410: CONFRONTO 410: CONFRONTO Erika percorreu com os olhos os arredores da escola, mas não conseguiu avistar ninguém.

A escola estava cercada por árvores, o que facilitava para Felicia se esconder sem ser vista.

“Não me diga que você está com muito medo para se mostrar, Felicia. Você está atrás de mim, certo? Por que não sai daí agora e vamos resolver essa disputa de uma vez por todas?”, ameaçou Erika, estalando os dedos.

Elas conseguia ouvir o riso de Felicia do outro lado da linha, o que a irritava profundamente.

“Você está sempre com pressa, Erika. Acha mesmo que se nós duas lutássemos, você poderia me vencer?”, questionou Felicia.

“Por que não sai e descobrimos?”

Felicia engoliu em seco, mas logo se recompôs.

“Acho que, em vez de querer lutar comigo, você deveria se preocupar mais com seus filhos. Não tem medo que eu saiba onde eles estão indo para a escola?”

“Você acha que estou surpresa que você saiba?” Respondeu Erika, ainda observando os arredores da escola, na esperança de poder ver Felicia e finalmente pôr fim em tudo, mas a sorte não estava a seu favor.

“Acha que as câmeras daqui são cegas e não conseguem identificar a mulher que você enviou para espioná-las?”

Erika não tinha certeza do que estava dizendo, mas o silêncio de Felicia provou que ela estava certa.

A equipe de segurança da escola conseguiu localizar uma mulher que sempre rondava o prédio da escola. A mulher poderia estar vigiando qualquer criança, mas Erika testou Felicia e ela havia acabado de confirmar que era um trabalho de Felicia.

“O que aconteceu? O gato comeu sua língua?”

Ainda assim, o silêncio prevalecia.

“Estou começando a ficar entediada com seus jogos, Felicia. Se você não tem medo, venha e vamos acabar com isso. Eu te desafio.”

Após Erika dizer sua última frase, ela ouviu o som do bip do telefone indicando o fim da chamada.

“Mamãe, vamos embora,” disse Luca, assustando Erika. Ela assentiu, entrou no carro e se afastou sem se incomodar em procurar Felicia novamente.

Por outro lado, Felicia segurava o telefone com força nas mãos. Estava prestes a esmagá-lo. Como sempre, Erika havia encontrado uma maneira de vencê-la.

“Ela me desafia? Eu vou mostrar a ela”, disse Felicia, caminhando. Ela percebeu um casal olhando-a fixamente.

Instintivamente, ela ajustou a máscara no rosto.

Seu coração ainda estava cheio de raiva, mas ela não queria se revelar. Pelo tom de Erika, Felicia concluiu que Erika estava um pouco assustada mesmo.

“Aquela vadia!!”, murmurou Felicia sob a respiração. “Ela quer um confronto? Eu vou dar a ela um confronto.” Prometeu, seguindo para onde quer que seus pés a levassem.

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Chegando à casa que ela havia emprestado, Felicia cerrou os dentes de raiva enquanto batia a porta.

Ela entrou no quarto, alcançou embaixo da cama e puxou uma caixa. Abriu a caixa e tirou o papel grosso que havia dentro. Enfiou a mão e tirou a arma.

No primeiro dia que Felicia havia escapado da prisão, e feito da casa de Agnes a sua por enquanto, Felicia limpara todo o lugar. Foi também nesse dia que ela encontrou a arma.

Esperava encontrar uma arma na casa da diretora, já que ela era diretora. Era completamente normal ela ter uma arma, não era? Mas eles não usavam armas na prisão.

Felicia nunca havia visto um diretor usando arma na prisão. Eles só carregavam cassetetes, dando golpes fortes com eles, o que a surpreendeu um pouco quando encontrou a arma.

Mas Felicia não podia andar por aí com ela. Ainda era uma fugitiva e carregar uma arma só a colocaria em mais problemas do que já estava. Embora não fizesse diferença, já que ela já havia cometido um assassinato.

Porém, após falar com Erika, ela só via sangue, o sangue de Erika. Agora, ela se arrependia de não ter levado a arma consigo.

“Ela está pedindo,” disse Felicia, através de dentes cerrados. Mas então, um sorriso aflorou em seus lábios.

“Não seria má ideia se eu atirasse essa bala através do crânio dela. Tenho certeza que será uma visão maravilhosa.”

Felicia pegou seu telefone e discou um número.

“Já que você quer acabar com isso, por que não nos encontramos amanhã, no Rio Verde, às 16 horas?”, disse Felicia ao telefone imediatamente após Erika atender a ligação. “Vamos pôr um fim completo nisso, mas não fique desolada quando acabar perdendo”, provocou Felicia, acariciando a arma em sua mão.

A chamada foi desconectada e um sorriso se formou nos lábios de Felicia.

“Amanhã é o dia, finalmente. É melhor eu descansar para que eu possa curtir isso”, Felicia disse a si mesma.

De repente, uma batida forte atingiu a porta.

“Agnes! Saia agora e me pague meu dinheiro. Você acha que pode se esconder de mim? Está enganada.”

Felicia olhou para a arma e a pegou, encarando a porta com vontade de matar a mulher que estava batendo, mas descartou a ideia.

Matar a mulher só traria atenção para si, o que era algo que ela não precisava de jeito nenhum já que seu encontro com Erika estava marcado para o próximo dia.

**
Erika encarou seu telefone. Estaria mentindo se dissesse que não estava um pouco assustada com o que o amanhã poderia trazer.

Com a confiança com que Felicia falava, era evidente que ela tinha algo planejado.

Suspirando, Erika largou o telefone e continuou preparando o jantar.

Ela sabia que tinha que ir ao local sozinha, mas isso era arriscado. Mesmo confiante de que poderia derrotar Felicia, não era tola ao ponto de ir lá sozinha, especialmente porque não sabia exatamente o que Felicia estava planejando.

“De qualquer forma, ainda vou amanhã e vou garantir que saia viva.” Disse a si mesma com um pequeno sorriso nos lábios.