76: Esquecido 76: Esquecido Aiden voltou para casa perturbado. Ontem mesmo, ele tinha se certificado de que Owen e a outra mulher estivessem seguros no hospital. Eles eram pessoas por quem ele tinha arriscado sua vida para salvar. E, no final, alguém ainda os tinha matado?

Segundo o detetive, alguém havia injetado veneno em suas veias e suspeitavam que era a mesma pessoa que havia tentado machucá-la, o que significava que a vida de Serena estava em perigo. A realização o deixou arrepiado.

Graças a Deus, para proteger a identidade dela, o detetive havia escondido todas as informações sobre a presença deles no local. A gravação do 911 foi alterada para identificar quem relatou o incidente apenas como um transeunte. Foi uma jogada inteligente, mas Aiden sabia que isso não manteria a ameaça afastada para sempre.

Mas o problema imediato não era que ela estava em perigo. Mas como ele iria contar a ela sobre Owen. Ele tinha visto as fotos e ouvido toda a história que Owen havia contado para ela, chocando-o. Era espantoso. Então, se ela estava apaixonada por Owen, qual era a relação dela com Sidney? Porque ele sabia que Sidney ainda estava à procura dela.

Perdido em pensamentos, ele foi assustado por um cheiro agudo e queimado que permeava o ar. Instantaneamente, seu coração disparou em pânico. Algo estava errado. Com visões de um incêndio destruindo a casa e ferindo Serena e outras piores possibilidades, ele seguiu a fumaça e correu em direção a cozinha, apenas para parar abruptamente diante da cena diante dele.

Lá, Serena estava em pé na frente do fogão com uma expressão de puro horror. Na mesa, uma massa carbonizada do que poderia ter sido uma vez um frango jazia em ruínas, fumaça subindo dos restos.

Ela olhou para ele, mordendo o lábio, e então — inesperadamente — deu-lhe um sorriso envergonhado. “Acho que posso ter cozinhado demais… um pouco,” ela admitiu, sua voz uma mistura de constrangimento e humor.

“Um pouco?” Aiden repetiu, levantando a sobrancelha enquanto entrava cautelosamente na cozinha. Ele fez uma careta ao contemplar a cena caótica — vegetais espalhados pela bancada, meio cortados, meio queimados, panelas e frigideiras espalhadas de forma desordenada. “Por que a cozinha parece que um tornado passou por aqui?”

Serena deu de ombros, tentando um sorriso sério. “Talvez tenha passado? Tornados podem ser perigosos, certo?”

Aiden lançou-lhe um olhar sarcástico. “Duvido que um tornado atinja apenas a cozinha,” ele comentou secamente.

Serena soltou uma risadinha, claramente constrangida, e franzindo o nariz para ele, e ele se perguntou como uma mulher adulta poderia parecer tão fofa enquanto dizia, “Okay, okay, admito. Eu estava tentando cozinhar. Com sua mão fora de combate, pensei que deveria tentar fazer o jantar… mas os vegetais e o frango não estão sendo muito cooperativos.”

Aiden levantou as sobrancelhas em falsa surpresa. “Mesmo? O frango não saiu do forno quando estava pronto?”

Serena riu, embora ainda parecesse agitada, e balançou a cabeça. “Não. O frango decidiu que estava melhor virando carvão.”

Sabe, você poderia ter apenas pedido para os empregados cozinhar, ou poderíamos ter pedido comida para entregar.” Aiden apontou.

O sorriso de Serena vacilou, substituído por uma expressão de decepção enquanto seus olhos desviavam para a bagunça queimada na mesa. “É, acho que poderíamos ter feito isso…” ela murmurou, claramente desanimada.

Vendo seu olhar, Aiden sentiu uma pontada de culpa. Ele não gostava daquele olhar nela. Com um suspiro, ele ofereceu, “Que tal isso: você limpa, e eu faço algo comestível para nós.”

“Você não pode,” ela apontou. “Sua mão está machucada. Você não está em condições de cozinhar.”

Aiden levantou sua mão machucada ligeiramente em reconhecimento, mas não estava pronto para desistir. “Bem, eu posso me virar,” Mas antes que ele pudesse insistir, Serena disse, “Que tal você me ensinar em vez disso? Me mostre como fazer algo simples, algo que possamos comer agora e que não termine em chamas.”

Aiden hesitou, olhando-a com cautela. “Você tem certeza de que está pronta para outra rodada na cozinha?”

Serena sorriu, aproximando-se. “Vamos lá. Você pode me guiar. Algo à prova de falhas — para eu não queimar o lugar. Não queremos usar mais extintores de incêndio. Ou você pode acabar aleijado.”

Aiden suspirou e balançou a cabeça. Ela não ia deixar isso passar. ” Tá bom, vamos fazer alguns macarrões instantâneos…”

Serena franziu a testa, ” Isso não é o mesmo que cozinhar algo…”

“Relaxe. E você vai nos preparar um mexido de tofu para acompanhar. Ok? Então, mãos à obra.”

“Sim, professor! Você quer se refrescar antes de me ajudar?”

Com um suspiro, Aiden assentiu, ” Sim. Vou fazer isso enquanto você limpa essa bagunça.”

Enquanto ele assentia e se virava, Serena gritou, “Pare.” Quando ele parou, ela se aproximou dele, e ficou com as mãos nos quadris, ” Aiden… nós vamos ter isso para o jantar, certo?” Aiden assentiu e então recuou enquanto ela tocava sua gravata, afrouxando-a.

Ela o encarou quando ele deu um passo para trás e disse, “Vai levar uma hora para você se livrar dessas roupas sozinho. E eu estou realmente com fome. Então fique parado, está bem?”

Aiden ficou parado enquanto ela desamarrava sua gravata e então, quando ele se afastaria, as mãos dela deslizaram por baixo do seu paletó, empurrando-o para fora de seus ombros. Enquanto as mãos dela percorriam seus ombros e bíceps, Aiden sentiu seu coração bater forte.

Antes que percebesse, ela já tinha tirado seu paletó e desabotoado os botões de sua camisa e já estava de volta limpando a cozinha. Sentindo-se desconfortável com toda a situação, e decepcionado porque ela se afastou cedo demais, Aiden voltou para seu quarto.

Mas ele não foi se arrumar. Em vez disso, foi sentar-se na cama e bateu no peito onde seu coração ainda estava trovejando como se ele estivesse tendo um ataque cardíaco. Que diabos ele tinha sentido? Por que ele queria que as mãos dela demorassem mais nele. Ele sabia a resposta, claro. Ele estava atraído por ela, mas por que essa atração surgiu tão intensamente de repente?