Meu Marido Acidental é Meu Parceiro de Vingança - Capítulo 421
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Capítulo 421: Irmão Quebrado
Era uma triste realidade. Ninguém precisou ensinar Izara a coisa certa—a própria Izara teve que se ensinar.
Izara passou anos lutando contra a escuridão que a cercava. Mas cada passo à frente era como caminhar contra uma maré que ameaçava afogá-la.
Eduardo se mexeu no colchão fino, sentindo a presença dela. Seus olhos afiados e vazios se voltaram para ela, preenchidos com uma curiosidade cautelosa.
“Quem é você?” ele perguntou.
Izara sentiu um nó se formar em sua garganta.
“Irmão,” ela sussurrou, dando um passo hesitante à frente.
A testa de Eduardo franzida. “Quem é você?” ele repetiu, a voz sem nenhum sinal de reconhecimento.
Izara não se surpreendeu. Depois de tudo que ele havia suportado, sua mente estava fraturada. Suas memórias estavam em pedaços, espalhadas como cacos de um espelho quebrado.
Ela engoliu em seco. “Irmão,” ela disse novamente, a voz tremendo enquanto dava outro passo cauteloso em direção a ele.
Eduardo tenso imediatamente. Seu corpo, antes tão familiar e caloroso, estava agora rígido de medo.
Então, de repente, sua expressão mudou. Algo no seu olhar se suavizou.
“Izara?” ele murmurou. Sua voz quebrou enquanto ele a encarava, seus olhos tremulando com algo frágil—esperança, talvez? “É você?”
Izara assentiu rapidamente, com medo de que, se falasse, sua voz trairia as emoções que borbulhavam dentro dela.
Eduardo soltou um suspiro trêmulo, os lábios tremendo enquanto ele a absorvia. “Olhe para você,” ele murmurou. “Você está toda crescida agora.”
Izara queria correr até ele, enrolar os braços ao redor dele como quando eram crianças. Mas ela se forçou a ficar parada. Se ela chegasse muito perto, não havia como prever como ele reagiria.
Então, os olhos de Eduardo percorreram rapidamente o quarto mal iluminado. “Onde está Desmond?” ele perguntou, a voz carregada de antecipação. “Ele não veio com você hoje?”
“Estou aqui.”
Izara virou-se bruscamente ao ouvir a voz.
Desmond estava na porta, seu rosto parcialmente obscurecido pela luz fraca.
Seu pulso acelerou. “O que você está fazendo aqui?” ela exigiu.
Desmond suspirou e levantou uma máscara preta em sua mão. “Não se preocupe,” ele a tranquilizou. “Eu usei uma máscara o caminho todo até aqui.”
Os ombros de Izara permaneceram tensos. Ela temia que os frequentadores do clube—especialmente os nobres mais velhos—pudessem ter visto ele. Embora a família dela se especializasse em traficar homens, ainda havia poderosas figuras que se interessariam por alguém como Desmond.
O olhar de Eduardo se fixou em Desmond, seus lábios se entreabriram ligeiramente de surpresa.
A família deles sempre tinha sido não convencional. O rei e a rainha de Regalith usaram a barriga de aluguel para conceber os filhos. No entanto, Eduardo, o primogênito, nasceu frágil, constantemente adoecendo. Seus traços mais delicados e femininos foram considerados uma abominação num reino que adorava a força.
Desde o momento em que nasceu, os pais deles o tinham considerado indigno do trono.
Mas o rei não era um homem que desperdiçava recursos.
Em vez de simplesmente descartar Eduardo, ele encontrou uma maneira de lucrar.
Foi assim que o império de tráfico sexual do pai tinha começado.
Eduardo tinha sido sua primeira vítima.
O estômago de Izara revirava com a memória.
