Capítulo 908: Uma Apresentação
“Eu realmente, realmente gosto de você.”
Gabe leu as palavras na tela e ergueu uma sobrancelha para o irmão. “Sério, Seb? Você organizou uma reunião urgente, mandou um SOS, só para nos mostrar que garotas ainda se confessam para você?” Seu tom era uma mistura de incredulidade e zombaria enquanto ele se recostava no sofá, com os braços cruzados enquanto olhava para o irmão.
Sebastian não respondeu, sua expressão sombria inalterada enquanto olhava para o celular em sua mão e rolava para a próxima mensagem, exibindo-a na tela do projetor.
“No momento em que te vi, eu soube que queria que você fosse meu. Foi um choque, na verdade, o quanto eu te desejava.”
Gabe riu, mas antes que pudesse dizer mais, Erasmi interveio. “Uau. Os olhos da pessoa estão podres ou algo assim?” Ele gesticulou em direção a Seb, balançando a cabeça em descrença exagerada. “Olha esse homem velho. Por que ele seria desejável?”
Com o comentário, os outros riram, sem deixar de dar uma alfinetada sobre como o mais velho estava falando dos outros sendo velhos. Mas Seb não estava rindo nem respondendo. Em vez disso, ele rolou para baixo até a próxima mensagem.
“Isto é algum tipo de situação de perseguidor? Você vem recebendo esse tipo de mensagem regularmente?” Erasmi adicionou, seu tom agora mais preocupado do que zombador. Seb teve perseguidores no passado também e isso poderia ser uma das situações semelhantes…
Seb apenas balançou a cabeça e suspirou, ignorando as perguntas e alfinetadas e a preocupação. Ele permaneceu em silêncio, seu aperto no telefone apertando ligeiramente enquanto rolava mais, deixando as mensagens avançarem na tela.
“Eu sei que você acha que vou te chamar para sair.”
Lucien se inclinou para frente, franziu a testa para a tela e suspirou. “Você está esperando alguém te chamar para sair?” Ele levantou uma sobrancelha em acusação. “Seb, você está realmente disposto a arriscar trair Olivia? Você perdeu a cabeça?”
Seb sentiu seu temperamento inflamar. “Vocês podem ficar quietos e apenas ler tudo até o final? Guardem seus comentários para si mesmos por enquanto!”
A sala ficou quieta por um momento, mas não sem que Gabe murmurasse em voz baixa, “Tocou na ferida, não é?”
Seb o ignorou e rolou para as próximas mensagens.
“Mas eu não posso.”
“Você é incrível. Você não faz ideia de quanto eu te admiro.”
“Quanto eu queria pular e te chamar para sair.”
À medida que os irmãos liam as mensagens, as piadas começaram a diminuir. Um silêncio pesado se instalou na sala. Ok. Essa era uma confissão de amor séria e não parecia que teria um bom final.
Mas foi a próxima mensagem que fez todos os outros seis irmãos se endireitarem, seu comportamento casual desaparecendo instantaneamente.
“Innocensa… até seu nome faz meu coração acelerar.”
Houve um silêncio atordoado, seguido por uma explosão coletiva de palavrões do grupo.
Sebastian exalou, sentindo-se validado finalmente. Veja? Não foi uma reação exagerada da parte dele. Seus irmãos estavam reagindo exatamente da mesma maneira que ele quando leu as mensagens pela primeira vez. O que começou como uma confissão divertida, talvez enviada para a pessoa errada, acabou se transformando em algo muito mais preocupante.
Lucien foi o primeiro a quebrar o silêncio. Ele se levantou abruptamente, “Isso não se faz! Absolutamente inaceitável! Como ele pôde—”
“Exatamente!” Sebastian interrompeu, “É inaceitável, e é exatamente por isso que eu convoquei esta reunião!”
Mas então o olhar incisivo de Lucien se voltou para ele, “Então, por que você fez algo assim, Seb?”
Seb piscou, pego desprevenido. “O quê?” ele disse, sua voz diminuindo em confusão. “O que eu fiz?”
Ele olhou em volta para os rostos de seus irmãos, sentindo a súbita mudança de atenção deles para ele. Ele ouviu corretamente? O que ele tinha feito?
