uma como esta.
Homens estavam sendo vendidos.
Não apenas mulheres. Não apenas crianças. Mas homens.
O casal real estava leiloando seu próprio povo como gado.
Seus punhos se fecharam fortemente. Que tipo de monstros doentes e distorcidos eles eram?
Seu olhar aguçado piscou em direção a um grupo de garotos jovens, com não mais de quatorze anos, amontoados em uma das maiores gaiolas. Seus olhos eram vazios, seus corpos tremiam de medo enquanto evitavam os olhares dos predadores que rondavam ao redor deles.
Alguns deles tinham hematomas recentes. Outros tinham cicatrizes — profundas, feias e permanentes.
Alguns dos garotos mais velhos, provavelmente com cerca de dezesseis ou dezessete anos, tinham um olhar diferente nos olhos. Desespero. Um apelo silencioso por ajuda. Eles queriam sair. Eles queriam correr. Mas não havia para onde ir.
Os mais jovens, no entanto… eles já haviam desistido.
O mesmo podia ser dito pelas mulheres adultas que estavam sentadas ao lado, vestidas com trajes reveladores que elas claramente não haviam escolhido para si mesmas. Seus olhos estavam mortos — sem esperança, sem vida.
Anastasia resistiu à vontade violenta de vomitar.
Ela virou a cabeça abruptamente, seus dedos se curvando em punhos. Ela precisava sair. Ela precisava de ar.
Izara deve ter percebido, porque ela falou. “Venha comigo. Tem alguém que quero te mostrar.”
Xavier arrancou seu olhar da cena horrível e virou-se para seguir Izara. Mas assim que começaram a se mover —
Um cheiro repulsivo de fumaça de cigarro e álcool encheu o ar.
Um homem cambaleou em direção a eles, com os olhos vidrados e injetados de sangue fixos em Xavier.
“Izara, este é um dos seus recrutas?” O homem balbuciou, suas palavras mal coerentes enquanto avaliava Xavier.
Os músculos de Xavier se tensaram.
O olhar do homem baixou, percorrendo lentamente o corpo de Xavier antes de um sorriso doentio se formar em seus lábios. “Ele é bem alto.”
O estômago de Xavier se retorceu de repulsa.
Antes que ele pudesse reagir, outro homem nas proximidades virou a cabeça em direção a eles, seu olhar faminto travando em Xavier.
“Ele é muito bonito,” ele murmurou, lambendo os lábios. “Quanto eu preciso pagar para comprá-lo?”
Silêncio.
Pela primeira vez em toda a sua vida, Xavier estava muito atônito para falar.
Sua mente mal teve tempo de registrar a pura absurdidade da situação antes do primeiro homem dar mais um passo, sua respiração exalando cheiro de álcool velho.
“Tenho certeza que seu pau é do mesmo tamanho. Deixe-me tocar para ver —”
A próxima coisa que ele soube, seu corpo estava voando pelo salão.
Um estrondo assustador encheu a câmara quando ele bateu em uma mesa, estilhaçando-a em pedaços.
Sussurros irromperam ao redor deles.
O ambiente caiu em um silêncio tenso e sufocante.
Todos os olhares se voltaram para Xavier, que nem sequer tremeu.
Mas o segundo homem — aquele que tentou comprá-lo — não recuou.
Em vez disso, sua expressão se contorceu de raiva.
“Quem diabos você pensa que é?” ele rugiu, avançando. “Você sabe quem eu sou?!”
Ele virou-se bruscamente para Izara. “Você não treinou esse daqui? Deve ser por isso que ele está se comportando mal! É melhor você ensiná-lo alguns modos, senão —”
Ele não conseguiu terminar a frase.
Porque em menos de um segundo, a mão de Xavier envolveu sua garganta.
Um gás estrangulado saiu dos lábios do homem enquanto ele se debatia, sufocando com a própria respiração.
O aperto de Xavier se apertou.
Seu olhar se escureceu.
“O que você acabou de dizer?” O homem chutou e arranhou, seu corpo convulsionando como um peixe recém-tirado do oceano. A voz de Xavier caiu em um sussurro mortal. “Homens como você nem deveriam ser chamados de homens.”
E sem hesitar, ele lançou o homem contra outra mesa.
Outro estrondo.
Outra rodada de sussurros.
Todo o clube estava agora observando.
A música havia parado. As dançarinas no palco estavam congeladas, seus olhos arregalados enquanto absorviam a cena que se desenrolava diante delas.
Mas ninguém ousou intervir.
Izara, enquanto isso, sentiu seu coração bater violentamente contra a caixa torácica.
Merda.
Aqueles dois homens não eram quaisquer um. Eles eram poderosos. Homens de elite com influência política.
Se a notícia se espalhasse de que eles haviam sido atacados e humilhados, seus pais viriam em disparada.
E quando o fizessem — encontrariam Eduardo.
Uma porta se abriu em algum lugar, e um homem em um terno escuro entrou na sala. Era Mário.
Seus olhos se arregalaram de horror ao absorver a destruição — as mesas quebradas, os corpos inconscientes. Ele encarou Izara que lhe lançava um olhar implorante.
“Vamos. Precisamos ir,” ela disse com urgência evidente em seu tom e eles partiram.
Enquanto se moviam pelo corredor, Izara ouviu a voz de Mário tentando apaziguar a todos e agir como se nada tivesse acontecido.
“Peço desculpas pelo que aconteceu mais cedo,” ela murmurou.
“Tenho certeza que você deve ter se sentido desconfortável.”
Xavier soltou uma risada baixa.
“Desconfortável?” Ele balançou a cabeça. “Depois do que eu fiz, duvido que alguém tente isso novamente.”
Eles chegaram a uma porta.
E parado ao lado dela — estava Desmond.
O estômago de Izara afundou.
Algo estava errado.
Suas sobrancelhas se franziram enquanto ela avançava. “O que aconteceu?”
A mandíbula de Desmond estava apertada.
“Ele está instável desde esta manhã,” ele murmurou. “E está piorando.”
Xavier e Anastasia trocaram olhares.
“Quem?”
Antes que qualquer um dos irmãos pudesse responder, um forte estrondo ecoou por trás da porta.
Um grito violento e desesperado seguiu.
“ME TIREM DAQUI!!”
Anastasia se contraiu.
“APENAS ME TIREM DAQUI!!”
As sobrancelhas de Xavier se juntaram. A voz estava espessa de agonia. Quem diabos estava lá dentro?
A garganta de Izara estava seca.
Ela hesitou por um momento antes de dizer, “Esse é nosso irmão mais velho.”
Os olhos de Xavier se voltaram para ela.
“…Irmão mais velho?”
Os lábios de Anastasia se entreabriram em choque. “Vocês têm um irmão mais velho?”
Izara assentiu.
E então — ela contou tudo para eles.
Ela contou o que os pais deles haviam feito a Eduardo.
Os anos de tortura. A manipulação. A destruição de sua mente.
Ela contou como ele havia tentado escapar, mas falhou todas as vezes.
Como ele já havia sido são — já havia sido normal — até que seus pais o quebraram.
Quando ela terminou, Xavier e Anastasia estavam sem palavras.
Eles sabiam que o casal real era maléfico. Eles sabiam que eram psicopatas.
Mas isso… Isso era além do mal. Isso era monstruoso.
E agora, pela primeira vez — Xavier não tinha certeza de quem era pior.
Xander… ou o casal real.