380: Uma Ameaça de Irmã 380: Uma Ameaça de Irmã Tracie espiou uma olhada para o telefone, tentada a arrancá-lo da mesa e atender.

Ana pegou o telefone, lançando um olhar para Tracie para que não dissesse uma palavra.

Ana atendeu a chamada e imediatamente ouviu a voz de Xander do outro lado da linha.

“Senhora Reyez, eu tenho os documentos impressos e prontos para assinar quando a senhora estiver pronta”, disse Xander suavemente, seu tom educado, mas calculado. “Devo organizar um local, ou a senhora prefere escolher um lugar por conta própria para a assinatura e início da nossa parceria?”

Ana não podia acreditar no que ouvia. Ela pensava que Xander estaria deprimido pelo fato de que outro esconderijo seu havia sido infiltrado, mas não havia sinal algum de raiva em seu tom.

Ou talvez, ele estivesse mascarando isso?

Vários haviam sido invadidos nos últimos meses, e ele não parecia preocupado com isso. Ele tinha mais. Mas para ele ter pressa em assinar os documentos da parceria depois de ter sofrido um golpe, só significava uma coisa.

Ele queria mais segurança para que Xavier não conseguisse infiltrar mais nenhum dos seus esconderijos e destruir seus negócios, o que era completamente compreensível.

“Estou fora da cidade a negócios. Assim que eu retornar, enviarei os detalhes”, ela respondeu, lembrando-se de mudar o tom da sua voz para soar como Jennifer Reyez, deixando Tracie completamente chocada.

Elas trocaram mais algumas palavras antes da Anastasia desligar a chamada.

“Ele não sabe que é você?”

“Ele não sabe. Eu sei que Xavier não está apenas procurando por mim, mas também quer acabar com Xander, então compartilharei qualquer informação sobre o Xander que eu puder descobrir.”

“Vocês dois podem colaborar, trabalhar em segredo e destruir o Xander antes que ele sequer perceba o que está acontecendo”, sugeriu Tracie.

Ana não respondeu, seu olhar pousando no suco de manga que ela havia pedido.

As duas ficaram no restaurante por um tempo, tentando se atualizar sobre o que estava acontecendo em casa, mesmo que não tivesse muito o que compartilhar.

Tracie fez questão de informar Anastasia sobre a leve suspeita em torno do Sr. Wallace. O velho tem se mantido incomumente silencioso nas últimas semanas, exceto por suas persistentes tentativas de pressionar Xavier a se casar de novo.

Ela também não se esqueceu de informar sobre o que causou a disputa entre os irmãos gêmeos.

Ana ficou chocada. Ela não queria acreditar que Xavier pudesse fazer tal coisa. Deve ter havido alguma brecha em algum lugar.

Depois de uma longa linha de conversa, ambas seguiram para o prédio onde as meninas resgatadas na noite anterior estavam hospedadas.

“Este lugar é agradável”, comentou Tracie ao ver as meninas tentando voltar ao seu estilo de vida habitual antes de terem sido sequestradas por Xander e seus capangas. Mas era óbvio que levaria muito tempo para se recuperarem.

“As meninas ainda estão se recuperando e sairão quando tudo estiver seguro fora destas paredes. As que quiserem sair, podem fazer isso, enquanto as que desejarem ficar podem fazer o que quiserem”, explicou Ana enquanto a conduzia para dentro.

“Isto é igual à casa que Xavier tem para as meninas que ele resgata”, comentou Tracie e um pequeno sorriso surgiu no rosto de Anastasia. “Talvez depois de tudo isso acabar, você possa ir lá com ele e visitar as meninas”, sugeriu.

Anastasia, surpreendentemente, desta vez não contestou. Em vez disso, ela disse: “Eu irei.”

Julian saiu da porta da entrada, falando com uma das mulheres que havia sido encarregada de empurrar uma garota em uma cadeira de rodas.

Assim que ele viu Ana com Tracie, deu a última instrução à mulher antes de se dirigir a elas.

“Não sabia que você estava trazendo ela”, disse ele, avaliando Tracie e ela já sabia que teria rixa com o homem a sua frente.

“Por quê? Está com medo de que eu tenha vindo com um par de tesouras afiadas para cortar suas bolas como prometi?” questionou Tracie, sua voz pingando de zombaria. Imediatamente, os olhos dele escureceram, mas ela não se intimidou.

Ela deu um passo intencional e ameaçador para mais perto, seu olhar firme enquanto olhava para cima dele. Apesar da sua presença imponente, ele instintivamente deu um passo para trás, sua confiança visivelmente abalada.

“Você não deveria andar por aí ameaçando as pessoas assim. Eu entendo que você está preocupada com a sua irmã, mas eu não pretendo fazer mal algum a ela ou a qualquer um dos seus parentes”, ele se defendeu rapidamente.

“E você espera que eu acredite nisso?” Tracie sibilou, seu tom afiado e acusatório. “Você não é o braço direito do Xander ou algo assim? Você acha que eu cairia na ideia de que você não guarda algum tipo de motivo oculto? Você não poderia ter simplesmente acordado um dia e decidido ajudar a Anastasia a escapar — não quando você já teve a chance de salvar tantas outras meninas antes!”

Ela deu outro passo ameaçador para a frente, seus olhos ardendo de desconfiança. Ele instintivamente recuou, sua compostura vacilante sob o olhar penetrante dela.

Ele olhou para Anastasia que ainda não havia dito uma palavra.

“Meus motivos não são da sua conta. Se eu quisesse prejudicar a Anastasia, poderia ter deixado ela morrer lá na fábrica. Eu tenho meus motivos para minhas decisões e não vou revelá-los, pelo menos não por enquanto”, ele explicou.

Sem perder um só momento, Tracie o puxou pela gola da camisa, trazendo-o para o nível de seus olhos, encarando-os fortemente como se pudesse queimá-lo naquele momento.

“Anastasia pode confiar em você, mas eu não”, disse Tracie, sua voz baixa, mas ameaçadora. “No entanto, já que nenhum mal veio a ela desde que você a salvou, eu te deixo ir — por enquanto. Mas é melhor você dormir com um olho aberto se pensar em traí-la, porque eu não hesitarei em agir.”

Ela encarou a virilha dele com um sorriso ameaçador. “Eu não acho que preciso repetir minha ameaça. A mensagem está clara.”

Com um empurrão ágil, ela o forçou para trás, fazendo-o tropeçar alguns passos longe dela. Seus olhos estavam arregalados, e ele não se atreveu a desafiá-la.

Anastasia apenas assistiu em silêncio, incapaz de acreditar no que estava vendo.