409: CONHEÇA O INIMIGO 409: CONHEÇA O INIMIGO Felicia abriu a porta da casa e entrou com um saco na mão. Ela usava um boné na cabeça e uma máscara no nariz para proteção extra.

Já faziam dois dias desde que ela fugiu da prisão e as notícias sobre sua fuga circularam por toda a cidade. Ela estava descansando na casa apertada por todo esse tempo e queria fazer algo produtivo. Estava começando a ficar sem comida, já que a diretor não tinha nem abastecido a geladeira antes de ir para o seu turno na prisão.

Usando parte do dinheiro que conseguiu encontrar na gaveta do quarto, Felicia foi ao supermercado comprar algumas coisinhas de que precisava.

Ela não tinha muito dinheiro consigo e não sabia como acessar sua conta bancária sem que ninguém visse seu rosto. O dinheiro que a diretor tinha deixado em sua casa estava quase acabando.

Batendo a porta com força, Felicia suspirou.

“Eu não pensei que fugir da prisão seria tão estressante. Não foi tão estressante da primeira vez,” Felicia disse a si mesma, relembrando a primeira vez que havia escapado, quando não estava completamente sozinha.

Felicia tinha Tobias, seu irmão mais velho para comprar comida para ela e ela não precisava se preocupar em ser pega porque nunca saía do esconderijo para comprar as coisas sozinha.

Suspirando novamente, ela jogou as chaves da casa dentro do bolso do casaco que ela tinha pegado emprestado do guarda-roupa da diretor.

“As coisas não vão ser fáceis,” ela murmurou, indo para a cozinha.

De repente, ela ouviu uma batida na porta.

Sobressaltada, Felicia quase deixou cair o copo de vidro que estava prestes a usar para se servir de uma bebida. Seus olhos imediatamente se voltaram para encarar a porta. Ela não disse nada.

A batida veio novamente antes que uma voz dissesse,
“Agnes! É melhor você sair dessa casa e pagar o dinheiro que você me deve!”

Felicia abriu a boca mas imediatamente a fechou quando lembrou que não era Agnes, a diretor.

“O que você ainda está fazendo aí dentro?! Você acha que pode entrar e sair dessa casa como bem entender e eu não vou te pegar?! Bem, eu te peguei agora então é melhor você sair e me pagar meu bendito dinheiro!” A voz feminina ameaçou.

Felicia sibilou de irritação. Ela deveria ter esperado que uma diretor corrupta como Agnes fosse também uma devedora. Mas agora que a mulher tinha visto Agnes, ela talvez não saísse até receber seu dinheiro. Felicia não sabia quanto Agnes devia e mesmo que soubesse, não tinha dinheiro para pagar.

“Isso é ótimo,” Felicia murmurou em voz baixa com um toque de sarcasmo.

“É melhor você sair e me pagar meu dinheiro, senão, eu não vou embora daqui,” a voz feminina ameaçou.

Felicia suspirou antes de dar de ombros. Por um segundo, ela pensou que a mulher fosse ameaçar derrubar a porta e chamar alguns homens fortes para fazer isso por ela, o que só exporia sua identidade.

Mas já que a mulher pretendia apenas sentar e esperar, Felicia não tinha problema com isso. Ela estava apenas aliviada por ter saído mais cedo para comprar alguma comida. Então, a mulher pode ficar ali parada e esperar o quanto quiser.

“Deixa eu ligar a TV e assistir umas notícias com o volume baixo,” ela disse.

**
No dia seguinte, Felicia se arrumou, vestindo as mesmas roupas que usou no dia anterior, trancou a porta e saiu.

Noite passada, por volta das 21h, a mulher finalmente decidiu ir embora depois de se cansar de esperar por tanto tempo.

“É hora de eu ver meu querido inimigo,” ela disse antes de partir.

Chegando à escola que Jake frequentava, Felicia se escondeu atrás de um mato de frente para a enorme escola, enquanto a monitorava.

Ela tentou ir visitar Jake na escola, mas assim como a diretor disse, a segurança era bastante rígida, já que filhos de pessoas influentes frequentavam a escola e a segurança deles era a maior prioridade da escola.

Depois de esperar bastante tempo, Felicia checou o horário no telefone em sua mão e um sorriso se formou em seus lábios.

Já havia vários carros estacionados na entrada da escola e ela sabia com certeza que aqueles carros estavam lá para buscar as crianças. Mas havia um carro especial pelo qual ela estava esperando.

O sino tocou, e após alguns minutos, os pais foram buscar as crianças enquanto os que seguiam o ônibus escolar se foram dirigindo.

Depois de esperar mais alguns minutos, Felicia sorriu quando finalmente avistou o carro que estava esperando.

Erika saiu do carro e entrou na escola para buscar os meninos.

“Mamãe!” Luca chamou, pulando no corpo de Erika.

“Como foi a escola, meninos?” Ela perguntou, segurando a mão de João enquanto Jake sorria para ela.

“Foi ótimo, mamãe,” Jake respondeu.

“Você sabe que pode andar, certo? Não precisa da mamãe para te carregar o tempo todo,” João disse a Luca, dando-lhe uma olhada de lado.

“Eu sou o mais novo entre vocês dois, eu deveria ser mimado,” Luca retrucou antes de se aninhar no pescoço de Erika.

João soprou um bufo de ar antes de balançar a cabeça exasperado.

Eles todos caminharam em direção ao carro antes de Erika abrir a porta para eles e eles entrarem.

De repente, Erika recebeu uma ligação no seu telefone. Ela fez sinal para os meninos ficarem quietos para que ela pudesse ouvir. Ela checou o número e percebeu que não estava salvo.

Depois de tudo que estava acontecendo ao redor deles, ela sempre teve cuidado ao atender números desconhecidos. Mas ela tinha uma ideia de quem estava ligando.

“Alô?” Ela disse.

“Erika.”

Um sorriso adornou os lábios de Erika, pois ela se enganou ao adivinhar quem estava ligando.

“Você finalmente teve coragem de ligar, hein? Eu pensei que você poderia precisar de mais alguns dias. Onde você está?” Ela perguntou.

“Ah, eu estou por perto. Posso ver você agora.”