413: O FIM 413: O FIM Felicia só podia encarar Erika, atônita demais para falar. Ela tinha esperado que a bala acabasse com ela, mas parecia que Erika já tinha previsto suas ações.

“O que houve, Felicia? Está sem palavras?” provocou Erika.

Felicia cerrava os dentes até conseguir forçar as palavras a saírem de sua boca.

“É assim que vai terminar, Erika? Tem certeza que quer sujar suas mãos com meu sangue? Você é boa demais para isso, então me devolva a arma e vamos declarar um empate.”

Erika encarou Felicia por alguns segundos antes de rir alto. Ela riu tão forte que Felicia acabou se sentindo envergonhada.

“Do que você está rindo?” Felicia perguntou através dos dentes cerrados.

“Você acha que sou uma idiota, Felicia? Você não piscou antes de atirar em mim e agora que os papéis se inverteram, você quer pedir trégua?” Erika riu novamente, batendo nos seus joelhos. “Não é muito cara de pau da sua parte?”

Felicia abriu a boca, pretendendo replicar, mas sentiu uma dor aguda nos braços.

Quando olhou por cima do ombro, viu um crocodilo. O crocodilo soltou sua mão antes de fechar suas mandíbulas em seu braço novamente, arrancando um grito de terror de Felicia.

Erika não interveio, mas quando viu outro crocodilo rastejando em sua direção, disparou uma bala no chão, assustando-o e ele voltou para Felicia, cravando suas mandíbulas em suas pernas.

“O que você está aí parada olhando? Você não vê que estou prestes a ser devorada por esses crocodilos? Venha aqui e me ajude,” Felicia ordenou através dos dentes cerrados. Ela não conseguia afastá-los.

“Não é isso que você queria que acontecesse comigo? Parece que os céus não estão ao seu favor,” zombou Erika.

Felicia gritou de dor quando o crocodilo que mordia seu braço torceu, torcendo diretamente seu braço junto.

“Só me ajuda sua vadia,” Felicia xingou.

**
De repente Erika foi transportada de volta para a mansão dos Hart, muitos anos atrás, quando ainda era a nora preciosa e tímida deles.

Foi a primeira vez que ela conheceu Felicia. Foi uma semana depois que ela se casou com Adrian. Felicia não compareceu ao casamento deles porque a Vovó Elizabeth a proibiu de vir e ela também não parecia querer vir.

Erika estava ocupada limpando a sala de estar, enquanto as empregadas fofocavam atrás dela em um tom baixo, mas ela ainda conseguia ouvi-las.

Suspirando, ela continuou o que estava fazendo sem lhes dar atenção.

Mary desceu as escadas, vestida com as roupas mais elegantes que tinha, mesmo que estivesse apenas em casa.

“Erika, apresse-se e prepare nosso almoço,” Mary ordenou. Ela lançou um olhar severo para as empregadas que estavam ocupadas cochichando e gritando. “E o que vocês duas estão fazendo aqui? Vocês não têm trabalho para fazer? Vamos, saiam já. Plebeias,” ela cuspiu amargamente.

As portas da sala se abriram e Felicia entrou, trajando um vestido vermelho curto e justo que parava abaixo dos joelhos.

Assim que Mary a viu, seu sorriso se estendeu naturalmente em suas bochechas ao dar as boas-vindas a Felicia na mansão.

“Felicia, minha querida, é tão bom ver você aqui hoje,” disse Mary antes de trocarem um beijo no rosto.

Erika interrompeu sua limpeza.

‘Já ouvi esse nome antes,’ ela pensou.

“Sinto muito por você ter perdido o casamento,” ela se desculpou.

“Melhor eu ter perdido. Não iria querer ver o homem que eu amava casar com outra, isso partiria meu coração,” respondeu Felicia. Ela olhou por cima do ombro de Mary e viu aquela que presumia ser a roubadora de namorado.

“O que posso dizer? Às vezes, as pessoas são cegas demais para ler nas entrelinhas. Mas enfim, você logo será parte desta família. Isso eu prometo,” disse Mary.

A afirmação fez Erika se virar para olhar Felicia, e os olhos desta última já estavam nela.

‘Ela é tão bonita e seu corpo é de morrer,’ Erika pensou consigo mesma.

Felicia caminhou em sua direção com o som de seus saltos ecoando no chão. Ela avaliou Erika antes de falar,
“Então você que é a escolhida? Nada mal, mas eu queria que a Vovó Elizabeth tivesse escolhido alguém à minha altura como rival. Já ganhei sem sequer mexer um dedo.”

Felicia esperou que Erika retrucasse, mas esta apenas ficou em silêncio.

“Tia, não me diga que ela é surda e muda.”

Mary sorriu, “Não é isso. Eu a ensinei a não falar quando pessoas importantes estão falando.”

“Ah, entendi. Bem, então é melhor eu ir ver meu doce Adrian.”

Felicia não perdeu mais tempo com Erika e subiu as escadas, balançando os quadris para a esquerda e para a direita.

“Agora você sabe por que nunca vou te aceitar como minha nora. Quer dizer, olhe para ela. Ela é perfeita para Adrian e perfeita para esta família. Você é completamente inútil,” Mary cuspiu antes de sair.

**
Erika encarou a atual Felicia. Ela já não parecia nada com a do passado. Não usava roupas da moda nem tinha ninguém ao seu lado.

“Sua vadia! Em que você está pensando?” Felicia questionou com lágrimas nos olhos desta vez.

Se Erika se recusasse a ajudá-la, ela sabia que estava acabada.

Elanunca teria imaginado que as mesas virariam de tal forma que ela seria devorada por um crocodilo. Era a pior maneira que imaginara morrer.

“Por favor,” ela implorou dessa vez, com um tom suave.

Erika apontou a arma para ela antes que uma única lágrima caísse de seus olhos.

“Eu vou te ajudar, Felicia. Você vai morrer sem sentir dor,” Erika puxou o gatilho, atirando na cabeça de Felicia, e o corpo desta caiu.

Os crocodilos puxaram o corpo de Felicia para o rio e se banquetearam com ele, um vermelho escuro se espalhando rapidamente pela água.

“Esta guerra finalmente acabou. Que você descanse em paz, Felicia.”

Ela olhou para o rio onde vários outros crocodilos vieram e se banquetearam com as partes restantes do corpo dela. Erika fechou os olhos antes do esgotamento a atingir.

“Ethan, ela se foi.” Ela murmurou antes de cair.