Ela e Desmond lutaram para salvá-lo. Com a ajuda de Mário, eles rastrearam o comprador e pagaram até o último centavo para recuperá-lo. Mas o dano já tinha sido feito. O trauma que Eduardo sofreu nas mãos da própria família o deixou despedaçado.
Agora, ele era um fantasma do irmão que eles tinham conhecido.
“Desmond!” Eduardo de repente gritou.
Antes que qualquer um deles pudesse reagir, ele avançou e puxou Desmond para um abraço apertado.
“Você está tão grande agora,” Eduardo sussurrou, sua voz cheia de admiração. “Meu Deus… o que aconteceu com o tempo? Parece que faz dez anos desde a última vez que eu vi você.”
Desmond enrijeceu. Ele olhou para Izara, sua expressão cheia de inquietação.
Ele estava se lembrando da última vez que Eduardo perdeu o controle.
“Vocês dois…” a voz de Eduardo vacilou. Ele deu um passo atrás, olhando de um para o outro. “Vocês esqueceram de mim, não é? É por isso que vocês nunca mais visitaram.”
Izara sentiu seu coração apertar.
“Não é verdade,” ela disse mansamente.
O olhar de Eduardo escureceu.
“ESTOU FALANDO COM OS DOIS!” ele de repente rugiu.
Izara e Desmond estremeceram.
“Sim,” eles responderam em uníssono, suas vozes mal acima de um sussurro.
A tensão no ar era sufocante.
Então, os lábios de Eduardo se curvaram em um pequeno sorriso. “Venham,” ele disse, sinalizando para o colchão. “Eu quero contar uma história para vocês dois.”
Izara e Desmond congelaram.
Esse era o sinal de alerta.
Eduardo sempre queria contar uma história.
Mas toda vez, sem falhar, algo em sua mente estalava.
Os olhos de Desmond se encontraram com os dela. Eles não precisavam de palavras. Ambos viraram sobre os calcanhares e correram para a porta.
“NÃO FUJAM DE MIM!” Eduardo gritou.
Eles mal conseguiram sair a tempo, fechando a porta com força atrás de si. O clangor metálico ecoou pelo quarto enquanto trancavam.
BANG.
Os punhos de Eduardo batiam na porta.
“ME DEIXEM SAIR!” ele uivava, sua voz cheia de fúria.
Izara pressionou a testa contra o metal frio, mordendo o lábio para impedir as lágrimas de caírem.
Atrás dela, Desmond exalava trêmulo.
“Então,” ele disse, quebrando o silêncio, “qual é o seu plano?”
Izara enxugou os olhos. “O oficial militar com quem falei disse que não pode agir contra a família real,” ela admitiu, a voz carregada de frustração. “Mas ele me deu um arquivo com uma lista de nomes. Pessoas de outras nações que talvez estejam dispostas a ajudar.”
Desmond franzia a testa. “Você confia neles?”
“Não,” ela admitiu. “Eu não sei se podemos.”
Desmond hesitou antes de dizer, “E quanto a Jennifer Reyez?”
Izara se tensionou.
“Ela se ofereceu para ajudar,” ele a lembrou.
Izara sacudiu a cabeça. “Jennifer também está envolvida em tráfico sexual. Eles lidam com mulheres, e suas operações são ainda piores do que o que nossos pais estão fazendo.”
Desmond exalou bruscamente. “Mas ela é poderosa. Ela tem influência. Se ela está oferecendo ajuda, talvez—”
“Eu não confio nela,” Izara o interrompeu.
Desmond passou a mão pelos cabelos. “Olha, se não agirmos logo, a mãe e o pai vão começar a prestar atenção. Se eles vierem até aqui, eles vão encontrar o Eduardo.” O estômago de Izara se torceu. E se eles encontrassem Eduardo, seria o fim.
“Não é como se nós tivéssemos algo que possa ser de grande interesse para ela. Se ela quiser, ela pode muito bem assumir esse negócio de tráfico.” Ele acrescentou.
Eles precisam agir. Rápido.