64: Ameaças 64: Ameaças “Rena… Rena, por favor, você pode vir me salvar? Eu-Eu preciso de você. Por favor, você pode vir? Acho que… Acho que são os capangas contratados pela sua família. Eles estão me observando. Eles estão perto. Não sei por quanto tempo consigo me esconder ou escapar… Talvez se você estiver comigo eles possam….” A voz de Owen tremia enquanto ele deixava a frase no ar e olhava para o seu reflexo
no espelho. Ele esfregou as mãos e suspirou. “Não. Está faltando algo.” Ele esfregou o queixo. Ele precisava colocar mais na sua voz.

Ele não soava assustado o suficiente. Desesperado, sim, mas o pânico cru, a tensão que faria ela sentir, entender o quão real isso era e vir correndo para ele—não estava lá. Como ele deveria conseguir isso… Ele fechou os olhos e imaginou sua infância, a raiva e então tentou novamente.

Desta vez, deixando o terror crescer em sua garganta enquanto a limpava, sua voz quebrava a cada palavra. “Rena… por favor. Eu-Eu não tenho muito tempo. Eles estão vindo atrás de mim, eu sei. Eles estão observando. Não sei o que farão se me encontrarem. Por favor… me ajude. Eles precisam de dinheiro… Eu não tenho essa quantia… Cinco milhões de dólares…”

Lá estava—o pânico. O desespero. Ele quase podia ouvir na própria voz agora, os tons trêmulos, a leve falha na sua respiração. Estava bom. Melhor. Com isso, ela acreditaria nele, e se não… ele sempre poderia encontrar alguém para culpar—como seu mais recente marido.

Sim, ele pensou, com um pequeno sorriso satisfeito surgindo em seus lábios. Se as coisas dessem errado, ele sempre poderia afirmar que foi Aiden Hawk, o querido marido da Serena, que enviou os capangas porque ele havia descoberto sua identidade como amante da Serena. Ele poderia manipular a situação como precisasse, mas agora, ele precisava concluir isso.

Sem perder mais tempo, Owen pegou seu telefone no balcão e rapidamente discou um número de memória. Seu pé batia nervosamente enquanto a linha chamava, cada segundo parecendo uma eternidade. Finalmente, houve um clique, e uma voz áspera atendeu.

“O que você precisa?”

Owen engoliu em seco. Conversar com esse homem de alguma forma sempre lhe dava calafrios. “Preciso contratar alguns homens. Bons. Do tipo que possam fazer um show, me dar uma surra leve, mas me deixar inteiro. Apenas o suficiente para parecer convincente.”

Houve uma breve pausa no outro lado antes da voz responder, um toque de diversão entrando em seu tom. “Então, você está procurando por um trabalho para assustar. Fácil. Quando e onde?”

“Hoje à noite,” Owen disse rapidamente, com a mente já acelerada. “Fora do meu lugar. Apenas certifique-se de que eles pareçam profissionais. Preciso que isso seja convincente.”

“Feito. Mas vai custar mais desta vez,” a voz respondeu suavemente.

Owen franziu a testa. Ele tinha dinheiro suficiente para que não fosse uma preocupação, mas era dinheiro que ele havia se esforçado para conseguir. Afinal, chantagear pessoas não era um trabalho fácil, “Por quê?”

“Tsk tsk. Não tente negociar. Bater exigia apenas força bruta. Bater e não machucar requer mais habilidade, então, tenha o dinheiro pronto.”

“Dinheiro não é problema,” Owen disse impacientemente, “Apenas certifique-se de que o trabalho seja feito corretamente.”

O homem do outro lado soltou uma risada sombria. “Sempre é. Estaremos lá. Mantenha o dinheiro pronto”
A ligação terminou, e Owen exalou fortemente, sentindo a tensão se liberar de seus ombros por um breve momento. Agora vinha a parte complicada—garantir que Serena estivesse preparada para reagir da maneira que ele precisava que ela reagisse.

Com um sorriso, ele digitou rapidamente uma mensagem, “Rena. Acho que alguém está me seguindo. Eu… Eu sei que disse que não entraria em contato novamente, mas se eles forem pessoas da sua família, então há chances de minha vida estar em perigo e a sua também. Tome cuidado, Rena. Adeus.”

Uma vez que a mensagem foi enviada, ele sorriu. Perfeito. O plano estava em ação. Rapidamente, ele começou a arrumar suas malas agora. Pelo menos havia algo bom em todo esse fiasco de Serena perder a memória. Ele não precisava quebrar a cabeça para inventar um novo plano e podia simplesmente reutilizar o antigo.

***
Aiden sorriu ao ler a mensagem que Serena tinha recebido. Era uma coisa boa que ele tivesse retirado o chip do telefone dela, ou então poderia imaginar como ela estaria perturbada com o assunto agora… Esse homem era realmente inteligente. Não é à toa que ele havia conseguido levá-la até Sancity e nas garras de seus pais.. Ele se perguntava se esse homem também poderia ser responsável pelo acidente que a colocou em coma…

Mas desta vez, o homem mexeu com a pessoa errada.

Preguiçosamente, Aiden fez uma ligação, “Então, o que você descobriu?”

“Owen Thompson. Estudou na Cidade de Shen. Acho que a Senhorita Serena também estudou lá, mas ainda temos que encontrar muitas informações sobre ela. Os perfis de alguns alunos são mais protegidos do que outros. Além disso, você estava certo, ele tem recebido grandes quantias de uma conta bancária estrangeira. Ele enviava uma pequena parte para os Thompsons todo mês, que então perdiam no jogo. De qualquer forma, Owen acaba de contratar alguns capangas para realizar um ataque de fachada.”

Ataque de fachada? Tsk tsk. O homem queria chantagear e conseguir um bom dinheiro e nem mesmo aguentava alguns golpes? Nah… “Bom trabalho. Faça só mais uma coisa para mim…”

Depois de dar suas instruções, Aiden levantou-se e guardou o telefone na gaveta enquanto caminhava para fora. Era verdade. A maçã nunca caía longe da árvore. O casal Thompson não passava de ladrões e o mesmo valia para o seu querido filho… Bem, pena que esta família decidiu bagunçar com ele. Hora deles pagarem o preço agora.

Endireitando sua camisa vermelha, Aiden saiu da biblioteca, em direção ao quarto de Serena. Logo, seria hora de mais uma revelação. Sidney seria um convidado valioso e ele mal podia esperar para ver a reação do homem quando ele visse a Serena… Isso era apenas o começo…