Capítulo 896: Pela Primeira Vez
Na primeira vez que Grant a viu, seu coração gaguejou, falhou uma batida e então quase parou completamente. Ela era de tirar o fôlego, muito mais bonita do que ele poderia ter imaginado pelas fotos que tinha visto. Sua estrutura era delicada, quase etérea, mas seu rosto irradiava e sorria.
A garganta de Grant secou. Ele segurou sua bebida um pouco forte demais, forçando-se a dar um gole apenas para evitar ficar embasbacado como um tolo apaixonado. Mas até a queimação gelada do líquido não foi suficiente para embotar sua reação a ela.
Innocensa Frost desceu a grande escada com seu irmão gêmeo ao seu lado, os cabelos loiros combinando capturando o brilho do lustre como auréolas. Seu sorriso era caloroso, sereno até, mas carregava uma distância sutil que a fazia parecer intocável. Ela usava diamantes — fragmentos de luz perfeitos e cintilantes — e um vestido que parecia ter sido despejado sobre ela, a criação de um designer que parecia ao mesmo tempo despretensiosa e inestimável. Havia outras mulheres na sala usando trajes semelhantes, mas nenhuma delas sequer chegava perto dela.
O olhar de Grant permaneceu nela, sem querer se desvencilhar da visão dela, mesmo que seu cérebro se rebelasse contra a ideia. Ela era a princesa perfeita, intocável em todos os sentidos da palavra. Ela carregava um ar de elegância tão inabalável que tornava a ideia de sequer se aproximar dela absurda. Não era uma mulher com quem se podia flertar casualmente ou impressionar; era o tipo de pessoa que se admirava de longe, sabendo que estava muito além do seu alcance.
Ele respirou fundo, retirando-se do transe que tinha tomado.
Ele exalou lentamente, arrastando seu olhar de volta para o líquido âmbar em seu copo. O que diabos você está fazendo? ele repreendeu a si mesmo. Por que ele estava até mesmo pensando nela, muito menos entreter noções impossíveis? Esta não era apenas qualquer mulher — esta era Innocensa Frost. A filha do chefe. A impecavelmente inacessível.
Grant apertou a mandíbula, forçando-se de volta à realidade. Ele tinha uma missão aqui, um propósito que não tinha nada a ver com ela. Ficar ali, encarando como um idiota, não fazia parte do plano. Ainda assim, seus pensamentos permaneciam em desordem, e justo quando tentava se concentrar, algo mais chamou sua atenção…
Grant apertou a mandíbula, forçando seu olhar de volta para a bebida. Ele tinha uma missão a completar aqui, e encarar Innocensa Frost certamente não fazia parte disso. Naquele momento, o casal mais velho começou a descer as escadas e as sobrancelhas de Grant se ergueram em surpresa. Sebastian e Olivia Frost. Suas boas aparências e tudo mais não foram o que o surpreenderam, porém. Era o fato de que o casal estava de mãos dadas. Não apenas passando pelo braço em um estilo pretensioso, mas realmente segurando as mãos como novos amantes.
Antes que ele pudesse pensar em como seus pensamentos estavam indo à loucura esta noite, Sebastian Frost parece ter o avistado. Com seu sorriso patente, o homem gesticulou para que ele se aproximasse. Ele deu de ombros. Não se importava em seguir instruções, contanto que ele chegasse onde precisava estar.
O sorriso de Sebastian Frost se alargou quando Grant se aproximou e o homem mais velho colocou um braço em volta dele como se fossem amigos de longa data. “Grant,” disse Sebastian calorosamente, “É bom vê-lo. Deixe-me apresentá-lo à minha família.”
“Olivia, este é Grant Davis, o mais recente visionário a ganhar nossa confiança — e nosso investimento para suas instalações de armazenamento de IA alimentadas por energia solar. Então, se nos próximos anos, eu não puder pagar para colocar comida em nossa mesa, você sabe que tem que procurar por ele por perder nosso dinheiro.”
Olivia riu enquanto Grant quase engasgou. Ele teria que nascer várias vezes para fazer os Frosts perderem tanto dinheiro a ponto de não poderem colocar comida na mesa.
Olivia sorriu para ele e estendeu a mão, “Bem-vindo, Grant. É raro alguém tão jovem causar uma impressão tão forte nele. Parabéns pelo seu sucesso.”
“Obrigado, Sra. Frost,” Grant respondeu com uma inclinação de cabeça educada. “É uma honra estar aqui, e sou grato pela oportunidade.”
Sebastian o deu um tapinha no ombro. “Ah, você não ficará tão feliz daqui a algum tempo. Agora, deixe-me apresentá-lo aos meus filhos.” Ele se virou ligeiramente e gesticulou para a versão mais jovem de si mesmo. “Este é Vincenzo, nosso filho mais velho,” disse Sebastian. “Ele tem aprendido a gerenciar os interesses internacionais da família e completando seus estudos em Harvard.”
“Prazer em conhecê-lo,” disse Vincenzo, estendendo a mão antes de se inclinar conspiratoriamente, “Então você é o cara do startup sobre o qual todos estão falando. Qual é o segredo para fazer o Papai abrir o cofre?”
Grant riu levemente, apertando sua mão. “Trabalho árduo, uma proposta sólida, e talvez um pouco de sorte.”
Seb balançou a cabeça, “Não tem sorte envolvida, criança. Eu te asseguro, o que quer que eu invista em você, eu ganharei dez vezes mais de volta de você. Agora, há mais uma apresentação que eu preciso fazer.”
O estômago de Grant apertou levemente, já antecipando quem seria a próxima pessoa.
“Innocensa,” a garota que tinha estado conversando em um tom suave com outra mulher virou a cabeça quando seu pai chamou e sorriu para Seb, que continuou, “Grant, esta é minha filha, Innocensa. Ela vai ser a responsável por garantir que sua visão não apenas tenha sucesso, mas prospere. Ela estará supervisionando a integração do seu trabalho com o portfólio Frost.”
Grant sentiu seu estômago cair como uma pedra. Era uma coisa ficar sobrecarregado por sua beleza, o tipo que parecia quase de outro mundo, mas agora Sebastian Frost estava lhe soltando essa bomba? Que ele teria que trabalhar com ela? Como diabos ele iria gerenciar isso? Ele mal conseguia manter a cabeça no lugar apenas olhando para ela.
Quando ela estendeu a mão, seus dedos frios e delicados contra a palma dele, Grant lutou para se concentrar e se perguntou se tinha de alguma forma acabado queimando alguns de seus neurônios antes de vir para cá. O que mais explicaria o impulso tolo em sua mente de puxar a garota para mais perto, sem se importar que seu pai estivesse em pé bem ao lado dele.