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Capítulo 312: O último pedido
“Sim,” Alex confirmou sem hesitar. “Eles cresceram juntos no mesmo orfanato. Nicholas o tratava como um irmão, sempre ajudando-o, sempre ao seu lado. Mas, em troca, ele recebeu apenas traição.”
Ele exalou bruscamente, como se tentasse conter a raiva. “Ethan tinha ciúmes — da inteligência de Nicholas, do seu talento e da forma como os outros o admiravam. E ele sabia — ele sabia sobre a condição cardíaca de Nicholas, sabia que ele não podia nadar. Mesmo assim, empurrou-o para dentro da água e o deixou lá, lutando pela vida.”
O sangue de Ava gelou.
“Ele nunca me contou…” ela murmurou, atordoada, ainda digerindo o choque. “Ele nunca mencionou que ele e Nicholas cresceram no mesmo orfanato.”
“Claro que não. Eles pararam de se falar depois daquele incidente. Nicholas mal sobreviveu.” Sua voz ficou mais pesada ao acrescentar, “Se o Sr. Simpson não tivesse implorado a Elijah Baker para salvá-lo, ele teria morrido naquela época.”
Ava pressionou uma mão contra o peito. Seu coração doía ao pensar em Nicholas.
Aquele homem havia sofrido tanto—mais do que ela jamais havia imaginado. E ainda assim, apesar de toda a traição, dor e dificuldade, ele ainda encontrava uma maneira de sorrir e apreciar a vida.
“Como ele está? A cirurgia já está marcada?”
Alex endireitou as costas. “É daqui a dois dias. Ele quer te ver antes da cirurgia.”
Ava não hesitou. “Claro que irei vê-lo.”
“Se você estiver livre agora, posso te levar até ele.”
Ava se levantou, jogando a bolsa sobre o ombro. “Tudo bem. Vamos.”
Ela deixou o escritório com Alex.
Hospital da Cidade – Quarto de Nicholas
Ava entrou. Seu coração apertou ao ver a cena diante dela—Nicholas, sentado na cama do hospital, com seu sorriso despreocupado habitual, apesar da agulha em seu braço.
“Estou te assustando?” ele perguntou, seus olhos brilhando de travessura. “Não se preocupe. Eu vou ficar bem.”
Ava sentiu como se seu peito tivesse se rasgado. Como ele ainda podia fazer piadas num momento como aquele? As palavras de Alex ecoavam em sua mente—esta cirurgia era arriscada. Não havia certeza de que ele conseguiria sair vivo. E ainda assim, ele estava sorrindo, agindo como se nada estivesse errado.
Ava engoliu em seco, forçando-se a sorrir. Ela se abaixou na cadeira ao lado da cama dele.
“Esperei tanto por isso,” Nicholas continuou, esperança brilhando em seus olhos. “Finalmente, vou fazer essa cirurgia.”
Ava estudou seu rosto de perto. Ele parecia o mesmo—forte, confiante, como se nada pudesse abalar. Mas sua tez pálida e o cansaço subtil sob seus olhos traíam seu estado enfraquecido. Ele estava se esforçando demais para parecer bem.
“Não me olhe assim,” ele murmurou com um sorriso provocador. “Posso acabar te pedindo em casamento.”
Ava desviou o olhar, balançando a cabeça com uma pequena risada. “Você ainda sabe como me fazer rir.”
“Mas eu não estava brincando,” ele disse seriamente.
O sorriso de Ava congelou nos cantos dos lábios, suas feições se tensionando.
Nicholas a observava intensamente, hesitação brilhando em seus olhos profundos. Então, com um tom cauteloso, ele perguntou, “Ava… você teria aceitado ser minha namorada se eu tivesse me aproximado de você naquela época?”
Ava abaixou o olhar, incapaz de encontrar as palavras certas. A verdade era simples—ela nunca havia visto Nicholas como mais do que um amigo. Desde que ela havia crescido, ela só desejava Dylan. Nunca havia pensado estar com outro homem.
Ela gostava de Nicholas, confiava nele, dependia dele, mas amor? Isso sempre foi reservado para Dylan.
“Estou grávida,” ela murmurou.
Nicholas ficou imóvel. Era como se suas palavras o tivessem atingido como um golpe, destruindo os últimos vestígios de suas esperanças silenciosas. Grávida? Ela carregava o filho de Dylan.
Um lampejo de dor passou por seus olhos, e ele instintivamente fechou os punhos. A realidade havia caído sobre ele, forçando-o a enfrentar a verdade que ele tentara negar—Ava nunca foi destinada a ser dele. Não importava o quanto ele a amava, não importavam quantos “e se” assombravam sua mente, ela já havia escolhido seu caminho.
Era hora dele acordar e parar de antecipar que algum milagre aconteceria e ela viria para ele.
“Parabéns.” Seus lábios se curvaram em um sorriso forçado, embora seu peito doesse com uma dor surda e persistente. “Estou muito feliz por você. Você teve sorte, Ava, de encontrar seu caminho de volta para a pessoa que ama. Nem todos tem a sorte de estar com quem ama.”
“Sinto muito, Nicholas,” ela sussurrou, abaixando a cabeça. “Não posso retribuir seu amor… mas tenho um pedido.” Ela levantou o olhar, encontrando os olhos dele hesitantemente. “Você aceita ser o padrinho do meu filho?”
O pedido o pegou de surpresa, mas no momento seguinte, algo quente e inesperado encheu seu peito. Um sorriso lento e genuíno se espalhou em seu rosto, seus olhos brilhando—não com tristeza, mas com alegria.
“Eu aceito,” ele exclamou animadamente. “Eu ficaria honrado. Nesse caso,” ele alcançou o bolso do avental do hospital e tirou uma pequena caixa aveludada com um anel, “guarde isso com você.”
Ele a estendeu em direção a ela.
Ava hesitou antes de pegar a caixa. Ela abriu a caixa, e sua respiração ficou presa na garganta ao ver o anel dentro. Ela o reconheceu à primeira vista. Era o mesmo anel que ele usou para pedi-la em casamento.
“Não é o anel da sua mãe?” ela recordou. “Por que está me dando isso?”
“Minha mãe me deu, pedindo para eu dar à mulher que eu amo,” ele lembrou, um sorriso nostálgico brincando em seus lábios. “Mas você me rejeitou.”
O coração de Ava apertou. “Nicholas…”
“Não se preocupe,” ele a interrompeu antes que ela pudesse dizer mais. “Não estou pedindo para você se casar comigo. Este anel não é para você.”
Ava piscou, confusa.
“Achei que este anel nunca teria um dono,” ele continuou. “Que estava destinado a ficar trancado para sempre. Mas agora… finalmente encontrou alguém digno.” Ele sorriu alegremente. “Este é meu presente para seu bebê.”
Os lábios de Ava se abriram em choque, mas ele não lhe deu chance de protestar.
“Eu não sei se vou sobreviver a essa cirurgia. Se eu não sobreviver… dê este anel ao seu filho. Deixe-o saber sobre seu padrinho.”
“Pare de falar bobagens,” ela retrucou, empurrando a caixa de volta para a mão dele. “Você vai ficar bem. E você mesmo fará isso. Eu não posso fazer.” Sua garganta se apertou.
“Por favor, Ava,” ele implorou. “Esta pode ser minha última solicitação. Você pode não discutir comigo?”