261: Congelado 261: Congelado “Onde está Serena?”, perguntou Aiden de repente.

Ella congelou, seu garfo tilintando contra a borda do prato enquanto suas mãos trêmulas a traíam. Ele sabia. Ele não estava desconfiado. Ele definitivamente sabia.

Ela olhou para ele, seus olhos arregalados preenchidos com uma mistura de choque e medo. “Eu—eu não sei do que você está falando”, ela gaguejou, embora a culpa em sua voz fizesse suas palavras soarem vazias até para os próprios ouvidos. Ela olhou para o pai em busca de ajuda mesmo enquanto Aiden se aproximava, intimidando-a, “Não minta para mim, Ella. Seja honesta agora mesmo.”

Sabendo que estava fora de sua profundidade, Charles Hawk levantou-se e colocou-se entre sua filha e Aiden “Aiden, recue. Ela não tem que responder nada a você.”

“Isto não é sobre você, Charles. Fique fora disso,” Aiden retrucou, sem sequer lançar-lhe um olhar. Seu foco permanecia inteiramente em Ella, sua voz crescendo mais fria. “É sobre Serena. E eu não vou parar até encontrá-la. Ella, onde está Serena?”

Ella balançou a cabeça e abraçou os ombros. Ela não sabia de nada. Ela não sabia de nada. Como um mantra, ela repetia as palavras em sua cabeça até que estava repetindo-as em voz alta, fazendo com que Nathan e os outros lhe lançassem um olhar preocupado.

Incapaz de suportar a visão da angústia de sua irmã, Nathan virou-se para Aiden. “Aiden, chega. Eu não acho que ela saiba de alguma coisa. Ela não saiu desta casa, nem mesmo para o casamento. Ela disse que ficaria em casa, e aqui está ela desde então.”

Charles Hawk agarrou-se às palavras de Nathan como um homem se afogando segura um salva-vidas. Seu rosto, que estivera tenso com inquietação, iluminou-se com a centelha de uma ideia. Ele virou-se para Aiden, seu tom defensivo e acusatório. “Isso mesmo, Aiden. Ella estava aqui o tempo todo. Eu sei que você está bravo com ela por ficar do meu lado, mas isso… isso é absurdo. Você está realmente tentando imputar o desaparecimento de Serena a ela? É isso que está acontecendo? Culpando Ella porque Serena te deixou?”

“É por isso que você disse a ela que eu só posso ficar aqui enquanto ela estiver aqui? E agora, na primeira oportunidade, você quer atribuir uma culpa absurda a Ella e expulsá-la.”

Charles então colocou uma mão de advertência em Ella. Se ela não saísse do estado de culpa, Aiden definitivamente descobriria tudo.

Para continuar com a farsa, ele apontou um dedo para o ar enquanto sua voz se elevava com indignação. “Ella estava bem aqui, em casa, quando Serena desapareceu. Ela esteve nesta casa, cuidando de seus próprios assuntos. Então, a menos que você tenha evidências reais—provas concretas—não ouse acusá-la de algo que não fez!”

“E não vamos esquecer, Aiden,” ele continuou, seu tom endurecendo ainda mais, “não havia câmeras no estacionamento. Ninguém viu nada, e não há provas ligando Ella ao que aconteceu. Então talvez—apenas talvez—você devesse focar sua energia em outro lugar em vez de tentar atribuir as coisas a Ella.”

Desta vez, Aiden não falou. Ele simplesmente chamou seus guardas, que entraram com um único chamado e imediatamente seguraram Charles Hawk e cobriram sua boca enquanto todos olhavam chocados. O cômodo congelou em um silêncio atônito. Ninguém ousou pronunciar uma palavra ou mesmo se mover. O ar estava espesso com tensão, um pressentimento de que algo terrivelmente errado havia acontecido. Aiden nunca tomaria uma atitude tão drástica a menos que…

Enquanto olhavam, Aiden se ajoelhou diante dela e puxou sua cadeira para que Ella estivesse de frente para ele. Com cuidado, ele examinou o rosto dela. Sua voz, quando finalmente falou, era suave mas carregava o peso de uma autoridade indiscutível. “Ella,” ele começou, “você pode dizer, sem nenhuma dúvida, que você não saiu desta casa no dia do meu casamento?”

O fôlego de Ella prendeu enquanto seu olhar corria em direção ao pai, que se debatia violentamente contra o aperto dos guardas, balançando a cabeça freneticamente em um apelo silencioso. Apesar de suas mãos tremulas, Ella assentiu, seus lábios apertados em uma linha fina. “Eu estava em casa,” ela sussurrou, quase como se convencesse a si mesma.

“Olhe para mim, Ella.” A voz de Aiden era fria e quieta, fazendo-a saltar enquanto ela olhava de volta em seus olhos. Ela viu a dor lá e o aviso.

“Onde está Serena?”

Ela balançou a cabeça,” Eu não sei. Eu estava em casa. Eu não sei…”

A voz de Ella falhou enquanto ela balançava a cabeça vigorosamente. “Eu-Eu não sei,” ela gaguejou, suas palavras saindo apressadamente. “Eu estava em casa. Eu juro. Eu não sei de nada—”
“Ella!” A força da voz de Aiden derrubou suas defesas, e ela recuou ligeiramente. Sua mão atirou-se pegando o queixo dela e inclinando seu rosto em sua direção, forçando-a a olhar para ele novamente. Sua pegada não era áspera, mas era firme.

“Você não estava em casa, Ella,” Aiden disse, sua voz afiada, embora tremesse com emoção contida. “Eu vi você.” Suas palavras pairaram no ar como um peso pesado, e seus olhos se arregalaram em choque.

“No estacionamento,” ele continuou, “Eu vi você. Você foi ao quarto de Serena. Ela abriu a porta para você. Ela estava surpresa ao vê-la lá e perguntou por que você tinha vindo.”

Os lábios de Ella se entreabriram como se fossem protestar, mas nenhuma palavra saiu. O sangue drenou de seu rosto, e seu olhar deslizou para o pai mais uma vez. Seus tentativas desesperadas para se libertar apenas aumentaram seu terror. Aiden tinha a visto. Como ele a viu?

Aiden se inclinou mais, sua voz baixando para um sussurro que só ela podia ouvir. “Não minta para mim novamente, Ella. Me diga a verdade. Onde está Serena?”

“Ele está mentindo, Ella.” Kim se pronunciou. “Se ele de fato tivesse te visto, ele teria dito isso naquele dia mesmo. Ele está tentando fazer você confessar algo que você não fez.”

Mas Aiden nem sequer lançou um olhar para Kim enquanto continuava olhando para Ella. “Você estava usando um top plissado e jeans. Quando você entrou no estacionamento, eu estava em uma chamada de vídeo com ela. Ela tinha a câmera voltada para fora. Você veio à igreja, Ella. Esta é sua última chance. Me diga a verdade.”