Lucien suspirou e apontou para o irmão, sua expressão desaprovadora. “Então, por que você invadiu a privacidade de Innocensa, leu essas mensagens e até as compartilhou conosco? Isso não é exatamente uma boa aparência, Seb.”
Seb piscou, momentaneamente sem palavras.
A frustração borbulhava dentro dele. Eles estavam focando inteiramente no problema errado.
“Você está falando sério agora?” ele disse, a exasperação invadindo sua voz. “Claro que eu não faria algo assim! Por que eu invadiria a privacidade dela? Eu que recebi essas mensagens.”
Isso chamou a atenção deles. Um franzir coletivo se espalhou pela sala enquanto os irmãos o encaravam, curiosos.
“O quê?” Lucien perguntou, claramente cético.
Seb suspirou e gesticulou em direção ao telefone em sua mão. “Acho que Grant estava bêbado ou algo assim e enviou as mensagens para mim em vez de Innocensa.” Ele fez uma pausa, dando-lhes um olhar significativo. “Por que eu iria fuçar no telefone ou nas mensagens dela? Eu sou protetor, mas não sou louco, ok? Innocensa nunca mais falaria comigo se eu fizesse algo assim. Não posso me dar ao luxo de irritar minha princesa.”
Para reforçar seu ponto, Seb tocou algumas vezes no telefone antes de projetar a próxima série de mensagens na tela. Ele nem se incomodou mais em segurar o telefone, jogando-o displicentemente sobre a mesa antes de fechar os olhos e massagear as têmporas.
Por um momento, o silêncio reinou na sala enquanto os irmãos liam as mensagens. Então, como uma barragem quebrando, todos explodiram em risos. O som era alto e desinibido, preenchendo a sala com uma energia quase travessa. Até Demon, que tinha permanecido stoicamente quieto até agora, não conseguiu segurar sua diversão.
Seb não pôde evitar também. Ele riu, apesar de si mesmo, balançando a cabeça ante a absurdidade da situação. Receber mensagens de confissão de amor de um cara claramente interessado em sua filha já era irritante o suficiente, mas saber que o remetente havia acidentalmente confessado seus sentimentos para ele em vez de Innocensa? Isso era outro nível de ridículo.
“Ele sequer percebe o que fez?” Demon perguntou, seu sorriso largo e perigoso. O brilho em seus olhos deixou Seb imediatamente cauteloso. O que quer que Demon estivesse tramando em sua cabeça, Seb tinha certeza de que não terminaria bem para o pobre rapaz.
“Duvido,” Seb admitiu, encolhendo os ombros enquanto se recostava na cadeira. “Ainda não recebi nenhuma ligação desesperada dele, então ele ainda está desavisado ou morrendo de vergonha para dizer alguma coisa.”
Nisso, os irmãos trocaram olhares, suas expressões mudando de divertidas para francamente maliciosas. Lentamente, mas com certeza, suas risadas começaram a se transformar em algo mais sombrio—maligno, até. O tipo de risada que significa encrenca.
“Então,” Gabe começou, seu sorriso agora combinando com o de Demon. “Grant está interessado em Innocensa, hein? E ele até acha que não é digno dela? Maldito certo, ele não é!”
Lucien se inclinou para frente, os cotovelos apoiados na mesa enquanto ele sorria maliciosamente. “Ele realmente acha que vai ser tão fácil para ele? Coitado não sabe onde se meteu.”
Erasmi balançou a cabeça, rindo baixinho. “Quer dizer, com certeza, ele tecnicamente a recusou nessas mensagens, mas isso não muda o fato de que ele está claramente interessado. Não podemos simplesmente deixá-lo escapar, não é?”
“Absolutamente não,” Gabe respondeu, sua voz cheia de indignação fingida.
Ian foi a única voz da razão que suspirou, “Vocês todos percebem que somos homens adultos, certo? Talvez não devêssemos agir como valentões de escola?”
Todos se viraram para olhar para Ian, que sorriu e deu de ombros, “Ei! Esse comentário era necessário… Caso alguém pergunte, podemos dizer que medimos os prós e contras.”