58: Vendendo Informações 58: Vendendo Informações “O que tanto te distrai hoje?” A voz de Aiden quebrou o silêncio, assustando Serena que quase pulou no assento, afastando-se rapidamente dele que tinha vindo parar atrás dela. Ela se virou e recostou-se, encontrando seu olhar e depois desviando. O movimento não passou despercebido por Aiden, que levantou uma sobrancelha, “O que foi? Parece que você viu um fantasma. Eu sou tão assustador assim?”

Serena balançou a cabeça, tentando se recompor. Ela ainda não podia deixar que ele soubesse sobre o Owen. Antes que pudesse responder, Aiden se inclinou como se fosse beijá-la e ela rapidamente escapou de debaixo dos braços dele, procurando manter a compostura o máximo possível e lhe deu um sorriso, “Você é o mais assustador que existe! Tenho certeza que até os fantasmas têm medo de você.”

Aiden balançou a cabeça, seus olhos se estreitando levemente enquanto ele a encarava com uma suspeita zombeteira. “É mesmo?”

“É sim,” ela respondeu, virando-se para ir embora. Ela precisava se afastar o quanto antes, senão poderia acabar revelando o que estava em sua mente. Ela precisava de tempo… “E estou muito cansada, então acho que vou me deitar. Boa noite, Aiden.”

Justo quando ela pensou que havia escapado da tensão, a voz fria dele a parou. “Você não está esquecendo de algo?”

Serena congelou, sua mente girando. Ele sabia que ela tinha ido ao escritório dele mais cedo? Lentamente, ela se virou, forçando-se a manter a expressão inocente. “Eu pareço um lírio esquecido para você? O que eu poderia ter esquecido?”

“Não.” Aiden sorriu antes de adicionar, “Mais como um cacto espinhoso esquecido.”

Serena estreitou os olhos, cruzando os braços. “Aiden Hawk…”
O sorriso dele se alargou enquanto ele diminuía a distância entre eles. “Bem, você foi a pessoa que exigiu, apenas esta manhã, que eu voltasse para casa mais cedo para fazer o jantar. E agora que estou aqui, você vai se deitar? Eu adiei todas as minhas reuniões só para você dormir?”

Os olhos de Serena se arregalaram. Ela tinha dito isso, brincando, sem esperar que ele levasse a sério.

Ele caminhou mais perto dela, enquanto ela pensava em uma maneira de se afastar sem despertar suas suspeitas. Ele se inclinou, seus lábios curvando-se em um sorriso sugestivo “A menos que você tenha um tipo diferente de… sono em mente. Estou dentro.”

O olhar de Aiden permaneceu nela por um momento mais longo antes de ele começar a afrouxar a gravata lentamente, tirando-a do pescoço. Seus olhos nunca deixaram os dela, um brilho provocante dançando neles. Ele jogou a gravata na cadeira próxima e desabotoou os primeiros botões de sua camisa, seus movimentos casuais, mas deliberados.

“Aiden Hawk! Seu gângster! Eu vou dormir no meu quarto! Sozinha!”

A risada dele a seguiu escada acima, baixa e zombadora, enquanto ela corria para o quarto, o coração acelerado. Ela fechou a porta atrás de si e encostou-se nela enquanto tentava recuperar o fôlego. Seu coração batia forte no peito, e ela soltou um suspiro trêmulo, tentando entender o turbilhão de emoções dentro dela.

Como era possível que ela ainda se sentisse atraída por ele, mesmo com tudo o que ela tinha descoberto? Ela tinha perdido a cabeça? Lá estava ela, pensando no Owen, nas coisas que ele tinha lhe dito, nas preocupações que a consumiram o dia todo—e ainda assim, bastou um sorriso de Aiden, um toque, e ela se encontrava pensando nele. Imaginando… dormir com ele.

Serena andava de um lado para o outro no quarto, preocupada com seu próximo passo. O que ela deveria fazer? Ela tinha pensado durante toda a tarde até a noite, mas a resposta continuava fugidia.

Serena balançou a cabeça e tentou se acalmar. Não. Ela precisava pensar e reavaliar tudo o que sabia.

Chegando à sua mesa, ela pegou o pequeno diário que vinha mantendo ao seu lado por semanas agora—um lugar onde ela anotava fragmentos de memórias e sonhos que a assombravam e informações aleatórias que ela descobria sobre seus gostos e desgostos. Sentada na beirada de sua cama, ela folheou as páginas, franzindo a testa enquanto revisitava as entradas que tinha escrito dias atrás de seus sonhos.

Duas conversas se destacaram, repetindo em sua mente. A primeira era a despedida e a discussão e depois se despedindo de alguém. Poderia ser verdade? Ela poderia ter mesmo deixado sua família para trás por outra pessoa? E se ela o amava tanto, por que não o lembrava agora? E pior ainda, por que ela não sentia nada por ele agora? Mesmo que sua mente não pudesse lembrar, seu coração deveria sentir alguma atração por ele…

A segunda conversa era o que ela agora assumia ser a mãe de Owen, exigindo um casamento elaborado. Para isso, ela teria que confirmar com o Owen. Se ela tinha cortado laços com sua família, obviamente ela não teria querido uma grande festa de casamento e o Owen provavelmente tinha entendido isso. Mas ela precisava de mais informações. Até mesmo daquelas de sua família distante. E havia apenas uma pessoa que tinha todas as respostas neste momento.

Ela pegou seu telefone e o encarou por um longo momento, o polegar pairando sobre o número de Owen. Ela sabia o que precisava fazer. Ligar para ele. Marcar um encontro. Obter as respostas que estava tão desesperadamente buscando.

Mas algo a segurava de volta—uma hesitação, uma relutância que ela não conseguia explicar bem. Por que ela estava hesitando? Por que, no momento em que ela mais precisava de clareza, ela se sentia tão insegura?

Com um suspiro, ela colocou o telefone de volta na mesa e desviou o olhar. Ela estava com medo. De alguma forma, depois de acordar, ela tinha encontrado uma maneira de simplificar sua vida. Mas uma vez que ela aceitasse que o que Owen tinha dito era a verdade, as coisas ficariam complicadas… E ela não tinha certeza de que estava pronta para isso.

Finalmente ela reuniu sua coragem e digitou uma mensagem..